O Dia da Marmota Tricolor – Até quando?

Por Ricardo Senna – Redação Arquibancada Tricolor

Foto: Rubens Chiri - saopaulofc.net

A imagem acima, não é uma crítica à torcida. De maneira nenhuma, até mesmo por que foi a única lembrança boa de um ano terrível e dramático.

Colocamos esta imagem apenas para ilustrar uma crítica sobre como o São Paulo parou no tempo e nos deixa apenas com a lamentável tarefa de assistir títulos dos rivais e nossas participações como coadjuvantes nos campeonatos.

O período atual do São Paulo já é pior do que a terrível era pós-Telê entre 1995-2004. Naqueles tempos, o Tricolor ainda conquistou os Paulistas de 98 e 2000, o Rio-SP de 2001, o Super Paulistão de 2002, foi vice da Supercopa Libertadores de 97, vice da Copa do Brasil de 2000 e esteve sempre brigando por títulos ou posições honrosas, ainda que longe do período de ouro vivido anteriormente com tantos títulos.

 

Somos mal acostumados? Sim.

Ganhamos praticamente tudo, e mais de uma vez. Nos orgulhamos de torcer para o ainda, único clube Tricampeão do Mundo no Brasil, mas outras coisas que nos colocava acima dos demais, já ficaram pra trás.

Temos 3 Libertadores e isso ninguém vai apagar, mas o Santos também tem e em alguns dias, o Grêmio também pode nos alcançar. Somos Hexacampeões Brasileiros e até há pouco tempo, brincávamos com os flamenguistas, que éramos os únicos, sem asterisco, mas já tem time conquistando o Hepta.

Sou do tempo em que brigávamos contra o SCCP para ultrapassá-los na contagem de títulos paulistas, mas hoje, até o Santos (que passou um longo jejum) já nos passou.

Sempre nos orgulhamos de nossa casa e sempre tiramos sarro de rivais que não tinham estádio ou que tinham estádios muito inferiores ao Morumbi. Hoje, o cenário é outro e até mesmo em receitas de eventos e camarotes, nas quais ganhávamos de goleada, perdemos.

Talvez, o único orgulho que ainda temos, é um não rebaixamento, mas sinceramente, é muito pouco para comemorarmos. Ainda assim, é um ponto que nos ameaça como nunca, já que nos últimos 5 anos, o São Paulo frequentou o Z4 em 3 edições do Brasileirão.

Como comentei em outros textos por aqui, desde 2009, pelo menos, nosso filme se repete como o Dia da Marmota do filme “Feitiço do Tempo”, de 1993, em que ficamos presos em uma espécie de armadilha do tempo, revivendo o mesmo dia, várias vezes, sem fim.

Veja se não é realmente, o que vivemos todos os anos:

Começamos o ano com a Copinha, onde nosso time detona os mais fracos, mas perde as decisões, assistindo rivais ganhando o título. Passamos pelo Paulistão, no qual deixamos de ver jovens tendo chances e o time principal goleia pequenos na primeira fase, passa pelo primeiro mata-mata com algum clube do interior e é eliminado na semifinal por algum rival (não chegamos na final do Paulista desde 2003).

A gestão do SPFC diz que a prioridade é a Copa do Brasil, então iniciamos com vitórias e classificações nas primeiras fases, mas nosso caminho é interrompido quando pegamos algum duelo com equipes grandes.

Neste período do ano, o elenco é reformulado, ou o treinador é demitido, mas a gestão continua, e vamos para o Brasileirão e (com exceção a 2014), jogamos como coadjuvantes e no máximo, brigamos por uma vaga na Libertadores ou na metade de baixo da tabela.

Eu sei que não é fácil ler ou aceitar isso, mas vem sendo a nossa realidade há alguns anos. Paramos no tempo e temos que ver os rivais conquistando títulos em sequência.

E o pior de tudo, é que, olhando a situação e oposição do clube, não consigo ver perspectivas de mudar este cenário. Ao invés de melhorias, há grupos preocupados em impedir venda de uniformes comemorativos, ou preocupados com antena de wi-fi nas piscinas. Outros, na soberba total, se preocupam com seus egos, a sensação de poder, e estão completamente perdidos no comando deste clube.

Já são 8 anos com uma mísera Copa Sul-Americana. Muito pouco para um clube que AINDA é o maior vencedor de títulos internacionais no país. Mas quem quer chegar ao topo, precisa primeiro mandar dentro de casa, do contrário, será um Pit bull com fama de bravo na rua, mas um inofensivo pet dentro de casa.

Chega!

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