5 erros cruciais do São Paulo na temporada de 2022 | OPINIÃO

Foto: Paulo Pinto / saopaulofc.net

A temporada de 2022 ainda não terminou, mas se arrasta de forma melancólica para o São Paulo. A frustração toma conta do torcedor, que fez a sua parte ao lotar o Morumbi em diversos momentos ao longo da atual campanha. Contudo, os vice-campeonatos no Paulistão e principalmente na Copa Sul-Americana, ao lado da eliminação na Copa do Brasil nas semifinais e a campanha aquém do esperado no Campeonato Brasileiro selaram o ano do Tricolor como mais um sem título nos últimos tempos.

Em vista disso, serão listados aqui 5 erros cruciais que contribuíram sobremaneira para a derrocada do São Paulo em 2022.

5- Contratações de André Anderson e Marcos Guilherme

Em abril, com o Brasileirão em suas rodadas iniciais, o São Paulo contratou o meia-atacante André Anderson junto à Lazio, da Itália, por empréstimo. com opção de compra fixada em 3 milhões de euros. Em junho, na janela do meio do ano, o Tricolor anunciou o retorno do atacante Marcos Guilherme, negociado com o Internacional. O primeiro gerou certa expectativa da torcida; o segundo, nem isso. Ambos não conseguiram agregar em nada ao time, tendo André Anderson disputado míseros 7 jogos com a camisa do clube.

Contratações desnecessárias e que, a despeito de serem oportunidades de mercado, retiram a oportunidade de atletas formados nas categorias de base do São Paulo.

4- Aumento do ingresso em um momento chave do São Paulo

A torcida do São Paulo foi um diferencial à parte no ano de 2022. Se o time chegou a animar em alguns momentos, muito disso se deve à torcida, que o apoiou incondicionalmente em todas as competições. Contudo, em um dos momentos mais importantes e decisivos, a diretoria tomou uma atitude das mais desarrazoadas: aumentou consideravelmente o valor dos ingressos para o confronto contra o Flamengo, pela semifinal da Copa do Brasil. O público foi longe de ser ruim – com mais de 51 mil pessoas no Morumbi. Contudo, além de poder ter sido o recorde do ano, foi uma prática dura e abusiva para com aquele que esteve nos piores momentos com a equipe. Na hora chave, privilegiou-se a exploração da renda no estádio. Lamentável.

3- Concessão da camisa 10 a Nikão

A lendária camisa 10 do São Paulo já pertenceu a craques do quilate de Raí, Pedro Rocha, Zizinho, Canhoteiro, Gérson, Pagão, Pita e Leonardo. Em 2022, foi concedida a Nikão. Não é preciso se delongar sobre esse absurdo.

2- Priorização das Copas

Em dado momento da temporada, o São Paulo entrou em rota de colisão com o que havia planejado: a priori, o foco seria manter um bom nível no Campeonato Brasileiro, para não passar o sufoco do ano anterior e, quem sabe, tentar uma vaga na Copa Libertadores da América. No início, o plano estava dando certo: até o confronto do primeiro turno contra o Palmeiras, a equipe brigava pela parte de cima da tabela e colocou reservas na Copa Sul-Americana em toda a primeira fase – além de mesclar em alguns jogos da Copa do Brasil.

Contudo, a virada sofrida no Morumbi contra o rival fez com que Rogério Ceni alterasse o rumo das coisas. A partir dali, mormente pela classificação em cima do rival verde no Allianz Parque, a equipe priorizou totalmente as copas e colocou formações mescladas em pelo menos 10 das 31 rodadas até aqui do Brasileirão. E foi punido com isso, perdendo pontos importantíssimos em casa e com parcas vitórias fora.

Com o fracasso nas copas, restou ao São Paulo uma improvável briga pela vaga do Brasileirão à Copa Libertadores.

Por óbvio, caso algum título viesse com essa guinada, tal item não estaria presente nesta lista. Mas a fórmula não deu certo e a realidade é que essa priorização foi fator preponderante para que o Tricolor estivesse em condições precárias no Brasileirão.

1- Contratação de Giuliano Galoppo

A contratação de Giiuliano Galoppo é um arquétipo do que é o São Paulo dos últimos anos. A negociação foi anunciada com pompas pelo clube, tal qual as de Daniel Alves, Lúcio, Rivaldo e alguns outros casos de insucesso no Tricolor. Para costurar o caro atleta, a diretoria informou ter um investidor forte que custearia a chegada do argentino ao Morumbi. Os valores, astronômicos, nem valem a pena citar aqui.

O que causa estranheza e coloca o negócio por Galoppo no topo desta lista não é o futebo delel, que ainda se desconhece. Afinal, justiça seja feita, ele ainda não teve tempo hábil de adaptação – tampouco oportunidades suficientes. A crítica aqui é direta ao plano como um todo: um jogador que custou milhões e não chegou para resolver, sem ter se mostrado até aqui um diferencial ao ponto de ser fundamental em qualquer jogo da equipe. Para coroar a celeuma, ainda há divergências no atual momento sobre o pagamento do investidor para o Tricolor. Ainda que tudo se resolva, não deixa de expor o quão bagunçado é o São Paulo da atualidade.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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