Saiu aqui no AT no sábado a reprodução das falas do atacante Eder, que agora joga pelo Criciúma, sobre a sua passagem pelo São Paulo entre os anos de 2021 e 2022, e também sobre o técnico Rogério Ceni e como o treinador lidava com o elenco Tricolor, vamos as aspas:
“Eu poderia estar aqui falando mal do Rogério, porque joguei pouco com ele. Mas ele é um cara que as fases do que falamos de treinador. O que falta para ele ser diferenciado é um pouco de diálogo que tem Ancelotti, Mancini, ser um pouco mais psicólogo. Na parte tática, técnica, na preparação de jogo, treinamento, tudo que perguntar de campo, ele é diferenciado. Mas eu acho que na parte de gestão de grupo, de saber lidar. Ele é um cara que quer vencer, sempre cobra 100%, e às vezes tem que dar uma segurada, passar a mão na cabeça dos mais novos. Nisso talvez ele tenha que melhorar. Mas é um treinador que ainda é novo, vai melhorar e vai ter uma grande carreira. Ele sabe disso. Com certeza tem futuro talvez na Europa ou seleção”.
Vou falar sobre os dois trechos em negrito, vamos ao primeiro: imagine o Eder sendo treinado por Telê Santana, Émerson Leão ou Muricy Ramalho, será que ele aguentaria? Ou será que um dos três treinadores pediria a sua contratação? Diálogo com 600 mil caindo na conta todo o mês? Que eu saiba o São Paulo possui uma psicóloga em seu elenco, não cabe ao treinador ter essa função, ainda mais que não conheço nenhum treinador formado em psicologia para tal, que cada atleta busque o apoio com a psicóloga do clube.
Mas vamos agora ao mais absurdo na minha opinião: “às vezes tem que dar uma segurada, passar a mão na cabeça dos mais novos“, ou seja, o treinador não pode cobrar. Tem que dar uma “segurada” quando o jogador que ganha 300, 400 mil reais por mês não domina os fundamentos básicos da profissão. Tem que passar a mão na cabeça do jovem, que ao invés de treinar, prefere fechar o braço com tatuagem e ficar no Instagram e TikTok.
Pelo amor de Deus, não é possível que tenha algum torcedor do São Paulo ache que o Eder está com a razão. Mesmo aqueles que só sabiam falar “fora Pardal”. Onde é que vamos parar? Não pode cobrar, tem que ter diálogo, tem que passar a mão na cabeça e tem que ser psicólogo. E onde entra a parte do atleta? É só tirar seu salário milionário que está tudo bem? Tem jogador que não entrega nada dentro de campo há bastante tempo e o salário segue caindo na conta (ou deveria, já que o clube anda falhando nesta parte).
Tem que ter cobrança do técnico, da diretoria de futebol ou da torcida, principalmente se o atleta não estiver entregando, isso é bem simples. Jogador que quiser receber “mimo”, que fique na casa da avó! Chega de tratarem o São Paulo FC como resort!
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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