Adeus, mestre Valdir

Foto: Arquivo de Valdir Joaquim de Moraes

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Amigos tricolores

No último sábado, o mundo do futebol perdeu uma das figuras mais icônicas da sua história, o grande Valdir Joaquim de Moraes, que por muitos anos defendeu nosso adversário, o Palmeiras, mas no São Paulo, foi responsável por aprimorar a técnica de goleiros como Gilmar, Zetti e Rogério Ceni, ao lado do mestre Telê Santana, Sr. Valdir, como muitos o chamavam fez parte da comissão técnica mais vitoriosa do tricolor, ao lado de Moraci Santana era um dos homens de confiança do mestre. Em 1982, Valdir Joaquim de Moraes foi o preparador de goleiros da Seleção Brasileiro na Copa da Espanha, aquela que encantou o mundo, mas parou na Itália.

Para o livro do Telê Santana, eu gostaria muito de ter entrevistado Valdir Joaquim de Moraes, entretanto, ele estava morando em Porto Alegre e pelo o que soube a saúde estava debilitada demais. Eu não conseguiria ir para a cidade gaúcha e não teria como fazer uma entrevista pelo telefone, Skype ou email, por isso, deixei de ouvir o ex-treinador de goleiros, que sem a menor sombra de dúvida enriqueceria ainda mais o livro sobre a trajetória de Telê no São Paulo, pois ele viveu lado a lado com o mestre nessa época de lembranças gloriosas.

O começo

Nascido em 1931, iniciou sua carreira como goleiro no Grêmio Esportivo Renner, na cidade de Porto Alegre, onde ele nasceu, em 1954, onde ficou até 1957, sendo, no fim do ano, transferido para o Palmeiras, onde permaneceu até 1968. Encerrou a carreira de goleiro em 1969, no Cruzeiro-RS ano em que criou a profissão de preparador de goleiros, a qual, seria tão bem sucedido como fora como goleiro. Anos mais tarde, em 1973 voltou ao Palmeiras, agora com a função de preparador de goleiros. Em 1983 foi para o São Paulo exercer a mesma função.

Vencedor

Como preparador de goleiros do São Paulo, Valdir Joaquim de Moraes participou de todas as principais conquistas do clube. Ele esteve presente nos títulos paulista e brasileiro de 1991, nas Libertadores de 1992 e 1993, nos Mundiais de 1992 e 1993, Recopa de 1993, Supercopa de 1993 e Recopa de 1994, todos os títulos sob o comando do mestre Telê Santana. Valdir ainda foi o responsável por preparar Rogério Ceni para ser o grande ídolo que tivemos, transformar o goleiro no M1TO!

Valdir, como conselheiro

Em 2007, o ex-jogador Rincon, agora técnico, chamou Valdir Joaquim de Moraes para atuar ao seu lado no São Bento de Sorocaba. No ano seguinte, Luxemburgo o convidou para ser coordenador-técnico no time do Palmeiras. Isso se deve a forma com a qual os jogadores viam o Valdir, como escreveu o ex-goleiro Marcos. Ambos trabalharam juntos no Palmeiras.

Segundo Marcos, Valdir era “um bom conselho, uma boa conversa, uma cobrança, sempre com classe e respeito, esse era o nosso Mestre”

Falecimento

Vítima de falência múltipla de órgãos aos 88 anos, Valdir Joaquim de Moraes será velado no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre, neste domingo, entre 8h30 e 16h (de Brasília). O ex-goleiro será cremado.

O futebol perde um de seus grandes ícones, o São Paulo, mais um membro da sua rica história de sucessos, de um período, que infelizmente, está muito longe de se repetir!


Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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Foto: Arquivo de Valdir Joaquim de Moraes

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