Amadorismo em 50 tons de vermelho, branco e preto

Mais uma noite de domingo turbulenta para os lados do Morumbi. Após conquistar o SEXTO empate em NOVE jogos, o técnico Diego Aguirre caiu, a 5 jogos do final da temporada.

A desculpa contida na nota oficial emitida pelo clube é de nível de time pequeno:

A decisão pela saída neste momento foi tomada em conjunto, em reunião nesta tarde, a partir da definição entre as partes de que o contrato do treinador não seria renovado ao término da temporada.

Sou um torcedor que adora tirar sarro dos times cariocas, tipo Vasco, Botafogo e etc., porém a diretoria do São Paulo de 2009 para cá não fica atrás destes clubes, talvez só não é pior, pelo fato de nunca termos caído para a Série B (mais por conta da ruindade dos campeonatos, do que por méritos próprios).

O São Paulo FC é uma nau sem rumo, e não é de hoje. Todo ano parece que vai, que chegou a hora de voltar a ser time grande, mas a decepção acontece cada vez mais cedo. Desta vez tivemos um pouco mais de esperança, com a fantástica campanha do 1º turno do Brasileirão, que foi jogada no lixo com a vexatória campanha do returno, que colocaria o Tricolor na 13ª posição, com apenas 40% de aproveitamento.

Ouvi um papo há algumas semanas de que Aguirre teria provocado um episódio de racismo no elenco, ao cobrar o zagueiro Arboleda por conta de suas noitadas cada vez mais frequentes. Não sei se isso é verdade, porém se isso realmente aconteceu, foi um dos fatores determinantes para a queda de rendimento do time, já que o elenco rachou e o fato do elenco estar rachado parece ser totalmente verídico.

Se Aguirre foi realmente racista em setembro ou outubro, que a diretoria tivesse agido naquele momento, dando uma rápida resposta ao elenco. Infelizmente como já dito por técnicos das antigas, atualmente o treinador está na mão dos jogadores mimados e de seus empresários com cada vez mais poderes dentro dos clubes.

Na minha modesta opinião, Renato Gaúcho só faz o que faz com a matéria-prima que tem, por saber lidar direitinho com o ego de seus jogadores, já que foi um dos mais famosos craques-problema do Brasil.

Aguirre se foi com 57 jogos no comando do Tricolor, obtendo 29 vitórias, 13 empates e 15 derrotas. Um aproveitamento de 58,5% dos pontos.

De positivo, podemos destacar a garra e a entrega do time nas eliminações do Paulista e Copa do Brasil, além do fantástico primeiro turno do Brasileirão, que está na história do clube. De negativo, a insistência em algumas peças, e o péssimo returno.

Talvez o mais cômico da demissão de Aguirre, foi o fato dela acontecer no dia seguinte da conquista do título da Série B por Rogério Ceni, à frente do Fortaleza, clube que não tinha elenco no começo do ano e que jogaria a Série B para não voltar à Série C novamente.

Talvez não exista maior comprovação de fracasso por parte da diretoria do Tricolor, principalmente Leco, que usou o maior ídolo Tricolor para fins políticos e sequer esperou o resultado do seu trabalho, mesmo sabendo que Ceni era um “estagiário” como técnico de futebol.

Neste momento, próximo da madrugada de domingo para segunda, também corre o boato que Ricardo Rocha teria sido demitido junto a Diego Aguirre, se isto realmente for verdade e tiver ocorrido, Leco, Raí e Lugano precisarão vir a público o mais rápido possível, para explicar à nação Tricolor o que está acontecendo e quais são os planos da direção para 2019, se é que eles existem, não é?

Não vou me alongar mais nesta coluna sobre o futuro técnico do Tricolor, mas prometo que voltarei ainda nesta semana para explicar os motivos que me fazem torcer para que André Jardine seja o nome escolhido para ser o técnico do Tricolor em 2019, até a próxima crise.

Não há mais nada para se dizer, além de um já tradicional reage, São Paulo!

Foto: Rummens

*A opinião do colunista não reflete a opinião do site

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