Arriscando o que vem pela frente

Fernando Diniz do São Paulo FC durante jogo entre São Paulo FC x Fluminense realizado no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, localizado na Zona Sul de São Paulo, SP. A partida é válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro 2019. Foto: Rummens

Em 2019, deixei minha coluna abandonada, igual ao ataque tricolor. Dentro do campo, o ano pode sim ser considerado ruim. O pior ataque da história, a oscilação dentro de campo, derrotas bestas em casa e grandes investimentos que – AINDA – não deram retorno. Claro, poderia ser pior. A classificação para a Libertadores de forma direta abrandou as críticas fortes que o time sofreu durante a temporada. Segurou Diniz no cargo, e o técnico tem nova chance para mostrar a qualidade que tem.

Ano novo, vida nova. O elenco se reapresentou e já são esperados resultados. Mas mais uma vez, a grande inimiga do São Paulo – tanto diretoria quanto torcida – é a paciência. A palavra que mais incomoda o torcedor, e a que é mais necessária.

O índice de aprovação do trabalho de Diniz é baixo, e é compreensível o torcedor desconfiar por conta dos trabalhos anteriores. Mas, sem sequência, não há resultado. Pra mim, o grande erro recente do São Paulo foi ter demitido Diego Aguirre no final de 2018. O jogo era feito, era chutão, era tudo isso, mas vencia. Aguirre errou ao colocar o São Paulo num patamar que não deveria estar na época.

Mas como eu disse: ano novo, vida nova. Mais uma vez é necessária a paciência do torcedor com o trabalho de Diniz. Os jogadores gostam, e não é pelo fato do treino ser fraco. Muito pelo contrário. Do que acompanho no dia a dia, o treino é intenso e desgastante. Mas certamente deve ter algo tão bom no trabalho de Diniz para cativar os jogadores.

Elenco

Os jogadores, vamos lá. O ataque é o ponto negativo de 2019, e tem tudo para melhorar. Pato tem qualidade e pode voltar a jogar muita bola se estiver no ápice da forma física. Pablo, idem. As pontas são as mais preocupantes. Com uma possível saída de Antony, seria necessário um jogador da posição que desse conta do recado.

O meio campo é o cérebro. Igor Gomes pra mim é essencial para o time e tem que ser titular. Diniz tem um ÓTIMO problema nas mãos: escolher 2 jogadores (se mantiver o padrão do time com 3 meias em 2019) contando que Dani Alves seja titular indiscutível.

A defesa segue sendo o coração do time, e por mais lamentável e amador que tenha sido o ‘Episódio Arboleda’, o São Paulo deveria manter o equatoriano. Bruno Alves e Arboleda trazem segurança ao time como pilares de zaga. Reinaldo também demonstra um bom futebol e Juanfran tem classe e serve bem.

No gol nem preciso dizer. De longe, o arqueiro que mais se encaixou após a aposentadoria de Ceni. A compra era nada mais do que obrigação.

Analisando um por um, o elenco do São Paulo é forte. Não briga ao meu ver por pontos corridos, mas em mata-mata a história é outra. Outros elencos estão na frente? Sim, mas qual o problema nisso? O momento é de paciência (ah, essa palavra…). São anos e anos na fila, o torcedor está farto, sabemos disso. Claro que, o São Paulo tem chance de passar mais um ano sem título. Mas ainda assim, é necessária a continuidade de trabalho.

O ano de 2020 começou, os jogadores tiveram suas férias e aproveitaram como bem entenderam (e estão certos, são profissionais como eu e você que merecem tempo de descanso). Agora é hora do trabalho para tentar de uma vez por todas, acabar com a fila de títulos.


Giovanni Chacon é jornalista em formação e setorista do São Paulo FC na Rádio Jovem Pan. Acompanha o dia a dia do Tricolor e arrisca dar seus pitacos lá e aqui. Fanático pelo futebol, desde o europeu, até o africano.

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