A coluna Vamos falar de São Paulo é escrita pelo Bruno Godinho e será publicada semanalmente. Veja o índice da coluna.
Claro, todo clássico é importante. Clássico eliminatório então, nem se fala. Mas o resultado do jogo do próximo domingo tomou contornos dramáticos para mim e explico aqui o porque.
Meus filhos, de 5 e 7 anos, aparentemente acordaram de vez para o futebol de resultado. No último sábado assistimos o jogo juntos (eles no estilo bem próprio deles, fazendo outras coisas junto). E pela primeira vez senti que o resultado era importante para eles.
Não que não fosse anteriormente, mas, sabe como é… Época de vacas magras. Ainda não expliquei para eles, por exemplo, a eliminação da Libertadores desse ano. Ano passado, título de Palmeiras, só ficaram sabendo depois de uma semana.
Sou daqueles pais que procura incentivar sem forçar. Compro camisa, levo em estádio, mas não pressiono e não obrigo. Graças a Deus os dois aparentemente já se decidiram são-paulinos. Mas a gente sabe o quanto é complicado. Amigos da escola, parentes engraçadinhos. Todos querem de alguma forma provocar, contar vantagem. E isso é uma coisa que nenhum dos dois, até hoje, conseguiu fazer contra torcedores de outros times.
Desde sábado, porém, os dois vem me perguntando com frequência se ganharemos domingo. Se iremos para a final. Se eliminaremos o Palmeiras. Nem as contratações da semana, antes tão destacadas quando aconteciam, tiraram o interesse no resultado da partida do próximo final de semana.
E toca ficar imaginando se passaremos, se conseguiremos finalmente ganhar no chiqueiro, se sera nos pênaltis, se será finalmente o momento de felicidade que tanto esperamos. Ou se, mais uma vez, iremos amargar a tristeza de uma eliminação.
Em um momento tão inglório de nossa história tricolor, claro que passa pela minha cabeça que uma derrota possa ser um balde tão grande de água fria que traga duvidas de volta à cabeça deles. Mas prefiro pensar diferente.
Prefiro pensar que essa é mais uma ótima oportunidade para demonstrar a eles o tamanho da minha são-paulinidade e, na vitória ou na derrota, mostrar para eles que o que importa é esse sentimento que nos une.
Bruno Godinho, 38 anos, administrador de empresas e cantor nas horas vagas, é um são-paulino convicto desde os Menudos do Morumbi. Fanático pelo Tricolor Paulista e por futebol, sempre gostou de escrever e falar sobre o assunto, sendo o representante da torcida Tricolor no Sala de Imprensa, da finada Bradesco Esportes FM.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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Foto: Rummens