#ColunaAT – Dia do goleiro. Vou de Zetti

A Coluna do Felipe é publicada às quintas-feiras pelo Felipe Morais e sempre trará detalhes sobre a rica história do Tricolor! Clique aqui e veja todas as edições da coluna.

Amigos tricolores.

No dia 26, de Abril, última 6ª feira, foi o dia do goleiro. Função tão importante no futebol que até um dia especial ele tem! O goleiro é o único jogador que se jogar mal, invariavelmente o time perde! O zagueiro pode falhar, o goleiro está lá para impedir o gol adversário. O atacante pode perder um gol feito, o goleiro está lá para garantir o 0x0! O camisa 10 pode perder um pênalti, mas lá está o camisa 1 para defender tudo! Mas se esse falhar, também, o time perde! Não tem milagre, mesmo que muitos goleiros sejam quase santos de tantos milagres que fazem em campo.

O Dia do Goleiro é celebrado em 26 de abril em homenagem à Aílton Corrêa Arruda, mais conhecido como o “goleiro Manga”, consagrado como um dos melhores goleiros da história! A ideia de criar o Dia Nacional do Goleiro surgiu em 1975, a partir de uma iniciativa dos Professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, Raul Carlesso e o capitão Reginaldo Pontes Bielinski. Carlesso era o preparador físico da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo de 1974 e foi o pioneiro em desenvolver uma preparação especial para os goleiros no Brasil.

Goleiros do São Paulo

Eu não vi todos os goleiros que o São Paulo teve jogar, mas sou um apaixonado pelo time e historias, logo converso muito com quem os viu, ou vou ler sobre eles! Na minha infância, influenciado por Gilmar e na sequencia Zetti, eu fui goleiro. E era um bom goleiro, até, tinha Taffarel como um ídolo, até tenho em casa uma camisa que ganhei dele, em 1991, quando ele era o goleiro do Parma (Itália), pela amizade que ele tinha com o melhor amigo do meu pai, Carlos Castaldo, que na época morava na Itália e era o gerente do banco onde Taffarel tinha alguns investimentos. Isso me fez sempre respeitar muito essa profissão e admirar não apenas goleiros do São Paulo, como outros, na lista Marcos, Dida, Buffon, Michel Preud’homme, Zenga, Zubizarreta… e por ai vai. O mundo nos deu goleiros espetaculares, mas de todos, que eu vi jogar, sem clubismo, Zetti é imbatível!

O São Paulo, até 2015, nunca teve grandes problemas com a camisa 1, ou 01, do Ceni, que até a sua aposentaria mostrava que o São Paulo poderia ter problemas na defesa, meio ou ataque – onde veio cada catástrofe para jogar com nossa camisa – mas no gol, não! Essa era uma área que não tínhamos dor de cabeça. Foram caras como King, José Poy, Waldir Peres (que antes de Rogério, com 617 jogos, havia sido o jogador que mais vestiu o manto tricolor), Sérgio Valentim, Gilmar Rinaldi, Rojas, Zetti e Rogério Ceni que por décadas nos deram segurança no gol. Isso sem contar o jovem Alexandre, que morreu em um grave acidente. Para o livro do Telê, Moraci Santana me confessou que, se não tivesse morrido, Alexandre assumiria a titularidade do São Paulo em poucos meses como Telê já havia alertado ao Zetti. E talvez o M1TO nem surgisse. Mas no campo do “se” nada sai do lugar. Me lembro de um outro goleiro, que apareceu bem na base: Márcio. Tinha tudo para ser um goleiro de destaque, menos algo importante: cabeça. Se fosse um cara ajuizado, Ceni teria muito trabalho com esse reserva, que depois foi rodar por diversos times, mas nunca foi o destaque, que tinha potencial para ser, alias, pesquisando aqui para o artigo, mesmo ainda com idade para jogar, 37, hoje ele trabalha na base do São Paulo.

Nesse período de grandes goleiros, também, sofremos um pouco com alguns reservas como: Maizena, Marcos, Anselmo, Roger, Gilberto, Alencar, Bosco, e sem dúvida o que mais nos deu nervoso, Denis! Nossa sorte é que foram sempre reservas. Rogério Ceni, sem duvidas, foi o melhor dos reservas, foi de Zetti, com quem muito aprendeu, e em 1997 se tornou o titular absoluto do time até 2015, quando pendurou as luvas. Depois, tivemos que aguentar Denis, por um longo tempo, Renan, que na minha opinião era muito bom e o melhor, da era pós-Ceni, Sidão, esse dava medo só de ver, até hoje não sei como Ceni o indicou para o São Paulo. De goleiro, Ceni conhece! E por fim, Volpi, que começou mal, mas agora tem dado conta do recado. Não é um goleiro a altura de Zetti ou Ceni, mas está dando a segurança que perdemos em 2015. Ainda há Lucas Perri, que o São Paulo aposta muito, no garoto. Para muitos, será o titular do tricolor a partir de 2020, caso Volpi não fique. Torcendo por isso. Jean, bom, esse ainda precisa provar a que veio, aliás, pelo valor que veio!

Zetti x Ceni

É inevitável a comparação. Uma coisa eu posso dizer, para mim, Zetti foi mais goleiro. Não devemos comparar quem ganhou mais títulos, afinal, nenhum outro jogador no São Paulo, e talvez no Brasil, ganhou tantos títulos como Rogério Ceni, assim como não podemos comparar a artilharia de um, versus a do outro que nunca tentou. Temos que comparar tecnicamente e por mais que estamos falando de dois grandes goleiros, vejo Zetti um pouco à frente!

Enquanto escrevia o livro, eu fiz uma pesquisa nesse sentido. Para a minha rede de amigos, que por termos mais ou menos, a mesma idade, viram Zetti e Ceni jogar, sem exagero, 90% optam por Zetti. Uma enquete, que fiz em um extinto grupo de e-mails, deu um pouco menos, 85% disseram ser Zetti. Em alguns grupos de Facebook, Zetti levou uma vantagem um pouco menor, 70%, porém, em uma recente enquete no Twitter, Ceni levou 60% dos votos. No geral, Zetti, na opinião da maioria, foi melhor, o que não é nenhum demérito. Garrincha foi genial, mas Pelé é Pelé! Schumacher foi um espetáculo como piloto, mas Senna é Senna. E por ai vai, dizer que Zetti foi melhor que Ceni, não tira, nem um pouco do mérito do M1TO, que foi um dos 5 melhores goleiros da história do São Paulo FC. Que eu vi jogar, foi o 2º, mas lembrando que eu vi pouco Gilmar, quase não vi Waldir Peres e os outros, então, nem se fala.

Decisivos

O bom goleiro, quando precisa, é decisivo! Os mais novos, obviamente, votariam em Ceni como o melhor, até porque a cena da defesa contra o Liverpool está na mente de todos os são-paulinos. Realmente, o Zetti nunca foi tão decisivo em um jogo como Rogério foi nessa final, porém, Zetti foi decisivo em muitos jogos fazendo verdadeiros milagres, como os jogos contra o Palmeiras na Libertadores e aquela sequência de 4 defesas na final da Libertadores, de 1993. Se puxar pela história, ambos foram decisivos em muitos momentos, praticaram defesas importantes e nos ajudaram com títulos, mas no final, da disputa, para mim, Zetti, ainda foi mais goleiro.


Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br

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