#ColunaAT – Diego Souza fora, pior para quem?

Raí e Diego Souza - Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net

Espaço do Torcedor é a coluna quase que diária do Arquibancada Tricolor, que dá voz a todos os torcedores da arquibancada. Quer ver seu texto publicado aqui? Mande uma mensagem para nós!

Salve, torcida do mais importante clube tricolor! A nação tricolor dividiu opiniões com relação a saída de nosso então centroavante, e tem motivos…

O consenso é de que vivia má fase, não estava bem. A divergência vem de parte da torcida entende que o negócio, em si, foi péssimo por perder o investimento nele feito. Outra parte admite que em se fazendo um investimento ruim, há que se minimizar as perdas, e sua saída vai ao encontro dessa perspectiva.

O DS chegou ao tricolor como um dos artilheiros do Brasileirão 2017 e assíduo nas listas de Tite, cabe aqui uma dura indagação: para quem foi pior a sua vinda? Para o SPFC ou para Diego?

Há pelo menos três óticas a se considerar: a do Sport, a do SPFC e a do atleta. Ao Sport, é quase unânime, foi um excelente negócio, foram quase 10 milhões de reais por um atleta de 32 anos, perda esportiva a parte, já era um veterano, e o valor foi um achado de mercado, e um alento aos cofres vazios.

Ao SPFC teve gosto amargo pela expectativa. DS chegou ao Morumbi para substituir Lucas Pratto e dar peso a um time que também perdera Hernanes e perderia Petros, nomes de peso. Mas nunca foi a liderança técnica que se pretendia. DS demorou a entrar em forma, teve raras oportunidades com Dorival Jr, que não escondeu que não avalizou a vinda do camisa 9. Com a chegada de Aguirre, ganhou prestígio e condição física, marcou gols decisivos, há que se lembrar, tanto no primeiro quanto no segundo turno, duelos contra Bahia e Cruzeiro (em casa) e Sport (fora) são jogos que me vem à mente de imediato, que Diego foi decisivo. No segundo turno caiu e muito junto com todo o time, passando então a ser questionado o valor de sua contratação. Em 2019, em meio as turbulências precoces, manteve-se o mau rendimento, e passou a ser responsabilizado pela torcida por conta dos maus resultados. Optou-se por liberá-lo em contrapartida a uma preferência de compra de um jogador do Botafogo. Frustrante.

Ao DS também. Veio ao Morumbi em 2018, ano de Copa do Mundo, quando era o reserva imediato de Gabriel Jesus, e pediu para jogar como centroavante para manter-se vestindo a amarelinha. Escolheu vir ao Morumbi, valores à parte, para não correr risco de cair no ostracismo que a disputa de um regional pouco badalado lhe traria, fato que poderia custar sua vaga na seleção. Imaginava que gols no tricolor trariam os holofotes necessários para se manter entre os 23 convocados para a Copa. Ledo engano, tão logo chegou no Morumbi descobriu que teria dificuldades com Dorival Jr, se desmotivou e a desmotivação refletiu em sua forma física, as poucas e más atuações iniciais custaram sua vaga na seleção que foi à Rússia. Em poucos meses, de goleador selecionável, passou a ser um veterano caro e fora de forma. O bom primeiro turno no BR/18 deu a ele esperanças de volta por cima, quando então conheceu os fantasmas do Morumbi, e junto com o elenco viu escapar o título, e quase a vaga da Libertadores. Acusado de paneleiro, apático, acomodado e fora de forma, vai ter de recuperar seu espaço no cenário nacional.

A conclusão que se conduz é que DS não é o único que chegou ao SPFC e parou de jogar. Essa é a regra, infelizmente! DS é só o reflexo de tudo em que transformaram o tricolor, num clube que até o Cueva tratou como sendo menos importante que ele próprio. O Diego não entrava em forma porque não se cobra isso dele, e de ninguém por lá, se acomodou porque esse é clima que paira no clube, se tem panela é porque não há liderança interna, foi apático porque não se motiva com o entorno, não acredita naquilo que integra, e finalmente, trouxe prejuízo ao SPFC porque a diretoria tem pouca aptidão à gestão e rara responsabilidade com o orçamento.

O SPFC enquanto instituição é um clube à deriva e conformado com sua sorte. A continuar assim, virão outros Diegos Souzas, nos resta preservar a paixão, tradição e as glórias que fizeram de nós são paulinos, e, fazem do nosso amor as pilastras que sustentam esse gigante!


Rodrigo Vilela Freitas.São-paulino, de São Paulo/SP, tricolor de coração, família e alma, há pelo menos 29 anos, e nas horas vagas advogado e não menos apaixonado.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net

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