#ColunaAT – O futebol tem se tornado cada vez mais chato

Foto: Wuilmar Matias-Morales

Dois tempos é a coluna do Mário Pravato, publicada no Arquibancada Tricolor desde 2017, abordando tudo sobre o Tricolor Paulista.

Pré-Jogo

Vou aproveitar esta semana de Carnaval, onde os assuntos referentes ao Tricolor diminuíram, ainda mais após a vitória contra o Bragantino. Serão pelo menos 2 semanas de calmaria, até o clássico contra o Palmeiras, que poderá selar o destino do clube no Paulistão 2019.

Hoje quero falar sobre o futebol como esporte.

Primeiro Tempo

Eu sou apaixonado pelo futebol desde os meus 7 ou 8 anos de idade. Minhas primeiras lembranças futebolísticas são da fatídica Libertadores de 94, mas confesso que a cada ano perco mais desse amor, muito mais por aquilo que o futebol tem se tornado atualmente, fora o péssimo nível técnico dos últimos anos.

Uma das minhas maiores críticas ao futebol, é a incapacidade da FIFA em torná-lo mais dinâmico e agradável para os novos consumidores.

Qual foi a última grande revolução no esporte? Eu não considero o VAR, acho que ele traz justiça, mas não revoluciona o jogo, não faz as partidas terem mais gols. Vejam quantos anos demorou para a FIFA permitir uma substituição extra na prorrogação.

Qual é a dificuldade de inovar ano após ano, buscando corrigir os erros do passado? Ou será que a FIFA está satisfeita com essa quantidade de pênaltis absurdos apenas porque a bola tocou no braço do defensor? Talvez eles não estejam nem aí, já que a cada Copa do Mundo, o seu faturamento aumenta em proporções absurdas!

Segundo Tempo

Além do futebol, conheci a NBA também muito cedo, acredito que aos meus 10 ou 11 anos. Sempre torci para o Chicago Bulls e de 2013 para cá tenho consumido o esporte cada vez mais. Na atual temporada, já devo ter visto pelo menos 50 dos 65 jogos do Bulls, fora de alguns outros times. Como a minha operadora de celular me permite assinar o League Pass (que seria uma espécie de PFC do esporte) por um valor baixo todos os meses, não perco nada, começando com o pré-jogo, passando pelos intervalos e pós-jogo. Tudo é um espetáculo!

Outra liga que passei a acompanhar nos últimos anos foi a NFL, e tanto ela quanto a NBA, tem algo que comentei no Primeiro Tempo: ambas buscam um maior dinamismo, que resultem em mais pontos e em mais diversão para seus consumidores.

A NBA nesta temporada fez algumas pequenas mudanças, porém significativas, como diminuir em 10 segundos o tempo de cronômetro após um rebote ofensivo, assim as posses de bola aumentaram e consequentemente os placares.

Na NFL, todos os anos a liga se mexe para melhorar o esporte e também para deixá-lo mais seguro. Uma mudança na última temporada, baixou em cerca de 30% os casos de concussão, algo inimaginável a alguns anos.

O ponto que eu quero chegar é o seguinte: você dificilmente assistirá um jogo entre Chapecoense e CSA pelo Brasileirão neste ano. E se você o fizer, se arrependerá. Inclusive jogos de clubes grandes tem sido chatos, ou vocês não se lembram da final da Copa do Brasil de 2017? Um 0 a 0 de dar sono, onde os times estavam mais preocupados em levar a disputa para os pênaltis.


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Do outro lado, tivemos na semana passada um jogo pela NBA entre Chicago Bulls e Atlanta Hawks, na ocasião o 4º e o 5º pior time da liga em número de vitórias. Se fosse no futebol brasileiro, seria um jogo chato, sem qualquer emoção, porém na NBA o negócio é diferente: o jogo terminou empatado e foi para a prorrogação e voltou a terminar empatado por mais TRÊS VEZES! Ou seja, tivemos 4 prorrogações, já que na NBA nenhum jogo termina empatado (amém!). O Bulls venceu por 168 a 161, no terceiro jogo com mais pontos na história da NBA, além do jogo com mais pontos das duas equipes em suas histórias!

Você que chegou até aqui falará: “mais e o futebol europeu? Este sim dá gosto!”. Sim, o futebol europeu está em um patamar muito mais elevado do que o nacional, porém a discrepância financeira entre os clubes aumenta a cada ano e já estamos vendo 4-5 clubes dominarem as competições há pelo menos alguns anos. Com o dinheiro “ilimitado” de alguns clubes como Manchester City, PSG, Chelsea e até mesmo Barcelona, Bayern e Juventus, a tendência é vermos cada vez menos times de menor expressão conquistarem algo grande, como foi o Porto em 2003/2004, que conquistou a Champions League. O Porto não é pequeno, porém perto dos gigantes, não consegue estar no mesmo patamar.

O futebol precisa se reinventar, está chato, está totalmente ligado aos milhões, seja dos clubes e dos jogadores. E isso que eu não vou perder meu tempo falando dos jogadores atuais, que não conseguem acertar um passe, mas que estão com o corpo coberto de tatuagens e com o feed do Instagram em dia…


Mário Pravato Junior

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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Foto: Wuilmar Matias-Morales

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