Galera do Arquibancada Tricolor, há tempos queria escrever um pouco aqui sobre um personagem vitorioso, importante na história do São Paulo, mas tido como muitos como vilão.
O camisa 10 do nosso Tricampeonato Mundial em 2005 talvez seja um dos mais discretos nomes e com pouco marketing daquela era dourada, mas definitivamente, um dos mais importantes.
Criticado por muitos na época, como lento, foi um jogador taticamente inteligente e que aparecia de forma decisiva nos clássicos.
Apesar de seu currículo vencedor, Danilo nunca vestiu a camisa da seleção brasileira.
O meia conseguiu o feito de ser multicampeão nos dois clubes de maior torcida do estado e por isso mesmo, carrega um rótulo de “traidor” por alguns torcedores são-paulinos.
Porém, essa história precisa ser melhor contada para que essa injustiça não seja levada a diante pela cegueira do clubismo.
A chegada ao Tricolor
Em 2004, Danilo foi contratado pelo São Paulo naquele pacotão de jogadores que atuavam pelo Goiás, quando Cuca era o treinador no Morumbi.
Com a camisa Tricolor, Danilo disputava posição com o meia Marquinhos, mas logo se tornou titular e foi uma das peças-chave nas grandes campanhas realizadas na época.
O camisa 10 permaneceu durante 3 anos no Morumbi, conquistando o Paulistão, a Libertadores, o Mundial e um Brasileirão, marcando 37 gols no total.
Alguns desses gols em clássicos importantes e jogos decisivos, como aqueles inesquecíveis confrontos com o River Plate, nas semifinais da Libertadores de 2005.
O ponto de discórdia para a torcida
Após a trajetória de sucesso no São Paulo, Danilo partiu para o Kashima Antlers no Japão, onde ficou até 2009.
No final daquele ano, o jogador chegou a negociar seu retorno para o Tricolor, mas o que se dizia na época, é que Juvenal Juvêncio preferiu a manutenção do atacante Washington do que a volta do meia.
Elegantemente, Danilo nunca mencionou de forma pejorativa esse episódio e até em uma entrevista no UOL, declarou que foi uma decisão tomada em conjunto com seu empresário.
“Estava no Japão há três anos e, na época, estava conversando para retornar ao São Paulo. Mas no final da história acabei indo para o Corinthians, em um ano que a equipe estava em evolução.”, declarou o atleta em 2019.
Não preciso lembrar aqui a trajetória do meia no nosso rival, pois todos sabemos como foi, conquistando muitos títulos também.
Despedida de Rogério Ceni
Por sua história no São Paulo e amizade com Rogério Ceni, Danilo foi convidado para atuar na despedida do Mito, no Morumbi, mas logicamente, por atuar em um rival, declinou o convite.
Muitos torcedores mais fanáticos, entenderam a atitude como um desrespeito, mas pense no inverso: Como você se sentiria se um jogador do São Paulo aceitasse vestir a camisa do rival na despedida de um ídolo deles?
Danilo, que já declarou em outras oportunidades, ser torcedor do São Paulo, logicamente criou um vínculo com o Corinthians, o que é compreensível, mas no atual mundo onde tudo é levado a ferro e fogo, é visto como um traidor por muitos.
O fato é que o jogador nunca desrespeitou o São Paulo (até existe uma suposta imagem atribuída a ele, com uma referência pejorativa) e mesmo em entrevistas pós-jogo, sempre se referiu com respeito a sua passagem pelo Morumbi.
Sem dúvidas, um atleta que deveria ser mais reconhecido pelo que fez no São Paulo, mas que vai sempre carregar essa “culpa” por ter sido vencedor também no principal rival do Tricolor.
Em 2006, logo após a conquista do quarto título brasileiro pelo Tricolor, ele declarou ser são-paulino:
Já vestindo a camisa do rival, em 2013, Danilo participou do programa de Danilo Gentili e deu uma escorregada em uma pergunta, lembram-se?
E você leitor, o que acha? Danilo merece seu respeito? Comente conosco!
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