Empate no Majestoso mantém tabu, mas não é fim do mundo | OPINIÃO

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

O resultado de 2 a 2 no Majestoso disputado na Arena Neo Química não era o esperado pela maior parte da torcida Tricolor. Era natural esperar um triunfo do São Paulo quando analisamos os resultados recentes das duas equipes. O Tricolor vinha de oito vitórias consecutivas sob comando de Hernán Crespo e, do outro lado, o rival vinha de uma derrota dolorida contra o Peñarol, em casa, pela Copa Sul-Americana.

Ainda bem que, no futebol, os números não entram em campo e o resultado é decidido ao longo dos 90 minutos. Quem decide o placar são os personagens que protagonizam o espetáculo e é isso que precisa ficar claro. Por conta da partida contra o Racing, pela Copa Libertadores, o técnico argentino optou por escalar um time mais reserva do que titular em Itaquera. É evidente que uma mudança dessas iria impactar no resultado.

O São Paulo entrou em campo com mais de cinco reservas, considerando o time que venceu o Rentistas no Morumbi na última quinta. Isso porque tem um jogo mais importante na quarta-feira, já está classificado para a próxima fase do Paulistão e, principalmente, porque um tabu não pode afetar um planejamento.

São Paulo x Corinthians - Miranda
Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

A série de 14 jogos sem vencer na Arena pesa no psicológico, mas a missão de Crespo no São Paulo não é quebrar esse tabu. O objetivo do ex-atacante argentino é fazer o clube competir em diversas frentes, o que entrega com maestria até aqui. Se o argumento utilizado contra a estratégia for o número de vitórias em clássicos, vale lembrar que o Tricolor segue invicto neles na temporada 2021. Goleou o Santos, venceu o Palmeiras no Allianz e empatou com o Corinthians na Neo Química. O clube confirmou a melhor campanha da primeira fase, independentemente dos outros resultados, então porque expor os atletas a mais um jogo considerado, no momento, sem tanta importância?

Além do fato de entrar com um time mais reserva do que titular, alguns jogadores não estavam em seus melhores dias. Pressão por conta do retrospecto? Talvez, mas não há a possibilidade de cravar isso. Nestor, Vitor Bueno, Welington e Igor Vinícius foram muito abaixo. Coincidentemente, os dois últimos, os alas, permitiram gols pelos seus setores. O rodízio é normal, ainda mais em um momento de maratona entre Paulistão e Libertadores e não há como criticar a escalação de Crespo.

Avaliadas todas as variantes do clássico, o resultado final não é negativo para o Tricolor. Não quebrou o tabu é verdade, mas manteve o planejamento nos trilhos, continuou invicto em clássicos e deu um descanso para as suas principais peças visando a importantíssima partida contra o Racing no meio da semana.

São Paulo x Corinthians - Luciano
Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

O campeonato é muito mais que um clássico. No momento decisivo, Crespo não irá poupar esforços para quebrar o jejum no estádio do rival, mas quando existir a necessidade de mesclar a escalação por conta de um calendário apertado ou para priorizar uma competição, o argentino já mostrou que fará isso independentemente do adversário.


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