Era Aguirre: Iniciativa e atitude ou apenas sorte?

Caros Tricolores Tri-Campeões Mundiais. Sei que ainda é cedo pra falar isso, mas estamos prestes a ir para uma final de Campeonato, como há muito tempo não íamos. Digo isto pois largamos na frente na disputa pela vaga na final do Campeonato Paulista, após vencermos o Corinthians no jogo de ida das semifinais, por 1 a 0, em casa. Claro, ainda tem o jogo de volta, mas aí vai entrar a questão que quero trazer nesta breve análise com vocês, nossos fiéis e benquistos seguidores.

Até o último jogo contra o Palmeiras, no dia 8 de Março, em que o São Paulo foi derrotado e teve Dorival Júnior demitido do cargo de treinador, o São Paulo era um time mal visto, sem entrega, sem padrão de jogo, sem uma cara para que pudéssemos saber qual a ideia que o time propunha. Enfim, era um time transparente, sem nenhum grande conteúdo e que, inevitavelmente, estava a ponto de mergulhar numa crise absurda pois, já em Março, dava indícios que seria um ano de sofrimento.

No entanto, Diego Aguirre chegou e, mesmo antes de iniciar seu trabalho, o São Paulo já demonstrava uma mudança drástica, tanto em resultados, como em convencimento, em apresentação de futebol. Ainda com André Jardine comandando o time de forma interina, o São Paulo conseguiu dois resultados bons, marcando três gols em uma mesma partida, algo inédito em 2018. De lá pra cá, apenas uma partida sob o comando de Aguirre foi realmente deprimente: a ida contra o São Caetano, na casa do adversário, dia 17 de Março. Na ocasião, Aguirre praticamente copiou Dorival Júnior e viu o que viu.

Tudo mudou na partida de volta, no meio da semana passada. Na partida de volta contra o mesmo São Caetano, no Morumbi, o São Paulo reverteu um resultado como quase nunca fazia nos últimos anos, com gols de Tréllez e Diego Souza. Por sinal, o primeiro gol do colombiano com a camisa do São Paulo, e o gol que findou um jejum de Diego Souza, que vivia um grande impasse sobre a posição que deve jogar. A questão que entra aí é: o primeiro gol do São Paulo foi oriundo de uma falha incrível do goleiro Paes, que demorou para dar o chutão e permitiu que Tréllez roubasse a bola e marcasse, com isso, o jogo se tornou outro. Mas também, é claro, temos que reconhecer a força de vontade do nosso centroavante, que correu e foi objetivo na bola.

A outra situação que nos remete às perguntas do título desta coluna é justamente a vitória contra o Corinthians, a primeira em clássicos nesta temporada. Já começa pelo fato de termos um retrospecto absolutamente negativo em confrontos de mata-mata contra todos os rivais, além disso, há anos não ficamos tão próximos de uma classificação para uma final de campeonato oficial. Basta não perdermos na casa do adversário, algo complicado, tendo em vista tanto o retrospecto, quanto o fator torcida, já que teremos torcida única adversária. Será um grande teste de fogo para o elenco e nosso novo treinador, que ainda está entrando no décimo dia de trabalho no São Paulo.

Ah, sobre o fator sorte na última partida, podemos considerar o gol marcado? Afinal, Mantuan chutou a bola em cima de Tréllez, que correu, chutou para a defesa de Cássio e a bola sobrou para Nenê fazer o gol no rebote. Primeiro, quantas vezes temos a sorte de adversários (principalmente rivais) errarem assim contra nós e, mais ainda, quantas vezes vimos goleiros adversários rebaterem e a bola sobrar para um atacante nosso? Pelo que eu me lembre, fazia tempo!

Findo esta coluna apenas reiterando que eu não estou escrevendo com o intuito de desmerecer o São Paulo e seus objetivos alcançados. Só quero mostrar que, além da garra já vista no time com a chegada de Aguirre, a sorte está, finalmente, caindo para o nosso lado, o que eu não via por aqui há muito tempo.

Por Igor Martinez

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