A depender da sorte do São Paulo no jogo de volta da Copa do Brasil, diante do Fortaleza, é muito provável que o clima de permanência do técnico Hernán Crespo não seja dos melhores. Mais do que a histórica eliminação para o Palmeiras na Libertadores e a situação delicada na classificação do Brasileirão, pesa contra o argentino uma sombra nada agradável de se ter no Tricolor: o ídolo Rogério Ceni.
Apesar de ter devolvido ao São Paulo a alegria de erguer uma taça – o que não ocorria a quase uma década -, muitas pessoas de escol acreditam que é muito pouco para um clube de tamanha grandeza. O Campeonato Paulista representou um alívio imenso e devolveu um pouco de orgulho à torcida, mas, de lá para cá, os tropeços e a instabilidade da equipe causam certa preocupação, mormente quando é analisada a briga contra o rebaixamento já na metade do torneio nacional.
As escolhas de Crespo são alvo de constantes críticas. Além das opções duvidosas, como a manutenção de Pablo e as constantes investidas em Vítor Bueno, o fato de o técnico escalar times mistos ao longo do Brasileirão semeia uma discordância de parte de jornalistas, torcedores e ídolos do clube, a fazer com que uma segunda eliminação em um curto intervalo de tempo possa representar o fim da relação entre o técnico argentino e o clube do Morumbi. O elenco não é tido como ruim, e a sequência de reveses pesa bastante para o contexto que o time vive.
Com a saída de Daniel Alves e as chagas expostas das finanças, uma solução para dar um choque de realidade seria colocar à frente do comando técnico alguém que tenha o perfil do São Paulo. E essa figura pode ser nada menos do que um dos maiores ídolos da história do clube: Rogério Ceni. Após a sua controversa, porém vitoriosa, passagem pelo Flamengo, o técnico se encontra no mercado e faz dura sombra ao argentino tricolor. O lobby, por sinal, parte até mesmo de ídolos, como é o caso de Cicinho – multicampeão ao lado de Ceni defendendo as cores do time.
O empate no primeiro jogo do mata-mata, em pleno Morumbi, reacendeu o sinal de alerta sobre o conjunto do trabalho de Crespo. Após a eliminação vexatória no choque-rei, além de péssimos resultados diante de adversários mais fracos na competição nacional, uma troca de técnico poderia ser a solução para devolver ao São Paulo a confiança de outrora. A despeito disso, o presidente Júlio Casares vem demonstrando total confiança no trabalho do seu treinador; mas a fidúcia pode cair por terra diante de uma tragédia na Copa do Brasil, aliada ao bom relacionamento de Rogério Ceni com a diretoria do clube.
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