Investimentos corretos no Tricolor?

Apesar de avançar até a quarta fase da Copa do Brasil sem sustos, a instável campanha do São Paulo na primeira fase do Paulistão e derrotas nos clássicos, deixa uma imagem preocupante para o torcedor Tricolor.

Muito já se debate sobre o desempenho do time e como o esquema tático adotado por Dorival Júnior (e repetido por Aguirre em sua estreia) se mostrava equivocado. Há até questionamento se a diretoria do São Paulo vem pressionando os treinadores a encaixar os medalhões contratados no elenco, por conta do investimento realizado.

E é exatamente este o ponto que gostaria de opinar aqui: Será que investimos corretamente?

Oportunidades de mercado

Logicamente, gerenciar um clube de futebol do tamanho do São Paulo, não é algo simples como administrar um time no FIFA, PES ou outros jogos do tipo. Porém, é compreensível que algumas oportunidades de mercado tenham sido aproveitadas, como Anderson Martins e Nenê, para compor um elenco que sofreu duas perdas terríveis no final de 2017, com as saídas de Hernanes, Pratto e Gilberto.

Analisando os valores divulgados pela mídia, o São Paulo investiu /se comprometeu com cerca de R$ 30 milhões em três reforços, que não vieram para resolver. Veja:

  • Jean – Goleiro: De acordo com o Globoesporte.com, por 75% dos direitos econômicos de Jean, o São Paulo paga 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 9,8 milhões) durante dois anos. Uma cláusula determina que se o goleiro cumprir metas, o Tricolor paulista tem a obrigação de adquirir os 25% restantes por mais 1 milhão de euros. Ou seja: R$29.8 milhões comprometidos em um goleiro que é jovem, pode ter futuro, mas não vem para ser titular e resolver.
  • Tréllez – Atacante: Segundo o Lance, o São Paulo paga R$ 6 milhões para ficar com apenas 70% dos direitos econômicos do atleta que assinou contrato de quatro anos com o clube. O que mais causa espanto, é o desempenho do jogador em toda sua carreira: 50 gols marcados em 224 jogos (somando a seleção sub-17 da Colômbia). Definitivamente, não é um atacante que chega para resolver nada.
  • Diego Souza – contratado como atacante: O Globoesporte.com divulgou em janeiro a contratação de Diego Souza por R$10 milhões junto ao Sport Recife.  O atleta vinha sendo convocado para a seleção por Tite, na função de atacante e chegou ao Tricolor com a missão de substituir Lucas Pratto, vestindo inclusive, a camisa 9. Porém, o jogador viveu os melhores momentos na carreira como meio campo e quase não atuou assim no São Paulo.

 

Sempre é importante reforçar o elenco, ainda mais o combalido time do São Paulo de 2017 e estas, eram posições carentes no time, mas o alto valor investido em jogadores de qualidade ou momento duvidoso, vão mostrando o seu preço hoje.

Mesmo que não haja um pedido expresso, há uma pressão natural para que jogadores mais caros sejam utilizados no time titular, mas já comentamos aqui, inclusive, que o time não rende com Cueva, Nenê e Diego Souza juntos. Algo semelhante ao que acontecia com Ganso e Jadson em 2013.

O São Paulo de 2018, acaba repetindo erros de planejamento e gestão que acontecem desde 2009, quando o clube parou de buscar jogadores para uma estrutura e espinha dorsal já consolidada, para trazer medalhões ou oportunidades de mercado. Lembram-se que entre 2004 e 2008, o São Paulo tinha um mesmo formato padrão de jogo (embora apresentasse suas variações táticas), mas fazendo contratações pontuais.

Quando Josué e Mineiro saíram, entraram Hernanes e Richarlyson. Lugano, quando negociado, foi substituído por Miranda e a estrutura se mantinha. Claro que houve erros crassos na época, mas o sistema e estrutura vencedora, não se aleternava. Isso foi muito bem copiado pelo Corinthians de Mano Menezes e Tite, algum tempo depois.

 

Dinheiro no ralo?

Claro que ainda é cedo cravar qualquer coisa, por mais que o cenário seja ruim no momento, mas continuamos a assistir contratações sem critério (incluindo aqui a manutenção do fraco Edimar) e que podem até gerar algum benefício financeiro para algum lado, mas não técnico. Outro fato é que Diego Souza ainda não foi praticamente utilizado na função que desempenha melhor futebol e não pode ser crucificado aqui.

Para efeito de comparação, o passe de Hernanes custou ao Hebei Fortune da China, o valor de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 40 milhões). Claro que utilizo aqui apenas um exemplo, já que os salários do Profeta, correm em torno de R$2 milhões / mês, um valor irreal para o futebol brasileiro.

Será que estes mesmos R$ 30 milhões investidos ou já comprometidos, não poderiam ter uma aplicação melhor planejada?

hernanes volante do sao paulo | Arquibancada Tricolor

A pressa é inimiga da perfeição e assim como o São Paulo vem errando nas contratações urgentes de treinadores, por demissões em massa, parece que vem repetindo o erro na montagem dos elencos ano após ano.

Deixo aqui a reflexão a vocês e o debate aberto!

 

Fontes: Globoesporte.com e Lance!
Fotos: Rubens Chiri/saopaulofc.net e Rummens

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