Quem é o Corinthians na fila do pão?! | Opinião

Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press

Neste domingo o São Paulo receberá o Corinthians no Morumbi para mais um Majestoso no Campeonato Paulista. O clássico, que já decidiu a competição em seis oportunidades, terá mais um capítulo – desta feita, sem maiores pretensões que não a mantença do tabu histórico de cinco anos nos domínios do Tricolor. Devido a isso, e também levando-se em conta que o adversário foi derrotado na estreia e virou no susto contra o Guarani na última rodada, muitos acreditam em uma vitória fácil do time de Ceni. Mas é preciso se atentar: o outro lado não é qualquer um na fila do pão.

Veja bem: o São Paulo está invicto em 2023 e é o líder isolado do Paulistão. O rival, por sua vez, figura na sexta colocação geral, mas apenas um ponto separa ambos. A análise perfunctória, por si só, é suficiente para demonstrar a incipiência de qualquer euforia; entretanto, e para além disso, é preciso também trazer à baila a invariável questão “jardeliana”: clássico é clássico, e vice-versa. Apesar da goleada na última rodada, é de bom alvitre lembrar que a própria torcida vaiou o time contra o Ituano, no mesmo Cícero Pompeu de Toledo, na estreia. E que a vitória sobre a Ferroviária também começou com um susto, pelo gol no início da partida.

Colocar os pés no chão, neste momento, é importante para os rumos do time na temporada. Uma derrota para o Corinthians, que tem jogadores de qualidade dos jaezes de Cássio, Yuri Alberto, Renato Augusto e Roger Guedes, apenas a título de exemplo, deve ser encarada como natural, caso ocorra – e por mais que não se deseje. Isso porque o trabalho que Ceni realiza no clube, com duas finais recentes, uma semifinal de Copa do Brasil e uma filosofia transparente, não deve ser posto em xeque por desventuras no Majestoso de amanhã.

Não há, aqui, nenhum espírito conformista ou derrotista; sou, ao revés, dos mais otimistas quanto ao resultado do embate de domingo, pois. Contudo, a imprevisibilidade do futebol, cheio de áleas e infortúnios, faz-me adotar a cautela dos sábios. Ainda que veja favoritismo, o imponderável resultado adverso terá invariavelmente como resguardo, quando mínimo, o benefício da dúvida para o até aqui muito bom trabalho de Rogério Ceni frente ao Tricolor. O Corinthians, com ou sem tabu, é dos mais indigestos. Não nos deixemos contaminar pelo momentum.

Mas que dê Tricolor, por óbvio.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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