Quem foi o melhor goleiro do São Paulo?

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Amigos tricolores

No último dia 26 de abril, comemoramos o Dia do Goleiro. Dizem que o goleiro é uma profissão tão ingrata, que onde ele pisa nem grama nasce, claro, uma imagem figurativa dos campos da várzea, onde muitos começaram, e acredito que muitos de nós já jogaram, ou jogam ainda.

O São Paulo, na maioria dos seus times, teve grandes goleiros. King, Poy, Sérgio Valentim, Waldyr Peres, Zetti, Rogério Ceni e Gilmar. Foram grandes arqueiros que apenas abrilhantaram a história de goleiros brasileiros como Gilmar dos Santos Neves, Taffarel, Leão, Carlos, Félix, Barbosa, Julio César, Oberdan Cattani, Dida, Marcos… a lista é gigante! Mas vamos focar no nosso tricolor do Morumbi.

Ídolos de gerações

Para o meu pai, Waldyr Peres era o melhor, mas já ouvi que José Poy é o verdadeiro mito, não apenas pelo o que fez em campo, mas principalmente pelo o que fez fora. Muito do nosso estádio se deve ao ex-goleiro argentino que vendeu títulos de cadeira cativa. Não podemos esquecer de Roberto Gomes Pedrosa, que dá o nome a praça em frente ao estádio do Morumbi ou King, goleiro do rolo compressor da década de 40. Até Raul Plassman passou pelo tricolor antes de virar um dos maiores goleiros da história do Cruzeiro.

Reservas memoráveis

Na época do Telê, surgiu um goleiro, que para muitos, era o melhor do time, e que em breve colocaria Zetti no banco. Quem me contou isso? Moraci Santana e o próprio Zetti: Alexandre, que faleceu precocemente aos 20 anos de idade. Talvez, se ele não tivesse partido tão cedo, Rogério Ceni, não teria sido o mito que foi. Mas o “se” não vale de nada. Weverson era outro que poderia ter tido destaque se um trágico acidente de carro não tivesse dado a ele, o mesmo destino de Alexandre.

Bosco passou anos na reserva de Rogério Ceni, assim como Roger que veio do Flamengo sendo titular no time carioca. Antes, na época de Zetti, o São Paulo tinha um reserva de muito talento, Márcio, mas que a falta de cabeça o fez percorrer times de menor expressão, exceto o Grêmio, onde jogou apenas 1 ano. Explosivo, se perdeu nisso. Rojas revezava com Gilmar a titularidade, nunca se firmou, saiu do São Paulo em 1989, abrindo espaço para Zetti chegar.

Goleiros para esquecer

Eu não poderia deixar de citar alguns dos “grandes” goleiros que tivemos. Até hoje, eu não acredito que Rogério Ceni, com toda a sua experiência e conhecimento da área, indicou o pior dos goleiros que eu vi com a camisa do São Paulo: Sidão!

Me lembro ainda de Anselmo e Maizena, reservas de Gilmar nos anos 80 e Alencar, que, reserva de Rogério Ceni, tomou 7 gols em São Januário e sumiu do mapa! Gilberto veio para fazer sombra em Zetti, a pedido de Telê, pois Rogério era muito novo e Gilberto havia feito um bom campeonato por um time do nordeste, não deu nem para assustar o grande Armelino Donizetti Quagliato! Denis disputa com Sidão o título de pior goleiro que o São Paulo teve. E olha que chegamos a uma semifinal de Libertadores com ele.

Os melhores

Waldyr Peres, Sérgio Valentim, Poy, Rogério e Zetti. Pelo o que sempre ouvi, esses foram os 5 melhores do tricolor. Poy e Sérgio, nunca vi jogar, mas confio na opinião do meu pai e avô que sempre falaram muito bem deles. Waldyr Peres eu era muito pequeno, mas foi goleiro de uma Copa do Mundo, tem crédito. Zetti eu vi muito bem, para mim, o melhor. Muita gente dirá ser o Rogério Ceni, até pelos números do goleiro, sem dúvida o maior recordista do tricolor, mas debaixo das traves, Zetti foi melhor. Não foi muito melhor, mas foi melhor. “Miltonevesdisticamente” falando, Zetti era 9,7. Rogério Ceni, 9,2.

Rogério ganhou muitos títulos, Zetti foi o jogador que mais atuou na era Telê, ganhando praticamente os 30 títulos que a era Telê trouxe ao São Paulo, sem dúvida, ambos são os goleiros mais campeões com o tricolor, sendo os goleiros dos principais títulos, Zetti com 2 Libertadores, 2 Mundiais e 1 Brasileiro. Rogério com 1 Libertadores, 1 Mundial e 3 Brasileiros. Waldyr e Gilmar venceram Brasileiros também. Focarei os títulos apenas no 6-3-3, os principais títulos do São Paulo.

Zetti fez milagres assim como Ceni. Sem dúvida, o que Ceni fez no mundial contra o Liverpool foi digno de craque! Mas na final de 93, a sequencia de 4 defesas de Zetti também foi algo espetacular! Se jogassem na Europa, Zetti na década de 90, Rogério nos anos 2000, fatalmente seriam eleitos, em algum – ou alguns anos – os melhores do mundo, mas jogando no Brasil isso se torna complicado.

Ambos, na minha opinião foram injustiçados nas seleções brasileiras. Zetti, em 1994 estava em uma fase melhor que Taffarel, mas esse era o queridinho do retranca Parreira e Zagallo. Um excelente goleiro, mas o momento era de Zetti. Em 1998, Tafarell vinha melhor. Rogério, em 2006, até pelo ano de 2005, era para ser o titular do mesmo retranca Parreira, que optou pelo pegador de pênaltis, Dida. A briga era complicada, pois Marcos e Dida viviam grande fase, porém, em 2010, depois do tri nacional, Rogério, mais goleiro que Julio César, merecia ser o titular da Copa. Até 2014 Rogério poderia ter ido, Enfim, coisas do futebol.

No resumo: Espaaaaaaaaaaaaaaalma Zetti foi mais completo!


Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br

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Foto: Divulgação

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