São Paulo não encontra alternativas para as ausências de peças importantes | OPINIÃO

Foto: São Paulo FC

No último domingo (20), o São Paulo visitou o Santos na Vila Belmiro e perdeu mais uma partida pelo Campeonato Brasileiro. O Tricolor segue sem vencer na competição e, dos 15 pontos possíveis, somou apenas dois. É o pior início do time no Brasileirão na era dos pontos corridos (2003).

Não dá para deixar de lado o fato de que a ausência de sete jogadores (isso mesmo, sete jogadores) prejudica e muito as opções de Hernán Crespo. Para o SanSão, o São Paulo estava sem Daniel Alves, Arboleda (defendendo o Equador na Copa América), Miranda, Hernanes, William e Nestor. Benítez era a novidade, ainda que no banco de reservas.

Após a partida, o treinador argentino perdeu Luciano e Diego Costa, que saíram machucados, e Reinaldo e Igor Vinícius, ambos suspensos por cartões amarelos. É um momento de instabilidade que se soma a uma onda de contusões. Mas qual o motivo de tantos jogadores estarem parados no departamento médico?

É simples. A sequência de partidas e o ritmo imposto por Crespo são a resposta. Primeiro, por conta da pandemia e do calendário totalmente descabido imposto pela CBF (não se deixe levar pelo papo de que os clubes “aceitam as datas”) em algumas semanas o São Paulo foi a campo três vezes. Os frutos desse desgaste apareceram agora. Em segundo lugar, o ritmo pedido pelo treinador argentino é extremamente intenso, o que desgasta mais o atleta. Observe, não é um erro de Crespo, que consegue deixar o time afiado durante os 90 minutos, mas uma hora a conta chega.

Com as ausências de jogadores-chave no elenco, como Benítez, Daniel Alves, Arboleda e Luan, o 11 inicial do time do Morumbi ficou extremamente prejudicado. Dito isso, é necessário voltar a uma opinião dada em 1 de junho, que adiantava o ponto de que o São Paulo não podia se tornar dependente de alguns poucos nomes. No Paulistão, com times considerados mistos, os reservas que entravam conseguiam ter um bom desempenho, casos de Galeano, Sara e até Vitor Bueno.

A questão é que sem a base do time, fica difícil pedir para que um “conjunto” de jogadores, que quase não atua junto, renda o necessário no Brasileirão. É evidente que a equipe, mesmo reserva, pode entregar muito mais e são vários pontos que têm contribuído para os resultados negativos.

Contra a Chapecoense, o erro da arbitragem ao expulsar Nestor tirou o time do jogo. Já contra o Santos, a escalação errada de Reinaldo na zaga e as péssimas atuações de Igor Vinícius, Diego Costa, Liziero e Gabriel Sara fizeram com que a equipe simplesmente não assustasse o mandante.

Com uma zaga totalmente vulnerável e um buraco no meio-campo, que em tese deveria ter sido preenchido por Sara, o ataque fica desconectado da defesa, fato que foi corrigido com a entrada de Benítez. Mesmo voltando de lesão, o meia achou pelo menos três boas jogadas que deixaram os companheiros em boa situação para finalizar.

Isso mostra que o time é totalmente refém de algumas peças-chave, como Benítez, Arboleda e Luan. Sem o volante, a zaga fica totalmente desguarnecida. Sem o equatoriano, o São Paulo perde na saída de bola e nos desarmes. Já sem Benítez, o Tricolor simplesmente não cria jogadas, não é por acaso que fez apenas um gol no campeonato até aqui.

Agora, Hernán Crespo enfrenta o desafio de montar um time competitivo sem um punhado de peças importantes. Chegou o momento de ganhar no Brasileirão, nem que seja na vontade, nem que seja na raça, nem que chegue apenas o coração.

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