São Paulo precisa encontrar alternativas para a ausência de jogadores importantes | OPINIÃO

Foto: São Paulo FC

Nesta terça-feira, o São Paulo enfrenta o 4 de Julho em Piriri, no Piauí. A partida é válida pela terceira rodada da Copa do Brasil. O Tricolor vem de um empate na primeira rodada do Brasileirão contra o Fluminense no Morumbi. Nos últimos jogos, contra adversários considerados de níveis semelhantes, ou seja, Palmeiras e o Fluminense, o time enfrentou dificuldades para criar chances de gol.

O fator comum entre essas partidas? A ausência de Benítez. O meia argentino oferece uma nova rotação ao meio-campo e sua criatividade e visão de jogo ajudam, e muito, os atacantes são-paulinos. Sem contar que a presença de Benítez atrai uma marcação mais pesada por conta de sua habilidade, deixando o espaço aberto para outros jogadores brilharem.

Com a contusão do meia no jogo de ida da final do Paulistão, Crespo optou por utilizar Gabriel Sara no meio. O menino de Cotia quase abriu o placar no Allianz Parque com um belo chute de fora da área, mas, fora isso não conseguiu armar grandes jogadas. Na volta, participou de um dos gols do título.

Contra o Fluminense, a falta de criatividade foi gritante. Até mais da metade do segundo tempo, o Tricolor havia finalizado uma única vez e tanto Sara como Igor Gomes estavam sumidos na partida. Com muitos erros de passe, pouca movimentação e nenhuma criatividade, o meio foi dominado pelo time visitante, que quase saiu do Morumbi com a vitória.

Hernán Crespo rapidamente percebeu a deficiência no setor de criação e agiu. Sem Benítez para armar as jogadas e sem ter um companheiro no ataque, Pablo ficou praticamente sem função, apenas correndo atrás da bola. No segundo tempo, Luciano, que tem como característica a movimentação para iniciar as jogadas, deu outra cara ao time. João Rojas também entrou bem e adicionou velocidade a criação.

Mesmo com a melhora na segunda etapa, o placar não saiu do zero. A previsão é que tanto Benítez como Daniel Alves demorem um pouco mais de tempo para retornar aos gramados, o que implica na necessidade do São Paulo jogar sem o seu principal armador e sem o seu melhor lateral direito.

Para a ala, Igor Vinícius vem cumprindo bem a missão de substituir o jogador mais vitorioso da história do futebol, mas o setor da criação não tem um reserva a altura do argentino eleito melhor jogador do Paulistão. Gabriel Sara não encontra os mesmo espaços que Benítez e Igor Gomes não vive o seu melhor momento com a camisa tricolor. Crespo está ciente e demonstrou isso pelas substituições realizadas contra o Fluminense.

O risco de desenvolver a dependência de alguns jogadores é óbvio. Ano passado, com a lesão de Luciano, a produção ofensiva do São Paulo despencou. Com muitos jogos, campeonatos longos e o time paulista buscando brigar em várias frentes, o elenco precisa se acostumar com a ideia de algumas lesões ocasionais e os reservas precisam estar prontos para assumir a responsabilidade sem comprometer no aspecto técnico.

Este é um dos ideais de Crespo. Ele não treina 11 jogadores, mas sim um elenco inteiro. Todos sabem muito bem o que fazer quando entram em campo. Tem sido assim em todos os setores do time, porém, com a lesão do argentino, a produção de chances despencou, o que liga um alerta para esse aspecto específico do time.

Nos resta esperar o setor criativo se encaixar enquanto Benítez não retorna à escalação são-paulina. É, inclusive, uma oportunidade para Crespo utilizar outras estratégias, visando momentos-chave na temporada.


*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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