A coluna Tabelinha Tricolor é publicada às segundas-feira pelo Thiego Goulart e aproveita para quase sempre fazer um resumo da rodada do final de semana. Confira o índice da coluna aqui.
Jardine pegou um grande abacaxi nas mãos. Sim, hoje ser treinador do São Paulo é, antes de tudo, apagar incêndios.
A nova pedra no sapato do jovem treinador é dar padrão tático em meio a tantas desconfianças, sem citar as críticas, por parte da torcida e imprensa.
Vamos voltar no pouquinho no tempo. Jardine pegou a equipe faltando cinco rodadas para o final do Campeonato Brasileiro de 2018, com uma missão pra lá de indigesta: classificar a equipe para a fase de grupos da Libertadores.
Por que a missão era difícil se a equipe já estava lá em cima? Porque o time vinha de quase 10 jogos sem vitória (isso pouca gente lembra) e amargando um futebol pífio, por isso e a demissão de Aguirre.
Só que Aguirre teve todas as semanas cheias possíveis para treinamento, Jardine entrou na “era” quarta e domingo. Obviamente, não teve sucesso.
Na virada do ano, esperava-se que Raí, após fazer grandes e importantes contratações, desse o básico (tempo) para o treinador colocar ordem na casa e implantar seus métodos de jogo. O que ele deu? Florida Cup.
O campeonatinho acabou com a pré temporada da equipe. Jardine perdeu dias preciosos de treinamento para dividir seus miseros 14 dias com deslocamentos, voos longos, descansos, treinamentos fisicos, jogos e recuperação. O treinamento técnico foi reduzido a quase zero. Enquanto isso, na baixada santista, Sampaoli treinava dois períodos, TODOS OS DIAS.
Enquanto Jardine explicava as derrotas para Eintracht Frankfurt e Ajax, Sampaoli treinava.
Enquanto o elenco voltava para o Brasil, em um voo de quase 10 horas + deslocamentos, Sampaoli treinava.
Enquanto o elenco se recuperava da viagem e começava a ter os primeiros treinamentos táticos na Barra Funda, Sampaoli fechava o time e testava variaçoes.
Gente, futebol não tem segredo. Não estamos falando de um esporte onde somente os gênios ganham, estamos falando de um esporte onde a genialidade compete com o trabalho pesado.
Jardine não é gênio e não teve tempo de trabalho, ponto. Fez escolhas erradas (Hudson e Jucilei, juntos)? Fez. Poderá corrigir antes da Libertadores? Obvio.
Mas que fique claro que o chocolate que o Santos deu ontem no São Paulo é claramente um chocolate no planejamento, ou falta dele, equivocado da diretoria ao expor o elenco a um campeonatinho ridículo na Florida.
Sampaoli está um ou dois estágios acima de Jardine. E com tempo de trabalho, o treinador santista fez o Santos, hoje, estar um ou dois estágios acima do São Paulo.
Thiego Goularte. Publicitário, paulistano e, acima de qualquer coisa, fanático pelo Tricolor mais querido do mundo!! Escrevo sobre o olhar de um mero torcedor de arquibancada, mas que teve um ídolo que vestiu a camisa 01 e que lhe mostrou que homens não somente podem voar, mas também serem protagonistas. Me siga no Instagram: @thgoularte.
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Foto: Rummens