Vamos falar de São Paulo – Um vexame planejado

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

A coluna Vamos falar de São Paulo é escrita pelo Bruno Godinho e será publicada semanalmente. Veja o índice da coluna.

Há pouco a ser dito apos mais uma eliminação vexatória. Vexatória porém esperada.

Tudo o que foi feito (ou que não foi feito) desde o momento em que o São Paulo soube que teria uma decisão pela Libertadores no início de Fevereiro de 2019 deixa evidente que o resultado não poderia ser outro. E que os responsáveis precisam ser imediatamente responsabilizados.

Começar por Leco é chover no molhado. Mas vale sempre a menção honrosa. Tenho como certo que, enquanto ele estiver no poder, nossa chance de recuperação sera sempre mínima.

Jardine também tem muita culpa. No mínimo, se concordou com o que foi feito, se mostrou omisso. Se foi parte ativa do planejamento, mostra definitivamente que não era um profissional preparado para assumir um clube na conjuntura do atual São Paulo Futebol Clube.

Mas minha coluna de hoje é dedicada aos profissionais do futebol, capitaneados pelo meu maior ídolo tricolor.

Sabendo desde sabe Deus quando que o time teria um compromisso fundamental logo no inicio do ano, Raí e seus funcionários foram responsáveis por uma sucessão de equívocos que, ao meu ver, custaram a continuidade do São Paulo na Libertadores 2019.

Primeiro, mantendo jogadores como Nenê e Diego Souza no elenco. Não pela qualidade (ou falta de) técnica. Mas pelo comportamento desses atletas no final de 2018. Permanecer com eles deu carta branca para as panelas e premiou o descompromisso.

Segundo, em se fazendo o primeiro, mantendo um técnico novato para comandar um grupo tão “cascudo”. E mais do que isso, um técnico sem senso de urgência, de ideias que levam tempo para serem implementadas.

Terceiro, e talvez o ponto que mais me deixe indignado, o total descaso com a preparação física, técnica e mental do elenco. A começar pela famigerada Florida Cup. Ok, torneio bacana, Orlando, dinheiro entrando. Zero compromisso técnico. Viagens longas, adaptação de fuso.

Depois o time começa o Paulista com a mesma formação infrutífera do ano passado, e não varia o esquema, nem como alternativa de proposta durante os jogos. Jogadores sabidamente de risco, como Everton, Jucilei e Nenê, jogando todos os jogos. Ai, vamos de ônibus para Novo Horizonte, cidade que fica mais de 400 quilômetros da Capital.

Não vou discutir a preparação de Hernanes, apesar da mesma também me parecer equivocada. Mas, sabendo do jogo na Argentina dia 06/02, nada se faz para mudar o dia do jogo contra o São Bento pelo regional para ganhar mais dias de preparação. Hernanes participa daquela partida praticamente inteira e visivelmente está desgastado na Argentina.

Volta-se de lá com um resultado péssimo na bagagem, para um jogo no sábado em Campinas, onde parte do elenco titular participa da partida. O jogo é horroroso mas mesmo assim o elenco ganha um dia e meio de folga.

Perceba que em nenhum momento houve, por parte do São Paulo, a preocupação de encontrar tempo para treinar. Em nenhum momento todos os titulares foram poupados para que pudessem focar no time do Talleres. Em nenhum momento o dia foi “alongado” para que pudessem ter mais oportunidades de treinar, ou atá mesmo, conversar ou ver vídeos.

Junte a tudo isso que foi escrito acima o fato do time fazer seu primeiro jogo, ou reconhecimento, no Morumbi na partida contra os argentinos. Um campo sabidamente maior que os demais. Que precisa de adaptação.

Pronto. Esta decretada a fórmula do fracasso. E olhando assim, após os fatos e os resultados, aparentemente de forma muito bem (ou mal) planejada.

Jardine precisa sair? Óbvio que sim. Foi omisso, covarde. Não teve personalidade. Mas Raí precisa ir embora também. Hoje. E se possível, atirando no ventilador tudo que a Gestão Leco traz de ruim para o clube no dia a dia.

O triste é saber que Leco não vai a lugar nenhum. E que provavelmente, caso Raí e Jardine saiam, nosso presidente arrumará mais dois escudos sem personalidade para colocar no lugar deles.


Bruno Godinho, 38 anos, administrador de empresas e cantor nas horas vagas, é um são-paulino convicto desde os Menudos do Morumbi. Fanático pelo Tricolor Paulista e por futebol, sempre gostou de escrever e falar sobre o assunto, sendo o representante da torcida Tricolor no Sala de Imprensa, da finada Bradesco Esportes FM.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

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