Vitória no clássico dos Tricolores

Foto: Rummens

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Defesa bem postada

Há tempos não vejo um São Paulo com um sistema defensivo tão bom como este de agora, pode se dizer que o time tem. Isso, além claro dos jogadores que estão vestindo a camisa, passa pela mão do técnico Fernando Diniz, que apesar de ser conhecido pela postura ofensiva, está conseguindo implantar seu modo de jogo defensivo – onde um dos fatores mais claros é a saída de bola pelo chão – com defensores técnicos que estão conseguindo trazer esse modo, que para alguns é arriscado, de forma tranquila e muito eficiente. Já não dá para negar que os jogadores escolhidos – também com o dedo de Diniz – tem feito por onde pela titularidade (com exceção de um jogador que vou tratar depois) e consistência que veem tendo: Léo, Diego Costa, Igor Vinícius e Reinaldo é hoje incontestavelmente a melhor escolha possível. Entretanto, é bom o Fernando Diniz e equipe atentar-se para a perda da bola no meio de campo defensivo, ou seja, algo fora da grande área, já que é neste setor do campo, principalmente na zona central, que o time mais tem perdido a bola e sofrendo os melhores lances ofensivos das equipes adversários nos últimos jogos. Contra o Fluminense não foi diferente; em uma das defesas, felizmente a mais fácil na metade da primeira etapa, já que pode se comparar com outra investida ofensiva da equipe carioca onde o arqueiro tricolor efetuou duas boas defesas no mesmo lance.

Primeiro tempo em desvantagem

Na primeira etapa o São Paulo voltou a mostrar a mesma táctica de teor ofensivo dos últimos encontros; avançando pelo extremo esquerdo buscando cruzamento no segundo poste. Jogada essa que não resultou em gol no jogo de hoje talvez devido a mudança de posicionamento ofensivo, já que com a ausência do atacante Pablo o técnico optou por colocar o Luciano mais centralizado e posicionar o Paulinho pelo lado direito. Este último sem ter a “sorte” do outro, não conseguiu converter em gol tais jogadas. Durante a paralização técnica do primeiro tempo houve alguma discussão sobre uma possível penalidade para o tricolor que não foi assinalada, eu particularmente não vi lance para pênalti. O Fluminense entrou com um time bem parecido com o da casa, mas se o São Paulo entrou com um volante e dois armadores o time carioca inverteu, entrando com dois volantes e um armador, sendo este o conhecido da torcida tricolor, Nenê, que felizmente não acertou sua famosa “chapada” contra a meta tricolor. Essa verossimilhança entre as duas equipes também se deve pela ausência dos centroavantes de ambas; Pablo que sofreu lesão muscular no final de semana não entrou em campo, já pelo lado dos cariocas o atacante Fred também ficou de fora devido problema de saúde familiar. Coube há Wellington Paulista chamar a responsabilidade ofensiva da equipe do Fluminense, e cumprindo seu papel o jogador abriu o placar no jogo acertando um belo chute no canto direito do goleiro tricolor. Não posso não mencionar que Igor Vinícius, jovem jogador colhendo experiência e que até então fazia uma boa partida, sofreu com a visibilidade no dia ensolarado que fez na capital paulista e no lance do gol perdeu o time da bola, e isso facilitou para o atacante carioca.

Virada com estilo

O tricolor paulista, apesar de possuir uma campanha bem semelhante ao do tricolor carioca – vide que as duas equipes são as que mais promoveram as categorias de base no ano – não poderia aceitar de bom grado perder a vice-liderança para a outra equipe jogando em pleno Morumbi. E Diniz deve ter dado seu puxão de orelha na equipe, que voltou modificada na segunda etapa com as entradas de Igor Gomes e Juanfran para os lugares de Hernanes (que não fez o diferencial na primeira etapa) e Igor Vinicius. A apesar da aparente alteração defensiva, tendo em vista que Igor Vinicius tem maior poder ofensivo e menor defensivo se comparado com o espanhol, apresentou  postura para buscar a virada na segunda etapa, e isso ficou mais claro quando o garoto Brenner, que na mesma substituição entrou no lugar do Paulinho, empatou o jogo para o Tricolor no início da etapa final, o garoto voltou a mostrar a estrela que mostrou em anos anteriores. O tricolor paulista ainda comemorava o primeiro gol quando Luciano ampliou o marcador após converter o rebote da bola que Brenner, após driblar a defesa carioca, acertou a trave e caiu nos pés do iluminado atacante. A postura do time da casa mudou, talvez pelo discurso do técnico no intervalo e ou pelos jogadores lembrarem a instituição grandiosa que defendem. Um resultado negativo, hoje, não era uma opção.

Após a virada o São Paulo permaneceu com a proposta ofensiva e mostrando teor de ataque criando novas oportunidades, mas como já não é de hoje, as finalizações em si ficaram devendo.

Mais uma vez Igor Gomes começou o jogo no banco, mesmo após certa parte da torcida não achar que Gabriel Sara ainda não fez por merecer a titularidade (aqui o caso do jogador que mencionei anteriormente) e ainda que Igor Gomes não tenha marcado na partida esteve presente nos últimos melhores momentos da equipe, não dá para negar a qualidade de passe do jogador, que se voltar a constância que já demostrou no Paulistão não tardará há reencontrar o caminho do gol.

Na segunda etapa, após a virada do São Paulo, o jogo ficou mais morno, e o tricolor paulista, apesar de continuar criando jogadas, só voltou a ter chance clara de gol depois de meia-hora do segundo tempo, com Luciano chutando mal com o gol aberto. Já o Fluminense, em suas jogadas ofensivas buscava cruzamentos na área tricolor, mas como ressaltei na resenha anterior, o São Paulo, diferente de um passado recente, tem conseguido firmeza e solidez para ganhar bolas aeras, principalmente na zona defensiva, como se espera de um time ganhador. Podem achar o contrário, mas para mim o Igor Gomes lembra sim o Kaká, claro, ainda está longe de render o que o Kaká já fez na carreira, mas ele está no caminho e tem tempo pra evoluir mais. Repare bem, eu disse que ele lembra o Kaká pelo futebol, se for sobre a aparência, o Léo pode até não gostar, mas ele é a cara do Pelé e deveria sim manter o apelido; ninguém está esperando que ele jogue o futebol do rei, mas sim fazer o que vem fazendo, junto de Diego Costa o zagueiro “sósia” tem mostrado um bom futebol no setor e, ainda vale lembrar, Léo como zagueiro foi um grande achado do Diniz na temporada.

Para fechar com chave de ouro, já nos minutos final, quando o jogo parecia não ter mais mudanças no placar, a torcida tricolor teve em Vitor Bueno motivo para celebrar ainda mais um gol; após o meia, que está retornando aos poucos há equipe, marcar o gol mais bonito do encontro acertando um cruzado de fora da área, o jogador que fez aniversário recentemente teve motivo a mais para comemorar.

Vice-liderança

Com essa vitória o tricolor soberano paulista permanece na vice-liderança do Brasileirão, atrás apenas – e agora por um ponto – do Internacional que sofreu contra a equipe do Bahia. As duas equipes, São Paulo e Inter, ainda não se encontraram na competição, e pode ser justamente neste encontro que se decida quem de fato fará a primeira etapa da competição na liderança. Fica aqui minha torcida para os pampas virem conhecer o mate aqui da capital, no dia que o São Paulo levantar a taça de campeão, ficarei feliz em brindar com bomba e cuia num belo churrasco de costela.

 E você torcedor fanático pelo soberano paulistano, está de acordo com a formação inicial escolhida pelo Diniz para o jogo contra o Fluminense ou acredita que para o próximo encontro ele deve entrar com a equipe após as substituições que levaram a equipe a vitória de virada?


Victor Maysonnave. Estudante de T.I. de forma empírica e escritor por hobby e profissão, sou apaixonado pelo mundo futebolístico como um todo. Técnico veterano de games estilo Manager’s procuro sempre ter uma visão micro e macro sobre o esporte, que fora Fórmula 1 e Surf é minha grande paixão.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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Foto: Rummens

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