Embora exista há mais de 100 anos, o futebol feminino só foi legalizado no Brasil em 1977, depois de 40 anos de proibição. Sim, é isso mesmo. As mulheres foram proibidas de jogar futebol no Brasil até 1977. Houve períodos de proibição em outros países também, como Alemanha e Inglaterra. Durante a proibição, setores da sociedade apresentavam vários argumentos segundo os quais o corpo da mulher era incompatível com o tão celebrado esporte.
A proibição acabou, e o futebol feminino foi crescendo e ganhando espaço. O crescimento foi mais visível nos últimos anos. Pesquisas apontam que o interesse pelo futebol feminino no Brasil cresceu 34% nos últimos cinco anos. Curiosamente, cresceu também o número de mulheres que apostam em esportes, um aumento de 31% em 2023. Aliás, tanto quanto mulheres quanto homens podem contar com o Código Promocional Betano para fazer suas apostas e elevar ainda mais as estatísticas.
Segundo o Datafolha, 63% dos brasileiros se interessam por futebol feminino. O interesse é maior entre os mais jovens. E surge aí algo bastante interessante: o interesse é maior entre os homens. 71% dos homens disseram ter algum interesse contra 56% das mulheres. Homens acompanham mais partidas de futebol feminino do que as próprias mulheres. Ou seja, está faltando mulher no futebol brasileiro, mas não em campo. Está faltando mulher fora do campo, na torcida, nos lares e estabelecimentos sintonizados nas transmissões dos jogos. Tem mulher para jogar, mas falta mulher para assistir e torcer.
Não é muito razoável afirmar que esse dado é surpreendente. Na política, é bem sabido que há mulheres que não votam em mulheres. A eleitora é absolutamente livre para escolher quem ela quiser, e muitas mulheres não querem eleger mulheres. No trabalho, há mulheres que afirmam abertamente que preferem trabalhar com homens. É a própria escolha delas. E agora? O que fazer?
Em toda empreitada, é fundamental saber identificar os obstáculos. Não se vence um adversário sem vê-lo. É preciso que o esporte feminino enxergue e entenda essa lacuna no espectro das atenções e busque uma maneira de fazer com que mais mulheres se interessem pela atuação feminina nas modalidades esportivas, inclusive o futebol, que, aliás, sempre foi muito forte entre as mulheres (mas não entre os homens) nos Estados Unidos. Talvez seja hora de as mulheres pensarem: afinal, o que é que tantos homens – e mulheres – do mundo todo veem no futebol?