Caminho do Tri-Hexa: Tricolor faz a trinca

No sábado, 21 de junho de 2008, São Paulo e Sport Recife duelaram no estádio do Morumbi, em partida válida pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Clube da Fé buscava a sua terceira vitória consecutiva na competição, com o objetivo de chegar na parte de cima da tabela.

O jogo

O São Paulo foi a campo com duas baixas no time titular: o zagueiro Alex Silva e o meia Hernanes, ambos convocados para a seleção olímpica de Dunga.

Com os desfalques, o técnico Muricy Ramalho manteve a linha de três zagueiros e promoveu a entrada de Juninho na zaga, ao lado de André Dias e Miranda; e manteve Zé Luís e Joílson como dupla de volantes. Nas alas, Jancarlos (direita) e Jorge Wagner (esquerda) fecharam os lados. Como meia centralizado, manteve Hugo e na linha de ataque Borges e Aloísio.

Por outro lado, a agremiação pernambucana, enfrentou o tricolor com força máxima e com a base que conquistou o título inédito da Copa do Brasil de 2008.   

Primeiro tempo com chuva e equilibrado.

O duelo teve um início bem equilibrado. Os esquadrões procuravam manter a posse da bola e ser mais agressivos em direção as metas. Cada equipe com sua estratégia ao confronto.

A proposta de Nelsinho à sua equipe era impor velocidade no contragolpe. Sempre utilizando seus atacantes (Carlinhos Bala e Enílton) e explorar os erros dos donos da casa.

Com isso, dentro dos métodos propostos, o Sport foi mais incisivo e aproveitou os espaços deixados pelos são-paulinos. Tanto que, nos vinte minutos iniciais, houve duas chances com o meia Luciano Henrique.

A primeira, aos 12’, em bola ajeitada pelo atacante Enílton, o camisa 10, chutou forte de fora área e a bola passou perto do gol. Já a segunda, foi aos 18’, após uma bela jogada individual, o atleta aplicou dois dribles nos defensores são-paulinos; e na sequência, finalizou de bico dentro da área. O M1TO defendeu com tranquilidade.

O São Paulo, sentiu a falta de Hernanes que têm como característica colocar a bola no chão e ser o responsável pela armação. Ao longo da etapa inicial, o nosso tricolor, demonstrou dificuldade em furar o bloqueio pernambucano e procurava o lado do campo. Mesmo assim, quando havia movimentações e aproximações entre Hugo, Borges e Aloísio surgia tabelas entre os jogadores, resultando em chutes de longa distância.

Mesmo com a finalização de Juninho em falta de longa distância ou até na bola cruzada de Jorge Wagner, não ameaçou ao gol de Magrão. Ao término dos primeiros 45 minutos, prevaleceu as competências defensivas das equipes.

Etapa complementar com o Tricolor agressivo.

Na volta do intervalo, as duas equipes voltaram a campo sem alterações. O São Paulo, apesar de ter feito uma primeira etapa regular, ficava mais com o domínio da posse. Mas havia dificuldades nas armações e definir em finalizações claras. Já o time visitante, manteve a proposta e só explorava o espaço quando avançava na parte ofensiva. Um confronto burocrático.

Isso foi constatando nos erros de passes com 29 (São Paulo) e 40 (Sport) e nos equilíbrios em desarmes com 14 (São Paulo) e 13 (Sport). Com isso, até aquela parte do segundo tempo, resultou em um embate truncado e sem emoção. 

Com a falta de criatividade e lentidão, o técnico Muricy Ramalho promoveu as entradas de Richarlyson no lugar no Jancarlos com a intenção em dar mais combate e adiantar a marcação no meio-campo; e de Dagoberto no lugar de Aloísio. Com a entrada do camisa 25, o Tricolor ficou mais veloz e agressivo na parte ofensiva e encurralou o Sport.

Após estas mudanças, o esquadrão são-paulino começou a criar oportunidades de gols. Aos 26’, o atacante cruzou direto para Borges definir de cabeça, para a defesa de Magrão.

Em seguida, aos 28’, Joílson entrou na área e finalizou de perna esquerda, mas parou mais uma vez no arqueiro. As mudanças surtiram efeito e fez o Tricolor dominar a ação da partida.

Após pressão sobre a meta de Magrão, foi somente aos 45’ que a torcida são-paulina soltou o grito de gol. Em jogada de escanteio, após o bate rebate na área, Richarlyson ajeitou de cabeça e a gorduchinha sobrou para Hugo finalizar no contra a pé do arqueiro do Sport, estufando as redes. Foi o terceiro gol do camisa 18 pelo nacional. O tento veio como um alívio após um jogo sem inspiração.

Porém, o resultado foi merecido para a equipe que procurou vencer. Ficou claro em números de finalizações 20 (São Paulo) e 4 (Sport).

Final de jogo: São Paulo 1 a 0 no Sport Recife.

Terceira vitória consecutiva do São Paulo no torneio. Com isso, o Clube da Fé, chega provisoriamente a 4º colocação, com doze pontos. Assim, entra na zona da Libertadores.

Você lembra deles?

Nelsinho Baptista comandou o Sport na temporada de 2008; e estava à frente do time pernambucano nesta partida. O ex-lateral direito Nelsinho passou no São Paulo como atleta entre 1971 até 1977 e fez uma longa trajetória. Com a camisa tricolor, realizou 262 jogos e marcou 6 gols.

Como treinador, teve duas passagens pelo São Paulo no banco de reservas pela agremiação. Foi nas temporadas de 1998 e 2001-2002. No comando da equipe, conquistou o Campeonato Paulista de 1998. Durante sua trajetória como treinador no São Paulo, Nelsinho Baptista fez 71 jogos. Atualmente, com 69 anos, comanda o Kashima Reysol.

Antes do início da partida, houve uma despedida diante da torcida. O atacante Adriano Imperador foi homenageado pelo marketing, após a sua boa passagem com a camisa tricolor no primeiro semestre de 2008. Ele recebeu uma placa com sua foto, com a seguinte descrição, “Imperador do Morumbi”; além disso, o jogador foi presentado com um manto do São Paulo numerada em X nas costas – número 10 em algarismo romano- em referência ao seu apelido no futebol.

Após empréstimo cedido pela Internazionale de Milão- ITA, o futebolista disputou pelo São Paulo o Campeonato Paulista e a Copa Libertadores da temporada. Mesmo não conquistando títulos em ambas competições, obteve um rendimento individual de alto nível. Sendo o principal atleta da equipe durante o período que defendeu o manto. Com a camisa são-paulina, teve um aproveitamento excelente. Em 28 jogos, o Imperador marcou 17 gols. Com uma média de 1 gol a cada 2 partidas disputadas. Atualmente, com 38 anos, já se aposentou dos gramados.

Ficha Técnica

São Paulo 1 x 0 Sport7ª Rodada

SÃO PAULO
Rogério Ceni, André Dias, Juninho, Miranda, Jancarlos (Richarlyson), Joílson, Zé Luís, Jorge Wagner, Hugo, Borges e Aloísio (Dagoberto).
Técnico: Muricy Ramalho.

SPORT
Marcão, Gabriel Santos, Durval, César Lucena, Diogo, Sandro Goiano (Fábio Gomes), Daniel Paulista, Dutra, Luciano Henrique (Kássio), Enilton (Leandro Machado) e Carlinhos Bala.
Técnico: Nelsinho Baptista

Local: Estádio do Morumbi, São Paulo, SP
Data:  21/06/2008, Sábado
Horário: 18h:20
Público: 11.560 pagantes.
Renda: R$ 234.160,00.
Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ).
Cartões Amarelos: César (SPT), Dutra (SPT), Fábio Gomes (SPT) e                André Dias (SPO).
Gol:  Hugo (SPO) aos 45 minutos do 2º Tempo.

Melhores Momentos

Confira os jogos anteriores

1ª Rodada – São Paulo 0 x 1 Grêmio
2ª Rodada – Athletico 1 x 1 São Paulo
3ª Rodada – São Paulo 1 x 1 Coritiba
4ª Rodada – Santos 0 x 0 São Paulo
5ª Rodada – São Paulo 5 x 1 Atlético/MG
6ª Rodada – Flamengo 2 x 4 São Paulo


Alan Ribeiro Gomes. Tenho 27 anos, formado em Jornalismo e atualmente faço graduação em Educação Física. A torcida pelo São Paulo Futebol Clube iniciou através de meu pai desde criança. A partida decisiva da final do Campeonato Paulista de 1998 foi um dos grandes marcos em minha vida. Ao longo dos anos, a paixão pelo tricolor só aumentou, independente de vitórias ou derrotas. Acompanhar o Clube da Fé é algo que faz parte da minha vida.

Foto: Reprodução Youtube

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você concorda com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Ler mais