“Meu goleiro garante” – Metropolitano Sub-17 de 1990, o primeiro título de Ceni pelo São Paulo

Em 1990, o garoto alto, que ganhava 2/3 de um salário mínimo da época e residia nos alojamentos do clube iniciava sua carreira no time que jogaria para sempre. Era Rogério, à época, um dos goleiros da base do clube, que disputava o seu primeiro torneio com o São Paulo. E venceria, como se repetiu várias vezes no futuro. Um rapaz de muita estrela.

Na estreia do Metropolitano de 1990, um empate frustrante contra o São Bento de Sorocaba. O jogo terminou 1×1 e, curiosamente, o primeiro gol que o ídolo são-paulino sofreu foi contra, marcado pelo zagueiro Murillo – que mais tarde, marcaria outro em cima dele na mesma competição. A química inicial não parecia das melhores.

O campeonato era transmitido pela TV Cultura. Nas semifinais, o time do Morumbi enfrentava nada menos que o seu rival Palmeiras. Mais um empate, em um jogo morno, levou a disputa aos pênaltis. E, quando estava 9 a 8 para o São Paulo, a estrela de Ceni mostraria serviço. O goleiro defendeu a última penalidade alviverde e garantiu o time na decisão.

Na entrevista após o apito derradeiro, a modéstia. O jovem goleiro atribuiu a salvação à sorte. “Pênalti realmente é sorte. O goleiro precisa ter muita sorte“, afirmou ele, aos risos.

Na final, o primeiro Majestoso. Eram dois jogos: um na Fazendinha e outro no CT da Barra Funda. Aquela foi a única vez na carreira em que Ceni jogou no Parque São Jorge. E lá ele deixou a sua marca: defendeu um pênalti no final do segundo tempo, que garantiu os zeros no placar e a confiança do time para a grande decisão.

Em casa, o Tricolor faria valer o mando e conseguiria o resultado suficiente para levantar o caneco. Em um emocionante jogo, o Tricolor venceu por 1×0, com gol de Toninho – irmão de Sidney, ponta campeão Paulista e Brasileiro pelo São Paulo. Primeiro campeonato disputado, primeiro troféu. Era o início de uma das sagas e casamentos mais vitoriosos do futebol nacional. E aquele time tinha no goleiro uma arma mortal. Ele garantia, sempre que dava.

Isso porque o campeão do Metropolitano enfrentaria o Guarani na final do Paulistão da categoria. O jogo foi para a disputa de penalidades e, dessa feita, Rogério Ceni não viu a cor da bola em nenhuma cobrança. O Guarani se sagraria campeão, mas a história do pegador já havia sido escrita antes, contra os principais rivais. E, nos profissionais, a revanche: Rogério jamais perdeu contra o Bugre com as cores do Tricolor.

Você pode conferir o vídeo do primeiro título de Ceni abaixo ou clicando aqui.

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você concorda com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Ler mais