Eu poderia ter como tema da coluna de hoje o início da temporada, a maluquice beirando em insanidade de Ryan Francisco ontem, fazer alguma projeção para temporada ou até mesmo reclamar de alguma atitude da direção.
Mas, nesse 22 de janeiro, lembro da alegria que é o Natal tricolor. Com menos de 100 anos de história, o São Paulo é de fato maior clube do Brasil. A história recente comparado a rivais e até agremiações que nasceram antes de 1900, esse time conquistou o mundo três vezes, coisa que de forma quase impossível poderá ser igualado.
Nesses anos de história do maior time do Brasil, existiu Rogério Ceni. E quando eu falo desse cara, eu não consigo lembrar nada de ruim ou alguma falha em campo. No momento em que eu escrevo esse texto, olho para uma de minhas primeiras camisas oficiais do tricolor. Em casa nunca tivemos dinheiro sobrando. Quando meu pai me levou até o Morumbi só para comprar a camisa de Rogério… ah que sensação boa.
Foi por conta de Rogério também que tive um dos melhores momentos da minha vida. No dia 27 de março de 2011, não consegui ir com meu pai a Arena Barueri. Porém, quando Rogério marca o gol de número 100, eu e meu pai nos ajoelhamos na sala nos abraçamos chorando comemorando a conquista do maior ídolo no futebol que tive.
Rogério também é sinônimo de dedicação, entrega de corpo e alma àquilo que se propõe a fazer. Foi assim como o goleiro, foi assim como o capitão, foi assim como líder, foi assim como treinador…
Nem sempre o resultado vai ser o melhor, nem sempre haverão conquistas. Mas se hoje você se gaba de tantos títulos e que o São Paulo é maior do que o clube de um amigo seu, isso também é graças a Rogério Ceni.
Dizem que é difícil trabalhar com ele. Exigente, chato, workaholic… sinceramente, absolutamente tudo que eu gosto em um companheiro de trabalho. Acredito que adoraria ter sido um companheiro de equipe de Rogério ou trabalhar com ele no dia a dia agora como técnico.
Obrigado Rogério. Sou o que sou como são-paulino muito por conta sua. Feliz aniversário e que Deus o abençoe sempre.
Giovanni Chacon é jornalista de formação e setorista do São Paulo há mais de cinco anos pela Jovem Pan Esportes. Chacon oferece uma visão clara e objetiva do que acontece dentro e fora dos campos do Tricolor Paulista.
Confira minhas colunas anteriores aqui no Arquibancada Tricolor.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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Verdade, Chacon: vou começar destacando que meu ídolo tricolor é o Müller, o Rogério Ceni inicialmente não era, admito: peguei desde o começo da carreira dele no São Paulo ainda com Telê e Muricy, aos poucos a ousadia para bater faltas – depois comprando o livro que André Plihal escreveu sobre os 18 anos dele no São Paulo chamado Maioridade Penal entendi o motivo – e quase desprentensiosamente (afinal, sabemos que se jogador quer ficar e fazer história no clube, não basta jogar apenas um jogo) bater recordes de outros jogadores do São Paulo e, aos poucos, também de outras equipes -.
O amadurecimento, o não deixar a bola chegar perto do gol e tirar com o pé assim que chegar na intermediária, mandando para a lateral ou cruzando para o ataque – o goleiro Manuel Neuer, quando eleito melhor goleiro do mundo, reconheceu que Rogério Ceni foi pioneiro em fazer isso: algo que nenhum europeu, nem a própria FIFA esperava.
Como técnico: o vejo brilhante para comandar outros times, mas o lado ex-jogador – e por que não torcedor – tricolor acaba atrapalhando muito, mas acredito que ele seria excelente presidente do clube exatamente por ser exigente, cobrar que tudo saia certo e saber se comunicar e lidar com situações melhor que muitos jogadores, técnicos e dirigentes.
Você mencionou brevemente Ryan Francisco: claro, loucura total as cavadinhas dele, hahaha. Pena estar suspenso para a final: mas já te digo – e você fez muitos jogos da base ano passado, bem possível ter a mesma impressão que a minha – acredito muito no Ryan Francisco no profissional, tem velocidade, iniciativa, visão de jogo e é um excelente finalizador, basta o Zubeldía dar chances e tempo a ele e o São Paulo não pensar em vendê-lo tão rápido.