A Coluna do Felipe é publicada às quintas-feiras pelo Felipe Morais e sempre trará detalhes sobre a rica história do Tricolor! Clique aqui e veja todas as edições da coluna.
Amigos tricolores.
Essa parada para a Copa América tira qualquer novidade do nosso São Paulo do foco de qualquer veículo. Eu, infelizmente, não privo de estar dentro do tricolor para saber novidades sobre o time e muito menos alguns “bombas” que pudesse contar em meus artigos, logo, o que faço é trazer nos canais que me dão liberdade, a minha opinião de apaixonado torcedor.
Sou daqueles que ama o São Paulo, que quer ver o time voltar a elite do futebol, e entendam quando digo elite, ao posto de campeão! Confesso que esse ano com o titulo da Copinha e disputando a final do Paulista, eu tive um pouco de esperança, o começo no Brasileiro também, mas depois o São Paulo voltou a ser esse triste São Paulo dos últimos anos, um time nervoso, desorganizado, com brigas internas e o reflexo em campo é o que estamos vendo. Time sonolento, chato de ver o jogo, sem vontade ou espírito de campeão, infelizmente, a previsão é de mais um ano perdido, uma vez, que não vejo o São Paulo brigando pelo título do Brasileirão. Espero estar errado!
Nosso
passado é lindo!
Fim de semana passado, vi no Twitter do Arquibancada Tricolor uma brincadeira muito interessante. No Tweet a chamada era “Conta pra gente…qual foi o gol do São Paulo que mais te marcou?”, gostei disso, pois remete a linda história que o São Paulo tem, e amigos, infelizmente, estamos vivendo do “as tuas glórias vem do passado..” como diz nosso lindo hino.
Graças a Deus, que história não se apaga, não se mexe, não se muda! O que fizemos, fizemos! E olha que fizemos muito. Não apenas com os principais títulos, representados pelo 6-3-3, mas pela nossa história de superação, de ousadia com o Morumbi, de mudança de visão dos brasileiros, com a Libertadores, com os grandes craques que por aqui passaram, como Leonidas, Dario Pereyra, De Sastre, Poy, Muller, Bauer, Oscar, Careca, Pedro Rocha, Gerson, Telê, Zetti, entre outros monstros sagrados do futebol. Pela forte ligação que temos com o Uruguai e Argentina pelos craques latinos que por aqui passaram. Essa história ninguém nos tira, mas como um bom São Paulino, eu temo o presente e futuro.
E
que gol!
Voltando a brincadeira do Arquibancada Tricolor, achei muito interessante a foto da chamada ser o gol de Raí, em 1992, contra o Barcelona. Sem dúvida um dos 5 mais importantes gols da história do São Paulo. Muitas pessoas devem eleger esse como o principal, e tem a sua razão. Foi o gol da virada, frente ao Barcelona. Um gol em cima do melhor goleiro do mundo, na época, gol que nos deu o primeiro título mundial. Talvez, de importância, seja realmente o maior, mas não podemos esquecer o gol de Raí na Libertadores de 1992, o de Muller no Mundial de 1993 ou Mineiro em 2005. As finais da Libertadores de 1993 e 2005 não há como eleger um gol, pois foram as maiores goleadas de finais da competição, um sonoro 5X1 no Universidad Católica do Chile (1993) e 4X0 frente ao Athletico no Morumbi! Difícil eleger o mais importante gol, e até o mais bonito, pois foram cada golaços!! Mas eu, tenho o meu preferido dentro a essa linda história do tricolor! Um gol que nos deu uma sobrevida no jogo e na sequencia um dos mais importantes títulos da nossa história! E esse veio de um dos maiores craques que vestiram a camisa do São Paulo: Antônio de Oliveira Filho! O maior camisa 9 que, na minha visão, o São Paulo já teve em toda a sua história!
Quem
é Antônio?
Alguns mais novos, não devem estar ligando o nome a pessoa, mas os mais velhos sim. Sua carreira começou no Guarani, em 1978. Em 1983, chegou ao São Paulo, com a “simples” missão de substituir Serginho Chulapa, o maior artilheiro – até hoje – da história do tricolor.
Antônio ficou no São Paulo até 1987, quando foi vendido ao Napoli da Itália, e jogou ao lado de Diego Maradona. Foram 191 jogos pelo São Paulo com 115 gols. Foi Campeão Paulista em 1985 e 1987 com o tricolor, comandou o ataque dos “Menudos do Morumbi”. Ganhou o Campeonato Brasileiro de 1986, fazendo, o que contarei a seguir, o gol mais emocionante da história do São Paulo. Pelo São Paulo, foi artilheiro dos campeonatos Paulista (85) e Brasileiro (86) marcando 25 gols em cada um deles. Disputou as Copas do Mundo de 1986 e 1990. Ligou o nome a pessoa? Sim, estamos falando de Careca!
Gol
na final de 1986
O São Paulo havia ido para a final do Campeonato Brasileiro de 1986 com o Guarani, time que revelou Careca. No primeiro jogo, 1X1 no Morumbi, no dia 22 de fevereiro de 1987. Até hoje não entendi porque um campeonato de 1986 acabou em 1987, mas foi assim. No Morumbi, Evair fez o 1º gol, mas 3 minutos depois Careca empatou para o São Paulo.
No dia 25 de fevereiro, a grande final no estádio Brinco de Ouro da Princesa, pertencente ao Guarani, na cidade de Campinas. Logo aos 2 minutos de jogo, o lateral Nelsinho, do São Paulo, faz contra. Cerca e 7 minutos depois, Ricardo Rocha, então no Guarani, faz contra e o São Paulo empata. Pita, vira o jogo para o São Paulo, mas Marco Antônio Boiadeiro empata, levando a partida para a prorrogação.
João Paulo, marca e coloca o Guarani na frente. Faltava 1 minuto para acabar o jogo, a torcida do Guarani já gritava “é campeão” a do São Paulo quieta, rezando, esperançosa. O ponta João Paulo, do time bugrino, domina a bola e parte para cima da defesa, para a sorte do tricolor, ao invés de segurar a bola no ataque, ele arrisca um chute, que passa longe da meta de Gilmar, goleiro do tricolor.
Gilmar pega a bola e bate o tiro de meta para o zagueiro Wagner Basílio, que domina e vai avançando. O time do Guarani inteiro na defesa, Pepe, técnico tricolor grita “joga no Careca que é gol”. Basílio lança, o baixinho Pita sobe mais que a defesa do Guarani e dá um leve toque na bola, o suficiente para ela quicar 2 vezes na ponta esquerda da área do Guarani, Careca acerta um chute que só craque consegue – algo que o Helinho ou Toró chutariam na Lua – Careca acerta o ângulo do bom goleiro Sérgio Nery, que nada pode fazer. Faltando segundos para acabar a prorrogação, Careca nos colocou novamente no jogo.
Sem tempo para mais nada, a disputa de pênaltis deu São Paulo sendo Wagner Basílio responsável pela cobrança que decretou a vitória. Detalhe, que o primeiro a bater o pênalti pelo São Paulo foi Careca, que perdeu. Mas no final, o que ele fez, o colocou como grande ídolo do São Paulo.
Talvez não tenha sido o mais importante gol, mas com certeza, esse gol do Careca foi o mais emocionante!
Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br
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