O São Paulo vive um momento delicado no mercado de transferências. As dificuldades de contratação aumentaram ainda mais com a entrada desse novo fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), que traz grandes incertezas para o futuro financeiro do clube. Em meio a esse cenário, o que era para ser uma janela de reforços acaba sendo marcada por especulações e saídas que ainda deixam o torcedor em suspenso.
Nos últimos dias, surgiram rumores de saídas de jogadores que, aparentemente, não estarão à disposição de Luiz Zubeldía em 2025. Alguns atletas que retornaram de empréstimo também devem seguir seu caminho longe do Morumbi. Entre os nomes mais comentados antes mesmo da temporada acabar está o de Rodrigo Nestor. Após se consagrar com um gol marcante na final da Copa do Brasil de 2023, o made in cotia não teve o mesmo protagonismo em 2024, prejudicado por lesões e pelo pouco aproveitamento. O Bahia, comandado pelo ídolo são paulino, Rogério Ceni, surge como possível destino do jogador. No entanto, nada foi confirmado oficialmente, deixando a situação como especulações.
Outro jogador que pode estar de saída é Wellington Rato, que, apesar de ter se destacado em jogos importantes, especialmente contra o Corinthians, também passou por dificuldades em 2024, com uma grave lesão sofrida nos primeiros jogos da temporada, contra o Talleres, na Argentina. O Vitória surge como um possível destino para o jogador, e até o técnico Thiago Carpini confirmou o interesse na contratação. A situação de Rato reflete a instabilidade que marca o elenco tricolor, com jogadores importantes sendo deixados de lado por conta de lesões ou falta de aproveitamento.
Além deles, a saída de Rafinha, capitão do time, que inicialmente tinha sua permanência dada como certa até o fim do Paulistão 2025, mas, por decisão de ambas as partes, não se concretizou. Rafinha, que foi líder e um dos principais responsáveis por momentos de glória do São Paulo nos últimos anos, deixa o clube do qual se diz torcedor, com o carinho de toda a torcida deixamos aqui o nosso muito obrigado, capitão.
As especulações não param por aí. Luciano, que recentemente gerou dúvidas sobre sua permanência, e Moreira, que deve sair, também são nomes que geram incerteza. E, para aumentar ainda mais a sensação de instabilidade, o lateral-esquerdo Welington, que foi uma das opções para a posição em 2024, já se despediu do clube. A lateral esquerda continua sendo um dos maiores desafios para a diretoria, desde a saída de Caio Paulista. Após quase um ano, a posição segue sem um substituto de peso, e o clube parece estar levando alguns dribles para achar um jogador consistente.
Mas a grande questão que paira entre os torcedores é: quem chega, afinal? Se para algumas saídas existem rumores, para as chegadas o cenário é ainda mais nebuloso. A diretoria tricolor tem deixado o mercado de transferências em um mar de especulações, sem nenhuma oficialização que transmita confiança à torcida. Em relação às possíveis chegadas, muito se fala sobre o retorno de Oscar, cria de Cotia, que teve uma saída turbulenta do clube. No entanto, sua volta parece mais um desejo do que uma realidade concreta. A verdade é que as propostas do São Paulo para reforçar o elenco são pouco convincentes para um clube de sua grandeza.
Enquanto isso, a diretoria parece mais preocupada em gerir uma imagem de sucesso do que em resolver os problemas reais do clube. Os cartolas são-paulinos seguem sendo protagonistas de um espetáculo de falhas, enquanto a torcida, desesperançada, tenta entender os rumos do time. As questões mais urgentes, como a montagem de um elenco competitivo e a contratação de jogadores em posições chave, continuam sem respostas claras.
É importante, sim, criticar o trabalho do treinador. No entanto, não se pode culpar Luiz Zubeldía por todas as decepções de 2024. Ele, assim como qualquer técnico, precisa de peças fundamentais para montar uma equipe forte e competitiva. E, ao que parece, a maior parte da culpa pela frustração não está nas mãos do técnico, mas sim na falta de planejamento e competência da diretoria.
A torcida do São Paulo já está cansada de ver os dirigentes se escondendo atrás de falácias e que não resolvem os problemas do clube. Aos Srs. dirigentes, não adianta “pagar de blogueiro” ou criar falsas narrativas nas redes sociais. O que a torcida quer é transparência, explicações claras sobre os reais motivos que impedem o São Paulo de ser eficaz em suas contratações. O clube parece viver sempre no “quase”, na expectativa de algo que nunca acontece.
É hora dos responsáveis assumirem a responsabilidade pelo atual momento do clube, que a cada dia se torna mais preocupante. Em vez de se dedicar a emitir notas de repúdio contra repórteres, é fundamental que comecem a agir de forma séria, ouvindo a torcida e atendendo suas expectativas. O São Paulo precisa, mais do que nunca, de um futuro claro, com um planejamento sólido, contratações certeiras e, acima de tudo, respeito à sua história.
Lorrane Lágila. Tenho 26 anos e sou jornalista. A paixão pelo São Paulo FC está em mim desde sempre, e costumo dizer que foi o clube quem escolheu minha profissão. Decidi seguir o jornalismo por amor a esse time e pela emoção de viver cada momento, acompanhando o futebol, seja de alegria ou sofrimento. Esse amor pelo São Paulo é uma verdadeira herança familiar, transmitida por meu pai, que me fez sentir esse vínculo ao assistir aos jogos ao seu lado. Porque o São Paulo é um sentimento que jamais acabará e é o que me representa.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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Lorrane, basicamente, posso complementar o seu texto acrescentando e obviamente guardadas devidas proporções financeiras e continentais envolvendo os 2 times de muita tradição: o São Paulo e o Barcelona, que recentemente completou 125 anos de fundação.
Por que a comparação com o Barcelona, gigante europeu e não qualquer outro time brasileiro? “Querer me achar”? De forma alguma, já adianto: porque São Paulo e Barcelona com jogadores e técnicos espetaculares em sua história, o que faziam melhor?
Mais que ter técnicos geniais, sistemas táticos de outro planeta e times vencedores – afinal, todo time ganhador passa por jejum, seja pequeno ou grande, não importa se de todos os títulos ou de uma competição só -, mas o que faziam melhor era justamente contratar na medida certa e usar o lema que vemos no Flamengo hoje: “craque a gente faz em casa” e era isso, para poucas contratações, subia um tanto de jogadores da base para suprir as outras e não era “publicidade”, tanto que em 92, nosso primeiro título mundial tinha 8 jogados formados no clube.
Agora, vemos o Barcelona com excesso de contratações e obviamente pendurado de dívidas futuras – sem saber se conseguirá pagar, mesmo com as altas receitas dos campeonatos europeus e a obrigação de estar bem, como por exemplo, campeão espanhol, da Liga dos Campeões ou finalista por várias edições, vender vários jogadores…
O São Paulo, já sabemos: dívida que só cresce, contratações excessivas, quase nenhum uso da base, troca de treinadores – tivemos Crespo, Ceni, Dorival (que também tudo bem, ele saiu para a seleção), Carpini e agora Zubeldía -, onde isso vai parar?
A dívida está quase no bilhão, calcularam o fundo em 240 milhões, por que o cálculo não foi feito, sei lá, em 550, 600 milhões mais ou menos? Não dava para fazer em 2021, fizesse em 2022, título a essa altura do campeonato é o de menos, nos salvamos na penúltima rodada de 2021 e nenhuma lição essa diretoria que como você bem definiu, tem “papo de blogueiro”, não tem transparência e nem clareza nas narrativas – é menos de um grão de areia a ser resolvido em um abismo de problemas -.