De novo, após tanta expectativa, o São Paulo foi eliminado da Copa do Brasil e ontem empatou por 0 a 0 contra o Ceará, em Fortaleza, numa apresentação ridícula do time dirigido por Aguirre. Sem ganhar nenhum título desde 2012, os torcedores viram nos últimos dias as mais variadas justificativas, desculpas e tentativas de minimizar o grave momento vivido pelo clube.
O presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva (Leco), o mesmo que some após as derrotas e eliminações, concedeu uma entrevista à competente jornalista Aline Fanelli, do Jornal Agora (publicada dia 4 de abril), que merece ser lida para que todo torcedor Tricolor tenha a noção do quão isolado da realidade o dirigente está.
Algumas frases como “o trabalho revela sinais dentro de campo, onde o São Paulo está apresentando avanços indiscutíveis de reconhecida visão dos nossos torcedores e eu percebo muito bem isso” e “a diretoria está satisfeita, é um elenco bem formado e bem constituído” são sinais claros do pedestal em que a gestão se colocou há anos e dele faz questão de não descer jamais.
Se está tudo bem, presidente, ficam algumas perguntas:
- O senhor está na gestão, em cargos importantes no clube, desde a gestão de Juvenal Juvêncio. Como explica 19 eliminações em torneios mata-mata desde nosso último título?
- Como é possível uma equipe tão boa e bem montada perder sete de 16 jogos no Campeonato Paulista?
- Por que três contratações de valor tão elevado (Jean, Diego Souza e Tréllez) não são sequer titulares da equipe (se são, como no caso do centroavante, por pura falta de opção)?
- Por que o São Paulo está tão defasado fisicamente em comparação a outros clubes grandes do Brasil? Qual o motivo de tantas contusões musculares e jogadores extasiados no segundo tempo de todos os jogos?
- O senhor e seus diretores são remunerados. Se algumas dessas contratações renderem prejuízo ao clube, quem vai pedir demissão ou será demitido? Em qualquer instituição séria, uma perda de R$ 22 milhões (somando o valor das três contratações citadas) renderia demissão sumária dos envolvidos e com toda razão. Se ocorrer tal golpe no orçamento, o senhor pretende renunciar?
O ponto é que, por mais primário que pareça, o primeiro passo para resolver um problema é admitir sua existência. Leco, seus diretores e parte majoritária do Conselho Deliberativo estão mais preocupados com política, cargos, benesses e vantagens, ignorando completamente o que há de mais atual e moderno em gestão do esporte. O futuro do São Paulo Futebol Clube é discutido internamente como numa reunião de condomínio.
De nada adianta um estatuto considerado moderno com pessoas arcaicas no poder. Então, torcedor são-paulino, antes de começar a pedir a queda de mais um treinador, será que não está na hora de incomodar os mandatários que há anos estão no poder e fazem o clube andar para trás?
Por último, para conferir a entrevista completa citada anteriormente, clique nos links abaixo: