O futebol tem muita influência e por isso não podemos acreditar que é só mero entretenimento, nunca foi, nunca será. É um ato que envolve pessoas e carrega consigo questões sociais extremamente importantes.
Dito isso…
É como tomar um soco no estômago assistir a entrevista do jovem Luighi após sofrer ofensas racistas no Paraguai após o jogo do Palmeiras pela Libertadores Sub-20.
Nossa total solidariedade a você, Luighi. Parabéns pela coragem em seu desabafo e posicionamento. Você representou milhões de pessoas que não aguentam mais sofrer com atos criminosos como esses. Que os responsáveis sejam punidos. Independentemente de clubes e rivalidades, que… https://t.co/3VEf80kYqE
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) March 7, 2025
Eu, como pessoa branca, nunca vou entender a dimensão do que é passar por isso, mas devo fazer o mínimo que é combater essa atrocidade, porque é como sempre ressaltamos nas campanhas: “Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista”.
Todavia, não se pode bastar apenas a ações e frases em redes sociais, é preciso ter ação de todos. Dos torcedores em forma de protesto, denúncia e combate a esses atos. Dos clubes de se posicionarem, entretanto, ir em busca de providência, punições e serem incisivos nisso de maneira a cobrar das instituições responsáveis que medidas cabíveis sejam realmente tomadas porque sempre que acontece citam que são ‘casos isolados’ ou ‘estamos cuidando disso’, mas nada realmente efetivo acontece.
Outro ponto…
Recentemente, vimos os jogadores brasileiros se unindo a uma causa válida que é a de buscar melhores condições de jogo ao irem contra a utilização de gramado sintético. Uma questão que deve sim ser levada em consideração, ouvida e estudada pelos órgãos competentes.
Entretanto, combater e se posicionar contra o racismo é algo que vai além até mesmo das quatro linhas de um campo, é questão de humanidade. Os jogadores em sua imensa e imensurável influência devem sim se posicionar, cobrar, trazer o assunto à tona e fazer com que os torcedores se engajem na causa e falem sobre esse tema, pois, SIM, é preciso falar sobre a questão do racismo e como podemos combatê-lo em nosso dia a dia…todos os dias.
É só observar como a questão do gramado sintético dividiu opiniões, porém, levantou um debate e fez as pessoas comentarem sobre. Cá entre nós, o combate ao preconceito é absurdamente mais relevante.
Até porque muitos atletas já passaram por situações semelhantes a de Luighi e isso é inaceitável. Simplesmente, BASTA. Queremos punição real para racistas e para quaisquer outras pessoas que disseminem preconceitos seja no estádio, nas ruas, nas redes sociais e em qualquer lugar.
Repito: “Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista”.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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Pois é, Vanessa: eu também sou branco e fiquei puto igual você. Haver racismo – ou qualquer tipo de preconceito hoje em dia – não dá mais para ficar numa boa com isso, não se espantar, não se indignar, não se revoltar, não querer tomar atitude.
Apenas mensagens de ordem das federações, postagens com nota de repúdio em redes sociais, faixas pretas em camisas ou camisas pretas em uniformes que não possuem essa cor (caso da camisa preta da Seleção simbolizando a luta contra o racismo), são mensagens, digamos, bonitas, mas totalmente inócuas.
Palestras com a base, famílias e escolas ensinando que racismo é algo horrível e deve ser combatido são atitudes excelentes para as próximas gerações – para a atual, que continua sofrendo, jogadores deveriam ter o apoio da equipe (e o fazerem em conjunto) e abandonar campo ao ser ofendido por um ato ou gesto racista -: já pessoas comuns fora do esporte, fica a questão, o que fazer?
Claro, há muitas coisas em jogo quando se é fora do esporte, mas ir ao MP ou denunciar o crime poderia ajudar.