Há um determinado momento, um jogo, um lance, uma atitude, enfim, uma espécie de “faísca” que faz com que um time de futebol possa até mesmo superar sua qualidade técnica e, com raça e organização, alcançar resultados até então ditos impossíveis. Exemplos não faltam. Há algum tempo o São Paulo tem demonstrado, em raras oportunidades, essa possibilidade de superação, mas sempre fracassa no degrau seguinte.
Um caso clássico foi no Brasileirão do ano passado, após uma virada espetacular do São Paulo contra o Botafogo fora de casa. Saindo de uma vitória como aquela (4 a 3 após estar atrás por 3 a 1), era de se esperar que, com o Morumbi lotado, o Time da Fé (o verdadeiro, evite cópias) vencesse o frágil Coritiba, respirasse fora do Z4 e pudesse até brigar por objetivos maiores na competição. Resultado: 2 a 1 para os paranaenses, permanência na zona de rebaixamento e frustração.
Nos últimos dois jogos, o São Paulo jogou razoavelmente contra o Atlético-PR e perdeu por 2 a 1, deixando aberta a briga pela vaga para a próxima fase da Copa do Brasil e na última quinta empatou por 0 a 0 contra o Rosário Central na Argentina, desta vez sim, demonstrando mais organização tática e até possibilidades de vencer o jogo, não fosse o exagero do árbitro (e afobação do jogador) ao expulsar Rodrigo Caio. A partir daí, o time abdicou do ataque, mas defensivamente se portou muito bem.
Serão esses dois jogos indícios de que teremos um novo momento? Tudo depende do duelo de hoje à noite contra o Paraná Clube no Morumbi e, principalmente, quinta-feira, às 19h15, na partida de volta contra o Atlético-PR, pela quarta fase da Copa do Brasil. Diego Aguirre faz bem ao poupar alguns atletas para nossa estreia no Campeonato Brasileiro. Não porque um torneio seja mais importante que outro, mas porque nosso departamento físico/médico é desastroso e, semana passada, perdemos Reinaldo também por contusão física. Imaginem se perdermos atletas como Arboleda ou Liziero para o jogo decisivo de quinta?
Aliás, de novo, Raí e Ricardo Rocha, resolvam este problema. Temos mais de 10 atletas contundidos em 4 meses, onde está nosso trabalho de prevenção de lesões? Leco (que acha tudo lindo e perfeito), que tal deixar esse departamento ser totalmente reformulado?
Se o São Paulo não apenas ganhar hoje e se classificar na quinta, mas demonstrar um futebol mais confiável, não só na defesa, mas também na criação e finalização de jogadas, certamente o ambiente muda, a torcida abraça e forma-se aquele ambiente que ocorreu na Libertadores de 2016. Caso contrário, teremos mais uma eliminação e as dúvidas voltam a pairar sobre todos os são-paulinos. Então, amigos, a semana vale muito mais do que um jogo de estreia no Brasileirão de uma decisão de vaga contra o Atlético-PR.
Pra terminar, é muito provável que o meia Everton, do Flamengo, seja anunciado oficialmente como nosso novo reforço. Se for confirmado, trata-se de um excelente reforço, do tipo que o São Paulo precisa. Ou contratamos atletas desse nível ou é melhor apostar na base que trazer jogadores medianos, secando também a grande torneira das comissões/indicações/proximidades para “empresários”.