Fica até difícil começar este texto. O “pacote de benefícios” é tão complexo, que merece um texto de nossa parte.
Falando pelo aspecto técnico, Robinho foi um jogador de alto nível, mesmo não atendendo às expectativas que todos criaram em seu futebol quando saiu do Santos na primeira vez.
Hoje, porém, Robinho é um jogador que mostra aquela postura descompromissada, que joga quando quer. O chamado “chinelinho”, no linguajar popular. O desempenho no Atlético-MG não foi tão bom e sempre ficaria a dúvida se ele está ou não, interessado em jogar. No nível atual do futebol brasileiro, ainda tem lenha pra queimar, mas há outras questões.
O problema maior que se configura, é o extra-campo.
Antes de entrar na questão mais complexa, vale lembrar que foi um jogador que sempre esteve identificado com uma geração do Santos que gostava de tirar sarro de rivais e ter uma postura displicente. Até aí, acontece.
Houve recentemente um episódio em um jogo contra a Chapecoense, no qual Robinho destratou um jogador adversário, em derrota de seu clube, disparando a pergunta “Jogou onde?”. Muitos se divertiram, acham que isso foi saudável para o futebol e que não foi nada demais, mas mostra um jogador que vem se destacando muito mais pelo que faz fora das quatro linhas.
E há o caso mais complicado que é a condenação por violência sexual na Itália.
O jogador foi julgado e condenado em primeira instância a 9 anos de prisão por um crime, enquanto jogava pelo Milan.
Não podemos entrar nas questões judiciais, ainda mais porque cabem recursos, mas apenas o fato de ter um processo, ainda mais por um crime deste nível, é algo que suja demais a imagem.
Nós do Arquibancada Tricolor, não temos a pretensão ou arrogância para querer julgar ninguém, mas entendemos que trazer Robinho, vai gerar muito mais problemas com a rejeição da torcida e repulsa pelas ações deste jogador, do que qualquer benefício.
Alguns podem dizer que, bastaria Robinho fazer um gol em Itaquera contra o Corinthians, que todos esqueceriam qualquer crime.
Não somos baluartes da honestidade e nem os politicamente corretos, mas recorremos às nossas lembranças mais antigas, de quando escolhemos o São Paulo para torcer: O time mais correto, com pensamento à frente dos demais, mais inclusivo e coerente.
Esta possível contratação, vai contra todos os valores que sempre reconhecemos como os mais corretos.