A temporada de 2024 chegou com grandes expectativas para o São Paulo, após o inédito título da Copa do Brasil em 2023, mas o que era para ser um ano de consolidação e novas conquistas se transformou em um pesadelo para a torcida tricolor.
Após a euforia de um 2023 memorável, que consagrou o clube campeão da Copa do Brasil, eliminando seus dois maiores rivais e vencendo o Flamengo no Maracanã, a torcida são-paulina iniciou o ano de 2024 cheia de esperanças, com a expectativa de conquistar o título da Libertadores, seu quarto na história. Mas a realidade foi bem diferente, e o que parecia promissor se revelou um desastre.
A temporada começou com um grande golpe: a saída de Dorival Júnior para assumir a seleção brasileira, o que desestruturou o planejamento da temporada. O técnico havia idealizado o projeto, e sua saída precoce causou um impacto negativo. A direção, então, apostou em Thiago Carpini, que iniciou com uma vitória histórica sobre o Corinthians e ainda levantou a Supercopa do Brasil contra o Palmeiras. No entanto, essa sequência de bons resultados foi apenas uma ilusão. O rendimento da equipe, sob seu comando, despencou rapidamente, e o São Paulo começou a se afundar em uma espiral de frustrações.
O São Paulo, então, se viu forçado a buscar um novo técnico, e a contratação de Luiz Zubeldia foi vista como uma tentativa de salvar o ano. O argentino chegou com a missão de impor vitórias, e no início até conseguiu algum respiro, como a importante vitória sobre o Barcelona de Guayaquil pela Libertadores. No entanto, a instabilidade continuou a marcar o trabalho de Zubeldia, e as eliminações doloridas nas competições para o Atlético-MG na Copa do Brasil e para o Botafogo na Libertadores apagaram as esperanças de um título.
Além das escolhas técnicas questionáveis, o desempenho de jogadores fundamentais também decepcionou. Calleri, ídolo da torcida, viveu uma de suas piores temporadas desde 2016, desperdiçando gols cruciais nas quartas de final da Libertadores. Outros nomes importantes também não cumpriram as expectativas, e as lesões de Pablo Maia e Alisson agravaram ainda mais a situação. O time perdeu pontos preciosos para clubes que brigam contra o rebaixamento, e o rendimento nas partidas foi frequentemente abaixo do esperado.
As contratações realizadas durante a temporada também foram questionadas. Poucos reforços se destacaram, e Zubeldia não parecia disposto a aproveitar a base do clube, que sempre foi um ponto forte do São Paulo. Com um mercado restrito e a situação financeira do clube ainda complicada, o torcedor começa a se perguntar o que esperar do futuro. Rumores de saída de jogadores importantes, como Nestor e Luciano, e a incerteza sobre a permanência de Zubeldia apenas aumentam a apreensão.
A única coisa que ainda garante alguma esperança é a vaga direta para a Libertadores de 2025, conquistada não por méritos próprios, mas de outros times. Porém, o futuro é incerto, e a torcida não pode se contentar com o fato de estar participando da competição mais uma vez. O São Paulo precisa urgentemente se reforçar. O time necessita de um lateral esquerdo de qualidade e, principalmente, de um meia de criação que possa organizar o jogo e trazer mais consistência ao time.
É crucial que a diretoria são-paulina assuma suas responsabilidades e seja mais transparente na gestão do clube. Não adianta se apegar a feitos passados, como a conquista da Copa do Brasil de 2023, que foi emocionante e histórica, mas agora já faz parte da memória. O presente é preocupante, e a torcida quer mais: quer um time competitivo, que brigue por títulos e que retome seu lugar entre os grandes clubes do futebol brasileiro e mundial. O São Paulo não pode ser refém de promessas vazias ou de palavras bonitas; os torcedores merecem mais. Merecem ser felizes novamente.
Lorrane Lágila. Tenho 26 anos e sou jornalista. A paixão pelo São Paulo FC está em mim desde sempre, e costumo dizer que foi o clube quem escolheu minha profissão. Decidi seguir o jornalismo por amor a esse time e pela emoção de viver cada momento, acompanhando o futebol, seja de alegria ou sofrimento. Esse amor pelo São Paulo é uma verdadeira herança familiar, transmitida por meu pai, que me fez sentir esse vínculo ao assistir aos jogos ao seu lado. Porque o São Paulo é um sentimento que jamais acabará e é o que me representa.
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