Com uma mistura de jogadores que pegaram um avião dos Estados Unidos para o Brasil + meninos que estão disputando a Copinha e, portanto, jogando dia sim dia não, o São Paulo empatou em 0 a 0 com o Botafogo de Ribeirão Preto na estreia do time no Paulistão.
Esse parágrafo inicial explicando as circunstâncias do jogo é importante porque as reações com o resultado parecem não levá-las em conta.
Foram muitas críticas aos jogadores que vieram da base que, de fato, foram absolutamente discretos. Mas é justo que sejam cobrados severamente?
Alguns podem sofrer críticas um pouco mais pesadas, mas mesmo esses, não merecem julgamento definitivo.
Entre tantos riscos de se formar um time às pressas desta maneira para um jogo estava o de uma avaliação negativa desproporcional.
Ryan Francisco e Hugo, por exemplo, estavam claramente cansados (e voltarão a campo hoje pela semifinal da Copinha!). Um pouco mais cobrados podem ser Willian Gomes, Rodriguinho e Henrique do Carmo, que já fazem parte do elenco principal. Ainda assim, com todo cuidado.
Não é o caso de depositar todos numa redoma de vidro impermeável a qualquer crítica, mas de compreender que não é normal uma configuração de time tão bizarra.
No fim das contas o empate até que não foi ruim, em que pese o fato de o jogo ter sido tenebroso. Mas é o que temos para hoje e é o que foi possível ter.
Críticas podem ser mais pesadas a como se chegou ao inacreditável momento em que o time se vê obrigado a jogar domingo em um país e segunda-feira em outro. E aí os alvos são mais fáceis: CBF e FPF que simplesmente não se importam com os clubes e a direção do São Paulo, que foi incapaz de conseguir da Federação Paulista uma condição melhor tanto para o time principal quanto para o time da Copinha.
Eduardo Tironi é uma referência quando o assunto é São Paulo Futebol Clube. Leal ao seu parceiro Arnaldo Ribeiro, ele conduz, junto a ele, o canal “Arnaldo e Tironi”, além de comandar o G4 no Bandsports. Não perca a coluna de quem tem propriedade para falar sobre São Paulo Futebol Clube.
Confira minhas colunas anteriores aqui no Arquibancada Tricolor.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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Tironi, então, na verdade o que precisa ser criticado? O “planejamento” tricolor – já coloco entre aspas para sinalizar ironicamente que não existíu, obviamente -.
Feitas as devidas considerações iniciais, vamos lá: o convite para os amistosos nos EUA surgiu entre setembro e outubro – detalhe: recém-eliminado da Libertadores e Copa do Brasil e com risco real de jogar a pré-Libertadores desse ano, na qual demos muita sorte (sim, não existe outra palavra) para definir: Botafogo campeão brasileiro e da Libertadores e Flamengo campeão da Copa do Brasil, oba, vaga direta para Libertadores, mas…pera aí: que posição que ficamos??? SEXTO LUGAR!!!!
Claro, saiu tabela do paulista, precisávamos fazer o quê? Adiar 2 jogos! Conseguimos adiar um, mas não pensamos na molecadinha da Copinha que há 6 anos não ganha esse título e é a conquista mais importante da base: ah, e daí??? Não é o meu pensamento e por isso a bizarrice do “planejamento” tricolor.
Nosso presidente nas horas vagas se contentou com o pensamento pequeno, de já termos 4 títulos, de termos sido eliminados nas Copinhas anteriores e a “reestruturação da base que vai ser o lema desse segundo mandato” segundo ele próprio – e que nunca, em hipótese nenhuma, deveria ter sido renegada, corre o risco de perder para o Criciúma exatamente por ter usado vários jogadores da base para tampar buraco numa situação absurda, que não deveria ter ocorrido e assim uma tragédia foi evitada com o empate tosco de ontem, ufa…
Subir a molecada aos poucos é importante e necessário, essencial, dar chances e minutagem, mais ainda.
Tampar buraco como ontem é falta de gerenciamento, de planejamento e o que é pior: de execução e tudo isso, é claro que sabemos em quem reflete a culpa – no nosso presidente nas horas vagas, ocupado demais no Instagram…-