A derrota categórica no San-São foi a oportunidade perfeita para saírem da toca aqueles que sempre “souberam de tudo”: Zubeldía é um fracasso, Luciano não pode ser titular, Calleri também não, Rafael não tem condição de ser goleiro do São Paulo.
Uma semana antes Rafael fez um milagre quando o clássico contra o Corinthians estava 0 a 0 (e um gol naquele momento tinha poder para transformar o jogo em outra coisa). Luciano se entendeu perfeitamente com o restante do quarteto e Calleri não fez gol, mas um pivô perfeito para a costurada linda que resultou no terceiro gol tricolor.
Mas para alguns tudo isso desapareceu depois da péssima atuação do São Paulo na Vila. (e foi uma atuação bem ruim com responsabilidades divididas entre jogadores e treinador).
Na coletiva depois do jogo, Zubeldía jogou a carta do começo de temporada e do péssimo estado do gramado. Sobre o gramado, o papo não se justifica. Se o São Paulo sofreria mais no terreno por ter um time mais técnico, é responsabilidade do treinador achar soluções com outra escalação, por exemplo.
A derrota, que causa desconforto e dá voz a mensageiros do caos, tem de servir para alguma coisa. E algumas coisas ficaram bem claras.
A primeira e mais óbvia é que o quarteto não serve para todas as partidas e pode ser presa fácil (como foi) nos confrontos fora de casa. O Santos soube explorar os lados da zaga tricolor, que não conta com Lucas e Oscar na recomposição defensiva.
A aposta de Zubeldia quando o time já perdia por 2 a 1 é outro ponto que merece atenção. A escolha de dois pontas abertos e o recuo de Oscar serve para um jogo pegado em que o adversário estava em rotação muito maior do que a do São Paulo? Não.
Aí chegamos a algo que não está na conta do treinador, mas ele precisa estar atento ao que vem acontecendo. Erick de um lado e Ferreirinha de outro terminaram o ano de 2024 mal e começaram 2025 da mesma maneira. Não há clemência para nenhum time que tem dois jogadores em campo que erram tanto e o tempo todo. Em vez de chegar mais perto do empate, tomou mais um gol e poderia até ter sido goleado.
Ao menos publicamente, Zubeldia não achou que sua decisão pelos dois pontas e Oscar recuado foi ruim. Disse até que pode repetir a ideia. Associado a isso, tem o fator Ryan Francisco, que entrou nos minutos finais. Há quem diga que ele não poderia fazer a função de nenhum dos dois jogadores de lado do campo. Se for assim, muda-se a ideia. Não há mundo em que Erick e Ferreirinha estejam à frente de Ryan Francisco. A não ser que o treinador tenha o esquema à frente do elenco que tem em mãos. Aí, temos outro problema. Mas Zubeldía está deixando claro que não é refém de esquema. Ao 4-2-4 do ano passado ele incorporou variações este ano em pouco tempo..
A derrota na Vila tem de servir de aprendizado. Derrotas servem para isso e não para decretar o caos.
Eduardo Tironi é uma referência quando o assunto é São Paulo Futebol Clube. Leal ao seu parceiro Arnaldo Ribeiro, ele conduz, junto a ele, o canal “Arnaldo e Tironi”, além de comandar o G4 no Bandsports. Não perca a coluna de quem tem propriedade para falar sobre São Paulo Futebol Clube.
Confira minhas colunas anteriores aqui no Arquibancada Tricolor.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
Receba notícias do SPFC no WhatsApp e Telegram.
Siga-nos no Instagram, no YouTube e no Twitter.
Tironi, concordo plenamente com você: afinal, quem menos teve culpa na derrota tricolor foi o gramado – se estava péssimo para o São Paulo, estava igualmente para o Santos -.
Sobre o quarteto ofensivo, Ryan Francisco, Ferreirinha e Erick: o quarteto ofensivo realmente não pode ser usado toda vez e Zubeldía falou isso lá atrás, mas não aplica na prática, pode colocar 2 como titulares e 2 na reserva ou modificar os membros – como fazer um com Alves, Rodriguinho, Lucas Ferreira e Ryan Francisco ou André Silva, por exemplo -. Erick e Ferreirinha estavam muito mal já no fim do ano passado como você disse e continua igual – ou seja: por que os 2 e por que Zubeldía não deu chance à molecada da Copinha? Qual a lógica de Calleri de estar tão mal e ser titular e Ryan Francisco voando, pedindo passagem, entrar no finzinho? -.
Mais que ensinar, a derrota precisa servir para que Zubeldía mexa no time e lembre que não é necessário entrar com 11 titulares num jogo e 11 reservas no outro – afinal, há titulares que merecem ficar no banco e reservas que merecem ser titulares: mudar 4 ou 5 jogadores seria o ideal, daria mais entrosamento e faria todos jogarem -.