Antônio de Oliveira Filho, mais conhecido como “Careca”!

Antônio de Oliveira Filho, o Careca, foi sem nenhuma sombra de dúvida, um dos maiores jogadores que vestiu a camisa do São Paulo FC, apesar do relativo pouco tempo de atuação com a camisa do Tricolor do Morumbi.

O jogador despontou ao topo do futebol brasileiro logo aos 17 anos, liderando ao lado de Zenon, o forte time do Guarani de Campinas em 1978 que assombrou o país ao conquistar o título brasileiro, sendo até hoje, o único clube do interior a conquistar o campeonato nacional. Não bastassem as atuações brilhantes, cavou um pênalti e expulsão de Leão no jogo de ida da final contra o Palmeiras no Morumbi lotado e marcou o gol do título no jogo de volta em Campinas.

O corte na Copa do Mundo e a chegada ao São Paulo

Destacado como a principal revelação do futebol brasileiro, Careca foi convocado para a seleção brasileira de Telê Santana na Copa do Mundo de 1982, mas uma contusão há poucos dias da estreia, fez o atacante ser cortado, tendo que assistir o treinador convocar Roberto Dinamite em seu lugar e apesar de grande parte da torcida não confiar, ver Serginho Chulapa como titular do mundial.

Seleção Brasileira em preparação para a Copa de 82, na Espanha

Após toda a frustração, era o momento de respirar novos ares. No Morumbi.
Em 1983, o São Paulo vivia um momento de transição: havia perdido a chance do inédito (até hoje) tricampeonato paulista em 1982 e reformulava sua equipe, chamada até então de “Máquina Tricolor”. Chegou a tentar até o “Rei de Roma”, Paulo Roberto Falcão, abriu mão de estrelas que eram inegociáveis, como Mário Sérgio e até mesmo o maior artilheiro da história do clube, Serginho Chulapa.

Era preciso uma reposição à altura e o nome era o do jovem atacante do Guarani. O Tricolor oferecia nada menos que 150 milhões de cruzeiros e os passes de Éverton e do atacante Luis Muller. Uma proposta tão irrecusável ao Guarani, que o jogador foi afastado do elenco para negociar com o São Paulo. Alguns dias depois, a negociação era concretizada e ele vestia o manto Tricolor.

Reportagem da Revista Placar em Janeiro de 1983

001 2 | Arquibancada Tricolor

Apesar da estreia com gols, Careca teve um começo tímido no Tricolor. Alguns mais ansiosos, atacavam a contratação, esquecendo-se de outros casos que começaram de forma semelhante e se revelaram bem sucedidas posteriormente. Enfrentando muitas críticas e contusões, Careca acompanhou e ajudou a comandar o início de uma nova geração de jogadores no Morumbi, chamada de “Menudos”, em alusão ao grupo musical que fazia estrondoso sucesso no mundo, durante a década de 80.

Jogadores rápidos e talentosos como Muller, Silas e Sidnei, davam forma a uma equipe novamente reformulada após as saídas de Waldir Peres, Zé Sérgio, entre outros. A saída de Zé Sérgio, em negociação com o Santos, possibilitou a chegada de outro craque ao Morumbi, o meia Pita, que chegava para vestir a camisa 10 e distribuir passes e jogadas ao atacante que sempre teve fome de gols, mas sofria com a nova transição da equipe.

As conquistas da nova máquina

A redenção veio em 1985, com a conquista do Campeonato Paulista, a primeira daquela promissora equipe, ainda reforçada por Falcão, que finalmente voltava ao Brasil. O título veio sobre a forte equipe da Portuguesa e Careca, foi o artilheiro do campeonato com 23 gols.

Após o brilhante desempenho no Paulistão, a ânsia para um velho sonho: disputar a Copa do Mundo.

Novamente com Telê no comando, a seleção foi convocada para o mundial do México e desta vez, não havia dúvidas que Careca, no auge da forma física e técnica, seria o nome da Copa. O jogador correspondeu e foi o artilheiro do Brasil no mundial com 5 gols, mas com uma geração já envelhecida e Zico se recuperando de contusão, o sonho do Tetra ficou pelo caminho, nos pênaltis contra a França, partida em que Careca também marcou o seu gol.

Careca: 5 gols na Copa 86 e prestígio mundial

Com a decepção sem o título, mas com o prestígio internacional em alta, Careca era cobiçado por vários clubes, mas ainda tinha uma tarefa a realizar no São Paulo. Era o momento de conquistar o Brasileirão e provar que não fez apenas um mundial bom, mas era um dos principais e melhores atacantes do mundo.

Com as fórmulas mirabolantes de nossos dirigentes, a edição do Brasileirão de 86 foi uma das mais confusas e talvez a mais desorganizada da história da competição, começando em agosto e terminando apenas em fevereiro de 1987, o Tricolor passou por cima de todos e liderado por Careca, conquistou seu segundo título nacional. O atacante foi decisivo em várias partidas, mas especialmente na final, marcou o gol de empate aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação, que permitiu a disputa por pênaltis contra seu ex-clube, o Guarani.

Repetindo o Paulista do ano anterior, Careca foi o artilheiro do torneio com 25 gols e eleito o melhor jogador do país.

Careca | Arquibancada Tricolor

Careca ainda participou de partidas da Libertadores de 1987, mas sua negociação já estava encaminhada. Após cento e noventa e um jogos e cento e quinze gols pelo São Paulo, deixou o São Paulo em junho daquele ano para formar uma memorável dupla com o maior jogador do mundo naquele momento, Diego Armando Maradona, no Napoli. O time era o atual campeão italiano e já o cobiçava desde 1979 quando despontou em Campinas.

Careca e Maradona, em 1987

Sua passagem na Itália foi marcante, com títulos da Copa da UEFA (1988-89), Campeonato Italiano (1989-90) e Supercopa Italiana em 1990, garantindo lugar como titular em mais uma Copa do Mundo, na Itália em 90.

Em 1993, Careca deixou a Itália para um desafio no Japão com o Kashiwa Reysol, na época, uma nova equipe da J.League e ajudou a equipe a subir à primeira divisão do campeonato em 1994. O atacante ainda disputou o Paulistão de 1997 pelo Santos, seu clube de coração (anotou 2 gols) e encerrou sua vitoriosa carreira profissional no São José de Porto Alegre em 1999, disputando algumas partidas pelo campeonato gaúcho.

Deixamos registrados aqui, nossos eternos agradecimentos e homenagens a um dos maiores jogadores que passaram pelo São Paulo FC.

Careca – O artilheiro Tricolor

Um humilde tributo ao aniversariante desta semana: Careca – Antônio de Oliveira Filho!

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