Aos 82 anos, morreu em São Paulo nesta quinta-feira, 29 de dezembro de 2022, Edson Arantes do Nascimento, pra sempre e mundialmente conhecido como Pelé, o Rei do Futebol.
Fisicamente, ele não está mais conosco, mas tudo o que fez dentro de campo jamais irá se apagar. Pelé é o nome mais alto do nosso esporte preferido, o Atleta do Século 20, o Rei do Futebol.
Hoje vamos celebrar a existência da lenda, lembrando algumas de suas conexões com o São Paulo Futebol Clube.
Waldemar de Brito, o “descobridor” de Pelé
Se não é verdade que Pelé chegou a fazer testes para jogar no São Paulo, antes de ir para o Santos, conforme a pesquisa do jornalista Luiz Carlos Cordeiro (no livro “Pelé de Bauru), o fato é que o seu descobridor foi Waldemar de Brito.
Para quem não sabe, Waldemar jogou no Tricolor nas décadas de 1930 e 1940. Ele era o treinador do Bauru Atlético Clube em 1954, quando um tal de Dico jogava por lá. Encantado com o talento do jovem, Waldemar foi o responsável por levá-lo ao Santos, clube com o qual tinha amizade dentro da diretoria. Na Vila Belmiro, Dico virou Pelé e conquistou o mundo.
Roberto Dias: o melhor marcador
O nosso quarto-zagueiro Roberto Dias, um dos maiores jogadores da história do São Paulo, também possui uma conexão com Pelé. O craque santista considerava o nosso defensor o melhor que ele já enfrentou em sua carreira:
“Eu dizia que o Dias era um grande jogador, que costumava fazer mais o papel do Clodoaldo. Mas em jogos contra o Santos, ele me marcava. E era chato pra caramba na marcação. Mas era um jogador muito bom e que jogava na bola. Eu tive grandes jogadores me marcando, entre eles o Beckenbauer, da Alemanha. Mas o Dias foi realmente um dos melhores”, comentou Pelé.
Conforme relata Conrado Giacomini, no livro “São Paulo: dentre os grandes, és o primeiro”, “o duelo entre Dias e Pelé era uma atração à parte”. Conta ainda Giacomini:
“Certa vez, num San-São, Dias grudou em Pelé e o santista não produziu uma única jogada de perigo no primeiro tempo. Na etapa final, Pelé teve que jogar mais recuado, exatamente para fugir da implacável marcação exercida pelo são-paulino. No fim do jogo, não só recebeu os parabéns do Rei, como ainda ouviu Pelé admitir que se continuasse atuando no ataque não teria a menor chance naquele dia”.
Inauguração do Morumbi
Uma história que poucos sabem, é que nos eventos de inauguração do Estádio do Morumbi, em 1960, Pelé foi cedido pelo Santos para vestir a camisa 10 do São Paulo, causando uma grande repercussão na mídia.
A festa teria o apoio dos rivais paulistas. Corinthians, Palmeiras e Santos cederam jogadores ao Tricolor, enquanto a Portuguesa só não participou do combinado também porque tinha compromisso na data.
Quando tudo estava certo, uma distensão muscular impediu que o Rei tivesse a honra de vestir o manto Tricolor contra o Nacional do Uruguai.
A ausência foi sentida, mas o Tricolor passou por cima do adversário, vencendo por 3×0 e fazendo a festa dos milhares de torcedores presentes ao início da história de nossa grande casa.
Torneio Sub-17 na Inglaterra
Dando nome a um torneio para as categorias de base em Sheffield, na Inglaterra, em comemoração aos 150 anos do clube da casa, São Paulo, Inter de Milão, Porto e Sheffield FC contaram com a presença do Rei.
“O São Paulo está de parabéns por estar representando tão bem o Brasil. Desde que cheguei aqui na Inglaterra só tenho ouvido elogios sobre o clube. Não só por sua participação dentro de campo, mas também por sua conduta e postura fora de campo, seja diretiva, ou dos jogadores“, disse o Rei do Futebol.
A presença de Pelé, fez com que o público do estádio Bramall Lane superasse os jogos da equipe local na Premier League.
Na ocasião, o Rei foi presenteado com uma camisa personalizada do São Paulo e fez questão de tirar fotos com a imprensa que estava presente no local.
Nossa reverência acima de qualquer rivalidade
Logicamente sempre estivemos em lados opostos dentro de campo, e quem teve a honra de presenciar a lenda em atuação, jamais vai esquecer o que viu.
De acordo com a IFFHS, Pelé é o segundo maior goleador da história do futebol em jogos oficiais, marcando 765 gols em 812 partidas, e no total 1283 gols em 1363 jogos que incluem amistosos não oficiais, um recorde mundial do Guinness Book.
Em tempos onde a grande mídia e pessoas questionam se outros superaram o Rei, o fato é que mais de 45 anos depois que Pelé parou de jogar, ele ainda é considerado o maior de todos no esporte que amamos.
Obrigado por tudo Rei! Onde estiver, nossa reverência eterna a você!
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