Confira a entrevista de Julio Casares para a Folha

A jornalista Mônica Bergamo conversou com o presidente sobre temas importantes do clube

O presidente Julio Casares conversou hoje (30) com a jornalista Mônica Bergamo e contou bastidores do clube. Na conversa, os dois falaram sobre o momento financeiro da equipe, como o clube convivia com dívidas e penhoras e mudou a chave para conseguir uma tranquilidade financeira e um título depois de 8 anos e meio.

Casares começou a entrevista contando como confidenciou aos amigos que seria presidente da equipe no ano passado. À época, o clube tinha uma dívida de R$ 580 milhões entre dívidas bancárias, com clubes, entre outras. Ele confirmou que de 10 amigos, 8 entenderam como uma possível loucura e os outros 2 tiveram certeza da loucura do presidente.

Porém, ele assumiu o comando do clube em janeiro e 5 meses depois conseguiu tirar a equipe da fila de 8 anos e meio. Segundo o presidente, para ter a taça do Paulistão, o trabalho feito pela presidência é de 15 horas diárias. E o resultado além do troféu, é a emoção das crianças e jovens que nos encontram e se mostram muito gratos pelo título.

Nas finanças, o São Paulo tinha um problema gigantesco a curto prazo. Suas maiores dívidas eram para pagamento em meses e por isso a corda estava no pescoço (o São Paulo precisava vender o café da manhã e o almoço para pagar a janta, segundo o presidente). Para resolver esse problema, foi criado um comitê para analisar as questões e negociar as dívidas.

A curto prazo, os pagamentos beiravam a casa dos 70 milhões de reais e ao todo, estava na casa de 580 milhões de reais. E o comitê realizou os pagamentos das pendências com o Atlético Paranaense por Pablo, com o Orlando City por Kaká, com o Tigres por Cueva e com o Dínamo de Kiev por Tchê Tchê.

Ao longo da pandemia, o clube perdeu aproximadamente 200 milhões de reais (140 em 2020 e 60 em 2021). E essa queda financeira causou problemas, que segundo Casares, estão sendo revisados.

Com a chegada a final do Paulistão, o clube acertou um patrocínio pontual com a LG e também conseguiu para as partidas da Libertadores com a Amazon. Outra receita que o marketing também conseguiu garantir é o do sócio torcedor (que foi revisto e apresentado na última sexta-feira).

O presidente acompanha os jogos do clube e ao todo teve que fazer 85 testes de PCR. Ele explicou como é feito o processo no São Paulo: “Se tem jogo no sábado, temos que fazer exame na quinta e o teste rápido no dia da partida. Na semana seguinte, tendo jogo na quarta, já preciso fazer novo exame na segunda, e de novo no dia da partida. Os jogadores só podem treinar com testes negativos”.

Por fim, o presidente comentou sobre as categorias de base do Tricolor. Para ele, o ideal é um jovem da base ficar no clube por 2 anos para conseguir render e ganhar títulos. Porém, a expectativa é realizar uma estabilidade na parte financeira para que os jovens de Cotia possam ficar mais tempo.

Compartilhe esta notícia