Daniel Alves ao The Guardian: “Brasil é cemitério de técnicos e jogadores”

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Daniel Alves recuperou o prestígio com a torcida são-paulina e com a imprensa depois que passou a atuar na ala direita. Capitão da equipe de Crespo, seu início de temporada não poderia ser melhor:1 gol e 4 assistências em 10 jogos, além liderar outros quesitos técnicos.

Em 2020, com Fernando Diniz, ele atuou como meia, assim como havia acontecido nos tempos de PSG, porém suas atuações no setor foram muito criticadas e na visão do camisa 10 são-paulino, não foram merecidas. Em entrevista ao jornal The Guardian, da Inglaterra, Daniel reclamou da cultura do futebol brasileiro de resistir à mudanças e disse que o Brasil é um cemitério para técnicos e jogadores:

O Brasil é um cemitério de treinadores e jogadores. Nosso sistema se baseia nas coisas serem sempre as mesmas. Quando você tenta algo diferente, as pessoas ficam contra você, por que se funcionar isso vai mudar o sistema inteiro“, afirmou.

Como comparação, ele usou o exemplo do jogador alemão Joshua Kimmich, do Bayern de Munique, que atual tanto lateral quanto no meio:

Infelizmente, eu vivo em um país no qual Joshua Kimmich jogando de meia é muito legal, mas eu jogando não é. Por quê? Eu posso jogar em qualquer posição. Eu atuei no Paris Saint-Germain como meia. Quando eu estava lá, (Thomas) Tuchel (técnico) me falou que o lado direito do campo era muito pequeno para mim, porque todos os bons jogadores precisam ter a bola o tempo todo“, e completou:

No Brasil, eu tenho que ser lateral porque eu fui o melhor lateral-direito do mundo. Mas se eu voltar a ser lateral, eles vão dizer que estou velho. Olhe as estatísticas. Eu estou jogando bem. Qualquer um que trabalha comigo sabe o que eu posso fazer, não sou uma criança que está começando agora.”

Fonte: The Guardian

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