Derrota que forma caráter?

Claro que não dá pra aceitar e ficar conformado com mais uma derrota, ainda mais, por uma bobeira no final.

Mas agora que você dormiu e acordou, esfriou a cabeça e pode olhar com menos raiva, parou pra pensar que esta derrota pode ser uma daquelas que ajuda a formar caráter e unir um time?

Veja, em 2003, o São Paulo passava um momento complicado, com derrotas seguidas para o Corinthians, eliminações diversas em torneios e sem nem mesmo chegar na Libertadores, há algum tempo.

Veio então a disputa da recém criada Copa Sul Americana, e o Tricolor pegaria o River Plate. A decisão nos pênaltis não contou com Luis Fabiano (foi aquele jogo da frase “entre bater um pênalti e ajudar na briga…”), expulso.

O ponto é: aquela eliminação foi dolorosa, mas ajudou o time a criar casca grossa, ser guerreiro. Com isso, o time arrancou na marra uma vaga na Libertadores de 2004 e o resto vocês já sabem.

O que tem a ver com o momento de hoje?

Muito.

Nas duas partidas da semifinal deste Paulistão, o São Paulo teve uma conduta e postura totalmente diferente dos últimos anos.

Quantas vezes xingamos quando o time entrava dormindo ou se borrando em um clássico fora de casa?

É obrigação jogar com a raça e vontade destes dois jogos? Sim, mas o mesmo time, não fazia isso com Dorival no comando.

A eliminação de ontem, da forma que foi e depois do time conseguir seguir perfeitamente a proposta tática que escolheu, além de dar esperanças para um desempenho melhor, serve para separar o joio do trigo no elenco.

Você pode até criticar o fato do time ter escolhido se defender, mas já viu o elenco que temos? As poucas peças de reposição disponíveis para manter um nível decente, são insuficientes.

O time foi casca grossa, surpreendeu e assustou o Corinthians, que estava sem conseguir jogar. Tente lembrar quando foi a última vez que o SPFC foi bem assim em um clássico?

Além de tudo, devemos exaltar Liziero, que foi muito bem, Arboleda que não perdeu uma bola na área, e Nenê, que foi o protagonista pelo lado do São Paulo.

Resumo da Ópera

Perdemos, caímos, mas foi de pé.

Claro que isso não nos basta, mas começamos a ver algo promissor. Mais raça, mais força e vontade de vencer. Temos o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Copa Sul Americana pela frente.

Força!

Foto: Rummens

Compartilhe esta notícia