No episódio do Arquibancast exibido no quarta-feira (26), no YouTube do Arquibancada Tricolor, o conselheiro da oposição do São Paulo, Flávio Marques, explicou os motivos pelos quais se posiciona contra a adesão do clube ao Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), modelo que busca o abatimento de dívidas por meio da captação de investidores no mercado.
Questionado pelo jornalista Ricardo Senna sobre a movimentação para a implantação do FDIC no clube, Marques destacou que a operação pode ajudar no fluxo de caixa, mas alerta sobre os riscos e custos envolvidos: “O São Paulo tem contratos de longo prazo, dinheiro a receber de patrocinadores, de sócios do clube, direitos de transmissão da Libra. Tem dinheiro a receber no longo prazo, e o FDIC é uma antecipação. Pode sim ajudar no fluxo de caixa.”
Contudo, ele ressalta que o custo da operação não é vantajoso: “Tem taxa financeira do FDIC, é uma operação completa. A hora que você soma essas taxas, o custo do FDIC estava mais alto do que o São Paulo vinha captando.”
Outro ponto levantado por Gabriel Sá foi a preocupação com o impacto da operação sobre as receitas futuras do clube. Marques pontuou que há aspectos positivos no modelo, como o estabelecimento de regras financeiras para gestão do futebol e administração: “O maior benefício do FDIC são os compromissos. É combinado que o São Paulo, no ano seguinte, vai gastar um teto no futebol, que não vai passar de certo valor. Também tem um teto na administração e, necessariamente, tem que gerar superávit. Esses combinados, se forem cumpridos, vão ajudar a colocar o São Paulo nos eixos. Eu torço muito para que tudo seja cumprido, se não for, existe uma reunião trimestral que avalia e ajuda. Caso não aconteça, pode haver uma liquidação. Eu espero que a gestão tenha uma clara noção do risco.”
SAF: Inevitável para o São Paulo?
O conselheiro também comentou sobre a possibilidade de transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Segundo ele, esse caminho pode se tornar uma realidade se a situação financeira continuar crítica: “A pior situação que pode acontecer é o clube chegar ao ponto em que não tem condições de dar continuidade na sua gestão de futebol. Então, você transfere para uma nova entidade o mínimo necessário para disputar as competições, mas o clube continua devedor. Talvez a SAF, para o torcedor, seja a salvação, mas ainda pode ter problemas.”
Marques finaliza afirmando que a questão da SAF não é mais uma dúvida sobre sua implantação, mas sim sobre quando e como ela ocorrerá: “Não é se será criada a SAF, é quando e como. Pode ser péssima ou algo favorável para o clube.”
A entrevista reforça as incertezas que cercam o futuro financeiro do São Paulo e a necessidade de planejamento para evitar decisões que possam comprometer a estabilidade da instituição no longo prazo.
Confira:
Assista ao episódio completo:
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Luiza, o vídeo em si é excelente, mas questiono que o FDIC só seja para as dívidas bancárias e com esse limite de R$ 240 milhões para a quitação delas, tendo em vista que a dívida total do clube era de R$ 886 milhões ano passado, que o teto do fundo fosse de pelo menos 450 ou 500 milhões para abranger dívidas bancárias, trabalhistas, cíveis, se houvessem dívidas tributárias não negociadas, incluir no bolo até dar o valor pretendido…
Iria aliviar muito a situação financeira do clube com esse teto que eu disse, não pensando exclusivamente no centenário, mas em 10 anos, já que Casares perdeu praticamente 4 sem se mobilizar para abaixar essa dívida que só cresce.
Quanto à SAF: totalmente necessária, desde que antes o clube deixe motivos mesquinhos de lado (“contratar grandes reforços para competir em pé de igualdade com Flamengo e Palmeiras”), pense com a cabeça no lugar e pesquise corretamente como fez o Bahia, vá atrás da Fenway ou RedBird – gestoras de Liverpool e Milan, respectivamente e ambas com Le Bron James, astro da NBA tendo participação minoritária -, buscando uma gestão profissional, que faça o clube crescer, melhore a credibilidade que anda super em baixa e com o pagamento de dívidas, investimento em infraestutura (incluindo MorumBis, Barra Funda e Cotia), possa montar time competitivo e aí sim ser campeão.
Ou entre em recuperação judicial para quitar toda sua dívida ou mesmo faça algo como o River Plate fez: entre na Bolsa de Valores para que torcedores possam investir em ações do clube, a grande jogada é fazer a preços que toda a torcida, independente ou não de ser sócia-torcedora possa comprar e não os preços proibitivos dos ingressos de jogos do MorumBis, para investir em infraestrutura, comprar reforços, pagar dívidas (inclusive salários que clube sempre insiste em atrasar) e o melhor de tudo: contar com a força da #TorcidaQueConduz para movimentar as finanças do clube com uma gestão responsável, sem que “organizadas” apelem para vaquinha visando ao financiamento do estádio (já pago, mas obviamente rivais distorcem e inclusive inventam que falimos) e possamos ver nosso time campeão muitas vezes.