Flávio Marques, conselheiro da oposição do São Paulo, foi o convidado do Arquibancast do último dia 26 (quarta-feira), e dentre os tópicos discutidos, como, por exemplo, a forma que ocorre a divisão política dentro do Tricolor, Flávio também trouxe detalhes sobre o processo de crescimento das dívidas do São Paulo. Confira:
O conselheiro começa relembrando o mandato do presidente Leco, que esteve no comando do São Paulo de 2015 a 2020. Explica que os 3 primeiros anos estavam indo bem na administração e a dívida estava sendo reduzida. Esportivamente houve momentos de baixa e outros não tão ruins. Mas, “2019, financeiramente foi um desastre.” Cita, por exemplo, as contratações de Daniel Alves e Juanfran, e várias outras da gestão “que foram lamentáveis em termos de resultado.” 2020, ano da pandemia, “foi um desespero“; receitas reduzidas, sem bilheteria, se perdeu muita coisa. E assim, Leco deixa o São Paulo com uma dívida alta: começou o mandato com ela na casa de R$ 350 milhões e deixou em mais de R$ 500 milhões.
Chegando à gestão de Julio Casares: nos 3 primeiros “trabalharam muito bem” na parte de receitas, elevando-as; mas as despesas conseguiram ser muito mais elevadas que as receitas. Seu primeiro mandato terminou com a dívida chegando a quase R$ 700 milhões. “Isso mostra que está tendo um descontrole nas despesas.“
Flávio explica que as receitas e despesas que mais impactam o São Paulo são as do time profissional, sendo que Carlos Belmonte acredita que “a única maneira de sair disso” é investir alto no time, que poderá ganhar títulos e premiações. “O que ele talvez não tenha percebido é que essa foi a fórmula do Cruzeiro“, maior campeão da Copa do Brasil, sendo rebaixado em 2019. “É essa a minha preocupação com o São Paulo. E é daí a minha briga e os meus pronunciamentos.“
Flávio diz suas críticas não são às pessoas, mas à gestão Casares e Belmonte; “essa fé que eles têm que a forma de resolver é pelo aumento de receita, e que para isso tem que ter conquistas.” Ele opina que sim, o time precisa ser competitivo, pois faz diferença onde a equipe chegue nas competições, diferença nas premiações e nas vagas para outras competições, como a Libertadores. “Então precisa de competitividade. O que não quer dizer que vai ser necessariamente (o time) dominante.“
Flávio comenta que estudou muito o caso do Flamengo, na mudança da situação do clube, e diz que o critério básico é o seguinte: “você não vai se recuperar se continuar gastando mais do que você ganha.”
Por fim, o conselheiro explica sobre a premiação conquistada pelo São Paulo no título da Copa do Brasil 2023, que foi de R$ 70 milhões. Explica que “o prêmio quase em sua totalidade acabou voltando para os próprios jogadores“, através de premiações extras, e de contratações, como o caso da vinda de Lucas Moura. E finaliza: basicamente, com essas despesas necessárias para ganhar o título, “o que recebemos de receita adicional, não pagou.“
Confira o corte completo:
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