“É o que pretendo fazer: aprofundar o vínculo do São Paulo com o torcedor.”

Foto: Renata Lufti/ saopaulofc.net

No Uruguai acompanhando o time sub-20 na Libertadores, o agora dirigente Lugano, cedeu entrevista ao Globoesporte.com. O Dio5 falou sobre seu cargo, ideias  e humanização no futebol.

Após virar dirigente, Lugano foi com a delegação sub-20 para a Libertadores da categoria. A competição está sendo em seu país natal, Uruguai. O ex-zagueiro falou sobre essa viagem especial.

“Não foi minha primeira missão, porque em apenas 20 dias em São Paulo, por sorte minha ou necessidade do clube, já tive que intervir em muitas coisas. Mas é minha primeira viagem. É muito especial, tem toda uma simbologia para mim e para o São Paulo, por seu vínculo com o Uruguai”, disse o ex-zagueiro.

Na entrevista, o agora dirigente também comentou sobre suas prioridades no novo cargo.

“É justamente o que preciso definir. Se você começa a abordar tudo, acaba sendo pouco profundo. Mas há uma área que eu vou tentar participar mais. Algo que o São Paulo nunca fez. Ter um representante conhecido na Conmebol, na CBF, com a torcida. Reuniões, eventos sociais e empresariais. Qualquer um que se aproxima do clube quer ter a imagem do clube para aprofundar esse vínculo. 

O Brasil nunca fez isso, como fazem Espanha, Itália, Inglaterra. Também na América do Sul é normal ex-jogadores fazerem essa função. Não ídolos, mas respeitados, com uma visão um pouco mais além. É o que pretendo fazer: aprofundar o vínculo do São Paulo com o torcedor.”

O uruguaio também comentou do momento atual da equipe. E o imediatismo que está assombrando o São Paulo nesse começo de temporada.

“O futebol é tão imediatista, tão fanático, tudo depende tanto do próximo resultado, que é impossível traçar uma linha que não seja ganhar o próximo jogo. Acho que é muito pouco o que se oferece ao torcedor. O torcedor se identifica com uma essência, princípios, valores. O São Paulo, por natureza, os tem, mas não explora como poderia e deveria. Nessa função posso ajudar, porque minha imagem é muito vinculada a isso”, analisou o dirigente.

Como representante do São Paulo no Uruguai, em sua época de jogador, Lugano era conhecido por falar bastante com jovens jogadores do time, ele chamava o garoto Brenner de filho. E agora não é diferente, em outro cargo, o uruguaio mantém o foco nos jovens, utilizando esse tempo para conversar com os garotos.

“Alguns eu já conhecia da Barra Funda. A verdade é que não gosto muito de dar mensagens específicas. Gosto de, com a convivência, dar exemplos. É como eles assimilam. Muito mais que palavras, mas exemplos. Compartilhar momentos, ver como você atua em diferentes circunstâncias. E nessas conversas curtinhas você pode passar certos valores e princípios que acho que são importantes para qualquer jovem.”

Ele também comentou sobre sua famosa cartilha que é entregue quando algum jovem sobe para o time principal.

“Sim, tem uma cartilha para os meninos. Coisas básicas de vestiário. Mas nada de futebol, e sim da vida. Quem quer assimila, quem não Mas tenho a obrigação de passar. São dicas para a vida de jogador, segundo a experiência que eu tive. Informações que é melhor ter aos 18 anos do que aos 35 anos. Para eles terem uma visão um pouco mais da vida. Coisa interna de vestiário. Dicas de comportamento.”

Lugano atuou no São Paulo de 2003 até 2006, e depois voltou nos braços da torcida em 2016 e se aposentou no clube. O dio5 conquistou quatro títulos com a camisa Tricolor: Paulista, Libertadores e Mundial (2005) e o Brasileiro (2006)

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