E se o Diego Aguirre não tivesse sido demitido do São Paulo?

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Quando o técnico Diego Aguirre foi demitido do São Paulo no dia 11 de novembro de 2018 após o time empatar um clássico contra o Corinthians por 1×1 no dia anterior em partida válida pelo segundo turno do Brasileirão, os torcedores ficaram divididos quanto a essa atitude da diretoria.

Afinal, de uma maneira geral o técnico tinha feito um bom trabalho à frente da equipe. Tanto que agora que muitos pedem a saída do Fernando Diniz um dos nomes que mais aparecem em meio aos comentários da torcida é: Diego Aguirre.

O uruguaio foi anunciado pelo São Paulo no dia 11 de março de 2018 e tinha contrato até dezembro do mesmo ano. Ele chegou para substituir Dorival Junior e pegou a fase final do Campeonato Paulista, quando o São Paulo foi eliminado na semifinal.

Então, tinha pela frente mais três competições: Copa do Brasil, Sul-Americana e Campeonato Brasileiro.

Logo em abril, mais especificamente no dia 19, veio mais uma eliminação e dessa vez na Copa do Brasil, quando o Tricolor foi eliminado pelo Athletico Paranaense em pleno Morumbi, impedindo que a equipe avançasse às oitavas da competição.

Depois, veio a Sul-Americana e mais uma eliminação vergonhosa na segunda fase do torneio no dia 16 de agosto. O adversário era o Colón, da Argentina e, novamente no Morumbi, o São Paulo deu adeus a mais uma chance de título ao perder nas penalidades máximas.

Então, veio o Campeonato Brasileiro, competição em que o São Paulo começou empatando muito, chegou a perder um clássico para o Palmeiras fora de casa depois de ter bons resultados e foi para a parada da Copa do Mundo com uma sequência boa de resultados.

No seu retorno, venceu bem o até então líder Flamengo no Maracanã com gol de Everton e começou o bom momento do Tricolor com o comando de Aguirre, visto que em uma sequência de jogos considerada difícil contra Flamengo, Corinthians, Grêmio e Cruzeiro, o São Paulo venceu três e perdeu apenas uma.

Detalhe: foi nesse meio tempo que aconteceu a eliminação da Sul-Americana e o Tricolor continuou bem, mas depois os resultados bons pararam de acontecer. Nem parecia o mesmo time do São Paulo que tinha conquistado a liderança do Brasileirão no jogo contra o Vasco no Morumbi no dia 05 de agosto.

Surgiram boatos de que problemas internos estavam acontecendo e desentendimentos entre alguns atletas e Diego Aguirre eram o que estava motivando todo esse desgaste da equipe Tricolor, que refletia nitidamente dentro de campo.

E depois de uma sequência de derrotas e empates na última competição que restava ao São Paulo, a diretoria optou, após o empate no clássico demitir o técnico Diego Aguirre no dia 11 de novembro de 2018.

Nesses oito meses à frente do comando do Tricolor, Aguirre esteve em 43 partidas, com 19 vitórias, 15 empates e nove derrotas, com um aproveitamento de 55,8% dos pontos.

Depois de sua saída, quem assumiu a equipe foi André Jardine que comandou o time nas últimas cinco rodadas do Brasileiro e ficou também em 2019 até fevereiro.

No final, o São Paulo terminou o Brasileirão na 5ª colocação da tabela, classificando-se para a pré-Libertadores do ano seguinte quando foi eliminado pelo Talleres em um dos maiores vexames da história do clube.

E é com essa informação que eu te pergunto: o problema era o técnico Diego Aguirre? E se ele não tivesse sido demitido?

Não posso afirmar que o São Paulo teria tido uma campanha melhor em 2019 e nem que não teria passado por tamanha vergonha ao nem chegar na fase de grupos da Libertadores, mas podemos pensar em alguns pontos.

A diretoria do São Paulo preferiu demitir um técnico que vinha fazendo um bom trabalho, mas que, por desentendimentos com alguns jogadores, não conseguiu mais ter o comando da equipe ao invés de “meter o pé na porta” e colocar os pingos nos “is”, acabando com a panelinha que se formou e prejudicou demais a temporada do time.

Não estou falando que o trabalho do Aguirre foi impecável porque não foi. Não vou culpá-lo pelas eliminações no Paulista e na Copa do Brasil porque ele tinha praticamente acabado de chegar no clube. Já na Sul-Americana ele já tinha um tempo de trabalho e no Brasileiro, bom, conseguíamos ver um São Paulo constante até tudo começar a desandar.

O time começou a perder pontos muito importantes e foi ficando para trás. Não tirando o mérito do Palmeiras, que ficou invicto no segundo turno e se tornou Campeão. Todavia, nós estávamos na liderança e, mais um vez, deixamos escapar. A responsabilidade era nossa em manter o primeiro lugar.

E qual foi a solução para isso? Demitir o técnico com cinco rodadas antes de acabar o campeonato, nas quais fomos derrotados em duas, empatamos outras duas e vencemos apenas uma, o que nos deixou fora do G4 e, consequente, fora da fase de grupos da Libertadores.

Aguirre trouxe um estilo totalmente diferente para o São Paulo, mas conseguiu implantá-lo bem depois de um tempo de trabalho, nós sabíamos como o time iria se comportar em campo. O problema é que os adversários também sabiam e conseguiam a anular o esquema de jogo montado pelo técnico uruguaio, que não conseguia, então, reinventar-se com as peças que tinha no elenco.

Falando nisso, outros pontos também colaboraram para que o time caísse de rendimento como a lesão de alguns jogadores como Everton e, posteriormente, Joao Rojas. Então, a intenção dessa coluna não é dizer que o Diego Aguirre era a solução dos nossos problemas, mas também não era a causa de todos eles.

Ele teve aproximadamente oito meses para trabalhar no São Paulo e foi mandado embora. Não teria sido melhor mantê-lo para o ano seguinte e a diretoria, que é totalmente omissa, tentar resolver os problemas internos pensando no bem do clube?

Que utopia pensar dessa forma. Depois tivemos Jardine que ficou cerca de três meses, Mancine assumiu, depois veio o Cuca, que pediu para sair e, agora, Fernando Diniz.

O São Paulo precisa de comando e de renovação completa! Na minha opinião, se naquela época em 2018 se tivéssemos o mínimo de atitude por parte da diretoria em tentar acertar os problemas internos ao invés de mandar o possível “problema” embora teríamos no mínimo ficado no G4 daquele campeonato, o que já seria uma vergonha para quem sonhava com o título.

Bom, procurei trazer algumas visões desse período que o uruguaio esteve à frente do comando do Tricolor, já que muitos torcedores citaram o nome dele após especulações e pedidos para a demissão do técnico Fernando Diniz.

Enfim, na SUA opinião: o São Paulo deveria ter mantido o técnico Diego Aguirre?

Aproveito e trago outra questão para pensarmos: a solução HOJE para o São Paulo, pensando na sequência da temporada que terminará só em 2021, é demitir o técnico Fernando Diniz?

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Compartilhe esta notícia