Confira o primeiro artigo desta série, publicado na semana passada, sobre o endividamento líquido do São Paulo.
Como podemos observar, o futebol brasileiro, a cada ano que passa, fica mais competitivo. E o aspecto financeiro tem feito a diferença no que diz respeito à solidez e qualidade das equipes. Em um mercado que as SAFs e clubes empresa têm ganhado cada vez mais espaço, as equipes que não se reestruturarem financeiramente têm grandes chances de ficarem para trás e isso pode ser um caminho sem volta.Neste artigo, iremos abordar a questão do endividamento do São Paulo. Analisaremos o histórico do clube nos últimos 20 anos e explicaremos alguns conceitos sobre índice de endividamento.
Endividamento de curto e longo prazo
Quando falamos de prazo para quitação das dívidas, podemos dividi-las em curto e longo prazo.
Qual a diferença entre dívidas de curto e longo prazo?
As dívidas de curto prazo são aquelas que devem ser quitadas nos próximos 12 meses, compondo o passivo circulante.
Já as dívidas de longo prazo são obrigações que o clube deve honrar em prazos superiores a 12 meses, compondo o passivo não circulante.
Normalmente, dívidas contraídas para pagamento em um período mais longo possuem juros mais baixos. Assim, um cenário com uma maior concentração do endividamento em dívidas de curto prazo, além de apresentar um prazo mais curto para pagamento, o que pode afetar o fluxo de caixa, também tende a apresentar juros mais altos em relação a um cenário com endividamento maior de longo prazo.
Como está a situação do São Paulo?
Fizemos um levantamento do endividamento bancário e empréstimos com terceiros nos últimos 10 anos, para podermos avaliar como o clube veio estruturando seu endividamento ao longo do período.
Podemos observar que a partir de 2018, o clube começou a apresentar um elevado endividamento de curto prazo, reflexo da necessidade do clube de custear suas operações do dia a dia. Isso ocorre quando o clube passa a ter dificuldades em fazer esse custeio por meio da sua geração de caixa.
Por outro lado, a dívida de longo prazo está, geralmente, atrelada a dívidas obtidas para financiar o ativo permanente do clube, ou seja, são dívidas contraídas com o objetivo de investimentos no clube (ex: construção de um centro de treinamento, reformas no estádio, dentre outros).
O que tem nos chamado atenção é que nos últimos 2 anos, apesar do endividamento líquido quase não ter variado, houve uma “troca” das dívidas de longo prazo para curto prazo, que saiu de 43% em 2021, para mais de 67% ao final de 2023.
Acreditamos que pelo fato das despesas financeiras em 2023 terem sido 50% maiores que em 2022, quase R$ 90 milhões em juros ao longo do ano, o clube precisou obter novos empréstimos para fazer a “rolagem” dessa dívida, o que pode se tornar um círculo vicioso.
Dessa forma, a criação do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC mostra-se de grande importância para tentar estancar esse sangramento das contas do clube, alongando o perfil da dívida e obtendo juros mais baixos. Abordaremos mais sobre o FIDC em um artigo específico, em breve.
Finanças Tricolor começou em junho de 2017 com o objetivo de realizar análises detalhadas e independentes das demonstrações financeiras do São Paulo e, assim, disseminar o conhecimento sobre as finanças do clube para a maior quantidade possível de torcedores, na medida em que a saúde financeira do clube permite melhores resultados desportivos.
A equipe do Finanças Tricolor é formada por um Administrador com especialização em Finanças e um Advogado com mestrado em direito tributário que trabalham juntos na pesquisa e desenvolvimento dos estudos apresentados no perfil.
Confira nossas matérias aqui no Arquibancada Tricolor.
Como há muito tempo digo, parabéns a vocês pela coluna: realmente muito bom o São Paulo agora ter mais dívida de longo prazo que de curto – em tese, está sabendo se planejar mais -.
O em tese, logicamente, é proposital: os muitos empréstimos se acumulam – o “círculo vicioso” tão falado e amplamente conhecido -, fica um pede empréstimo novo para pagar o anterior e por aí vai, quando se vê, está totalmente enforcado de dívidas, igual quando aproveitamos a “facilidade” do parcelamento do cartão de crédito: uma compra com 2 parcelas engata outra com 5, mais uma com 9, com 12, 15…. e quando vai se ver, cadê o dinheiro para pagar todas as prestações???? -.
Vemos o São Paulo mesmo totalmente endividado trazer jogadores caros “de graça” – conto do vigário, afinal, as “luvas” e os salários e comissões dos empresários são bem gordas, ou seja, os gastos são maiores do que o propagado na imprensa -.
O São Paulo deve salários – “diretoria” não paga em dia e para eles, o “correto” é trabalhar com um mês de atraso: olha o absurdo, ou seja: que jogador quer ser contratado e saber que vai ficar sem receber? -.
Cabe ao São Paulo usar mais a base, trazer jogadores que disputaram estaduais pelo país nos times menores de 19-23 anos ou mesmo jogaram as Séries B, C e D, por empréstimo com opção de compra de 1 ano e eles se destacando, renova o contrato deles.
O São Paulo tem como reduzir a folha: o elenco é velho, ou seja, quem estiver com 30 anos ou mais e contrato no fim, renova por 1 ano e acabou, literalmente para buscar uma renovação no elenco e diminuição da folha: também não adianta emprestar para outro time e pagar o salário de quem saiu, é uma imbecilidade comum no tricolor.