Grêmio: Não é inveja, é reflexão…

Foto: Reuters

Assistindo ao jogo do Grêmio ontem contra o River Plate pelas semifinais da Copa Libertadores, confesso que fiquei nostálgico relembrando como era bom quando o São Paulo fazia isso.

Jogando de forma inteligente, na casa do adversário, marcando, com organização tática, catimbando na hora certa e marcando o gol por não ter deixado de atacar.

Cheguei a fazer esse pequeno desabafo no Twitter logo depois do jogo, ontem:

https://twitter.com/RicardoSenna1/status/1054927190821879819

E realmente é revoltante ver como parece que as coisas ruins só tem acontecido no São Paulo. Jogadores saem daqui e tornam-se vencedores em outros clubes, treinadores conseguem dar jeito em jogadores que não são estrelas e nós, na mesma.

Impaciência e decisões erradas

A única solução encontrada por torcedores e pela diretoria do clube é pedir a cabeça de treinadores. Praticamente a cada 6 meses, temos um novo comandante e um trabalho recomeçando.

O lado do torcedor, é mais fácil de entender e tem toda razão, porque a seca de títulos nos torna cada vez mais impaciente. Basta perder um clássico ou sair da briga de um título e todos pregam uma limpeza total. Natural.

O que não poderia acontecer, é a diretoria dar ouvidos a isso, pois repete a receita do insucesso desde 2009, pelo menos.

Você pode até me perguntar: Mas o que a diretoria tem a ver com essa fracassada campanha do returno do São Paulo em 2018?

Diretamente, até acho que não tem influência, mas isso é efeito de problemas de longo prazo. Afinal, há mais de dez anos, a gestão do São Paulo é a mesma (Juvenal, Aidar e Leco formavam o mesmo grupo político).

Com isso, há um efeito cascata, que se repete: o time não joga porque não tem peças. Não tem peças porque não compra jogadores. Não compra jogadores porque não tem dinheiro em caixa. Não tem dinheiro em caixa porque não soube administrar.

E quem administra?

Pois é. A mudança tem que começar lá em cima em algum momento. Já tem gente e sites pedindo de volta Rogério Ceni, que foi escorraçado do clube outro dia.

Desde 2009, os únicos treinadores que conseguiram permanecer no clube por pelo menos, uma temporada completa, foram Muricy e Ney Franco.

Coincidência ou não, fomos vice-campeões brasileiros em 2014 (melhor campanha dos últimos anos) e campeões da Copa Sul-Americana (nosso último título) em 2012.

Trocar de treinador a cada seis meses não resolve nada, mas para chegar onde o Grêmio está hoje (sim, você pode ficar P da vida ao ler isso, pois seu orgulho são-paulino fica ferido), é preciso ter um treinador que tenha tempo, peças e continuidade em seu trabalho.

Quando isso vai acontecer de novo?

Compartilhe esta notícia