Hudson se despede do São Paulo e cita falta de “blindagem” como razão para seca de títulos

O volante Hudson se despediu do São Paulo nesta quinta-feira (18). Ele tem contrato com o Tricolor do Morumbi até dezembro desse ano, mas já foi avisado que não está nos planos do técnico Hernán Crespo para a temporada.

Hudson chegou a equipe são-paulina em 2014, após fazer um bom Campeonato Paulista pelo Botafogo-SP. Foram três anos até que ele foi emprestado ao Cruzeiro e posteriormente ao Fluminense.

O volante falou para o globoesporte.com sobre sua trajetória no São Paulo e diz que entende a decisão e não guarda ressentimento:

Eu não queria atrapalhar o ambiente do São Paulo, não queria atrapalhar o clube e não queria que eles atrapalhassem a sequência da minha carreira. E foi muito bem conversado, o Muricy é um cara que me conhece, me levou ao São Paulo, um cara que eu respeito muito. Hoje ele tem um cargo importante lá dentro, mas a gente sabe que o treinador é o maior responsável pela montagem do elenco. E ele foi sincero, falou que era para eu seguir meu caminho.”

E completou:

Eterno agradecimento por todas as vezes que foram ao Morumbi, que cantaram meu nome, as vezes que me apoiaram, que me incentivaram. Nas vezes que me criticaram também, para que eu pudesse melhorar. Essa torcida que vai ficar sempre na minha memória, no coração. Fica só o agradecimento por todo o apoio e ter participado de toda a minha carreira. Fica o agradecimento.”

Ele fez parte de dois times do Tricolor que chegaram próximos de conquistar títulos e por fim a seca que já dura 8 anos. O primeiro foi na Libertadores de 2016, quando a equipe comandada por Edgardo Bauza caiu nas semifinais para o Atlético Nacional. Hudson cita essa época como o auge de sua passagem em especial o confronto diante do Atlético-MG:

Acredito que tenha sido na Libertadores de 2016, contra o Atlético-MG lá, que a gente conseguiu a classificação em um jogo muito difícil. Foi o jogo que a Conmebol me premiou como melhor em campo e a gente fez um campeonato muito bom. Acho que o São Paulo surpreendeu a todos naquele ano. Chegamos na semifinal e jogamos de igual para igual com o Atlético Nacional, o campeão daquela edição. Esse foi o momento que mais me marcou, que eu poderia falar que foi o auge.”

0403 crop galeria | Arquibancada Tricolor

A outra vez em que ficar no quase o marcou foi na final do Campeonato Paulista de 2019 e revelou a frustração daquele dia:

Um dos momentos mais duros foi ter perdido o título Paulista de 2019 para o Corinthians. Aquela derrota, com gol no finalzinho, foi bastante dolorida. A gente tinha um time jovem, que estava se reconstruindo e que demonstrava muito potencial. A maioria dos jogadores está jogando hoje aí. E foi muito triste. Foi difícil chegar no vestiário aquele dia, olhar para todo mundo, receber aquele troféu de vice-campeão. Foi dolorido. O Raí teve que convencer a gente para subir no gramado de novo e cumprir o protocolo, enfim…”

Não ganhar um título em um clube do tamanho do São Paulo desapontou o atleta que citou que o elenco teve e tem qualidades ao longo dos últimos anos, mas em sua avaliação, os jogadores precisam ser mais blindados:

No São Paulo, como é um clube acostumado a ganhar títulos importantes, esse jejum vai se tornando pesado. A cada campeonato, ano que passa, os jogadores até certo ponto sentem isso em determinados momentos das competições. Acho que tem que procurar dar tranquilidade para eles.

Qualidade não falta, demonstram isso. Precisa de mais tranquilidade, de uma blindagem maior, de segurança para que as interferências externas não causem efeito no time dentro de campo. Acredito que blindando bem a equipe, o São Paulo tem a chance de ganhar um título importante.

O destino do volante será novamente o Fluminense, clube onde conseguiu fazer bons jogos, a maioria como titular e é provável que o time carioca o contrate em definitivo.

Pelo São Paulo, Hudson fez 196 partidas e marcou 6 gols em 5 temporadas com a camisa são-paulina.

Fonte: GE

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