O lateral-esquerdo Matheus Reis enfim parece ter se consolidado para o futebol. Criado em Cotia, tradicional base tricolor que forma inúmeros atletas no cenário esportivo nacional e internacional, o jogador, hoje com 26 anos, é conhecido como “Senhor lado esquerdo” no Sporting de Portugal e é um dos pilares defensivos da equipe.
Polivalente, o atleta já atuou também como meia e volante. No atual time, Matheus se reveza entre ser lateral e zagueiro, posições que conhece bem. Emprestado seguidas vezes pelo São Paulo, o jogador concedeu entrevista ao UOL Esportes e falou sobre a época do Tricolor – relembrando com carinho a despedida do ídolo Rogério Ceni.
Matheus Reis iniciou a conversa falando sobre o seu curioso apelido de “Gaúcho“. É que ele atuava no meio de campo na época da base do São Paulo e adaptava os trejeitos de Ronaldinho Gaúcho nos treinos em Cotia.
“Sempre joguei na base do São Paulo no meio-campo, tendo atuado em posições mais ofensivas. Então, assim, nos treinos aqui, quando estou jogando mais como zagueiro, costumo ter aquela habilidade de já ter jogado nas posições da frente. Gosto de sair jogando, costumo driblar lá atrás. É daí que veio essa brincadeira. De “Gaúcho”, do Ronaldinho Gaúcho, entendeu? Da habilidade, de dar uns cortes, essas coisas. De ter uma ousadia um pouquinho fora da caixa na parte defensiva“, explanou Matheus.
Em 2017, o jogador chegou a ganhar uma boa sequência como titular do Bahia, atuando em 26 jogos do time na temporada. Ao final dela, porém, o São Paulo o emprestou novamente para Portugal – mais precisamente para o Moreirense. Em 2021, o desempenho do atleta despertou a atenção do Sporting, que o contratou por quatro temporadas, despertando a felicidade do lateral.
“Só há uma palavra para o significado de tudo isto: felicidade. É um sonho realizado. Já conhecia a dimensão do clube, mas chegar aqui e conhecer tudo isto, a estrutura e os funcionários, é incrível. Este clube merece sempre o melhor. Merece as vitórias e alcançar tudo o que almeja“, disse ele à época aos canais oficiais do Sporting.
Em pouco tempo, Matheus Reis conquistou a preferência do técnico Rúben Amorim e é um de seus jogadores de confiança. Em boa fase, o atleta relembrou também os tempos em que vestia a camisa 10 na base do São Paulo. E também um momento muito especial do clube: o dia da despedida de Rogério Ceni.
“Lembro que, na base, na última vez que atuei mesmo de meia-esquerda, foi um jogo no sub-15. Faz muito tempo. Mas isso me ajudou muito a ter essa tranquilidade lá atrás hoje, sabe? Porque, como meia, é preciso ter a visão de jogo. A visão periférica, um passe bom, pelas assistências, essas coisas. E isso me ajudou muito a estar nesse momento como defensor, e às vezes comandar o time ali de trás“, disse ele. Sobre a despedida de Ceni, completou: “Até hoje as camisas comemorativas dele, estão guardadas num quadro. Ele também presenteou os jogadores com um relógio especial dele. Aquilo lá está tudo guardado, porque ele foi uma referência, né? Ele é uma referência. Foi uma referência muito grande não só para o São Paulo, mas para mim também, de estar ali, de poder vivenciar aquilo tudo. Quando subi para o profissional, foi praticamente isso, ele estava encerrando a carreira dele. Então, foi um privilégio, tenho um orgulho enorme de ter estado do lado dele ali, de ter jogado com ele, estar no campo ali com ele. Isso é coisa que você conta para os filhos, para os netos. É uma referência, tanto profissionalmente, quanto pessoalmente“.
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