Lembra deles? João Paulo e Joanderson, destaques de Cotia, estão com muita rodagem e pouca afirmação

Qual torcedor são-paulino não se recorda da histórica entrevista, que virou meme, na qual um atacante da base do São Paulo dizia: “Eu não sei o que aconteceu, se aconteceu eu não estou sabendo…”. Pois bem! O dono dessas emblemáticas e confusas palavras, ditas após a eliminação por goleada contra o Corinthians na Copa SP de 2015, é João Paulo. Detentor de um chute potente, com cobranças de escanteios e faltas perigosas, o jogador era tido como uma grande promessa do clube à época.

Contudo, após uma sequência de empréstimos para ganhar experiência, com passagens por Bahia, Oeste, Criciúma e Ceará, o atacante agora se encontra no Ho Chi Minh City FC, do Vietnã. Longe dos holofotes, o atacante de 24 anos não está isolado nessa jornada. Ao seu lado, vários outros garotos que viveram o sonho do estrelato em Cotia, com títulos e olhares atentos de empresários e dirigentes – mas sem muitas oportunidades na equipe principal -, seguem o mesmo destino. É o caso de Joanderson, atualmente na série A-2 do Rio Grande do Sul.

Artilheiro da Copa Ipiranga e da Copa do Brasil Sub-20 da época, o atacante Joanderson, atualmente com 25 anos, era uma das promessas mais festejadas de Cotia. O jogador, inclusive, chegou a integrar o elenco principal do clube, à época de Bauza, mas sequer chegou a fazer sua estreia como profissional. Após algum tempo, acabou sendo sequencialmente emprestado, indo para clubes como Cruzeiro e Internacional, mas sem se firmar. Hoje, está no modesto Passo Fundo e, aos 25 anos, vê alguns de seus colegas de base, tais quais Lyanco e David Neres, brilharem em solo europeu.

Em comum, ambos parecem seguir uma cartilha de insucesso perpetrada na base do Tricolor – e de grande parte dos clubes. Sem conseguir oportunidades na equipe de cima, ainda que com brilho intenso na base, os crias de Cotia, em sua maioria, acabam no ostracismo. Mais recentemente, Gabriel Novaes, artilheiro e sensação da Copinha de 2019, passou por situação semelhante.

Antes mesmo de qualquer oportunidade no time de cima, fora emprestado para o Barcelona-B e acabou não vingando. No retorno, empréstimos ao Bahia e ao Botafogo, sem brilho. Até que foi vendido em maio deste ano ao RB Bragantino. Enquanto isso, o seu parceiro de ataque, Antony, recém-convocado pelo técnico Tite, é um destaque com a camisa do Ajax, da Holanda.

Disso, é possível compreender que o futebol de base, para a grande maioria, é uma roleta-russa. E o sucesso antecipado, com algum oba-oba e a pecha de “joia”, não garante nenhum sucesso na transição para o time de cima – mormente pela falta de oportunidade e congestionamento de contratações por vezes duvidosas em seus setores.

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