Marco Aurélio Cunha pode ser expulso do Conselho do São Paulo

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Marco Aurélio Cunha terá o seu futuro decidido como Conselheiro do São Paulo no dia 1º de julho, quando acontece a votação referente a sua expulsão do cargo entre os conselheiros vitalícios do clube por ter se tornado diretor-executivo do Avaí.

Desde 2014 ele é conselheiro vitalício do clube e no ano passado disputou com Roberto Natel quem seria o representante da chapa “Resgate Tricolor” nas eleições do clube, mas Natel acabou vencendo e enfrentou Julio Casares na eleição.

No Artigo 10 do regimento interno do estatuto do clube, o parágrafo “M” diz:

m) Assumir, o membro eleito de qualquer Poder do SPFC, cargo de direção em associação esportiva que dispute competição oficial de futebol profissional com o SPFC. Penalidade: perda do mandato, caso não tenha pedido licença prévia do cargo.

Quem fez a denúncia contra MAC foi o sócio do São Paulo e procurador de Justiça Luiz Fernando Rodrigues Pinto Júnior. O pedido chegou ao Comissão de Ética do clube e, posteriormente, ao presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres Jr, para saber se Cunha havia se licenciado previamente do conselho.

Como a resposta foi negativa, a Comissão de Ética teve uma reunião marcada para discutir sobre o tema. Por este motivo, MAC se licenciou de conselheiro vitalício do São Paulo e sobre a situação declarou:

“O que eu fiz contra o São Paulo? Nada. Eu me licenciei antes de qualquer conflito existir. Estou em um clube da segunda divisão, que também não vai enfrentar o São Paulo na Copa do Brasil… Qual foi o ato que eu prejudiquei o São Paulo? Estão me punindo pelo o que eu não fiz”.

Marco Aurélio Cunha teve a oportunidade de se defender durante esta audiência juntamente com um advogado que apresentou um documento que defendia as causas citadas acima ressaltando que ele não causou nenhum dano ao clube e que o São Paulo e o Avaí não se enfrentarão no ano de 2021.

Então, após votação, o Conselho de Ética encaminhou o caso para o Conselho Deliberativo e o juiz e presidente da Comissão, Antonio Maria Patiño Zorz, explicou: “A discussão jurídica é que na época que foi pedida a licença, ele já estava vinculado ao Avaí pelo entendimento da maioria da comissão de ética”.

Ainda disse: “A Comissão de Ética não expulsa ninguém. Ela dá um parecer que não é vinculativo e tudo é debatido no Conselho Deliberativo. A modalidade da exclusão é debatida, porque é a única penalidade”.

Com o futuro no clube a ser definido no início do próximo mês, MAC falou sobre o que pensa em relação aos fatos recentes: “Não existe me excluir do Conselho por isso. O Muricy já trabalhou no Santos, não é conselheiro, mas não importa. Por retaliação política fazem isso. Admira o São Paulo fazer isso, eu que nunca falei um “A”. Eu perdi a candidatura, continuei na oposição, fui leal e cumprimentei cada um depois da derrota. Tenho minha posição, mantenho, mas já falei com Julio e tudo. É uma retaliação pela minha posição”.

E completou: “Quando me defendi na Comissão de Ética com uma defesa bem elaborada em nove páginas disseram que em 30 dias dariam um parecer. Passaram mais de 60 dias para apresentarem a resposta da Comissão de Ética. De repente, vem essa convocação extraordinária”.

A votação acontece no dia 1º de julho e com voto online e fechado. MAC terá 20 minutos para se defender e a decisão dos membros do Conselho Deliberativo referente à expulsão não caberá recurso, podendo ir, no entanto, para a justiça comum.

Fonte: Eduardo Rodrigues / Globo Esporte

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